Sobe para 10 número de prefeitos no Ceará com pedidos de cassação

Ações acusam políticos de irregularidades nas eleições. Com exceções, gestores podem continuar no comando das cidades até conclusão de processos

Já são pelo menos dez prefeitos eleitos em cidades cearenses que estão na mira da Justiça Eleitoral e, portanto, correndo o risco de perder os cargos a poucos dias do início previsto para os novos mandatos. Os gestores são suspeitos de irregularidades durante o período das eleições em 2024. Mais recentemente, o Ministério Público Eleitoral divulgou que protocolou ações pedindo a cassação do diploma, além da inelegibilidade, dos prefeitos de Coreaú e Moraújo, ambas cidades na Região Norte do estado.

No primeiro município, o prefeito Edézio Sitonio (PSB) é acusado de abuso de poder econômico e compra de votos. Além dele, a vice-prefeita Pattrícya (PSB) e um vereador de Coreaú também são alvo na mesma ação da Promotoria da 64ª Zona Eleitoral. Investigação apontou ligação dos políticos com um homem detido em Tianguá portando dinheiro em espécie, santinhos dos então candidatos e quatro listas manuscritas com nomes de possíveis eleitores.

Em Moraújo, o prefeito Ruan Lima (PSD); a vice-prefeita Ana Sara (PSD) e uma vereadora da cidade também podem ficar inelegíveis e ter os diplomas cassados. O trio é acusado de abuso de poder econômico e compra de votos. Investigações apontam que também estão envolvidos no esquema o pai do prefeito e outros cinco cabos eleitorais.  A Promotoria da 64ª Zona Eleitoral constatou “um esquema sistemático de compra de votos e oferecimento de vantagens financeiras em troca de apoio político”.

Segundo relatos apurados na investigação, o atual prefeito e a vice, enquanto candidatos, ofereceram pessoalmente dinheiro e empregos a eleitores e seus familiares em troca de apoio político. Os valores oferecidos variavam de R$ 2,5 mil a R$ 5 mil e eram parcelados. Algumas testemunhas relataram que foram perseguidas e pressionadas a devolver dinheiro após retirarem o apoio aos candidatos.

Sobre as acusações, o prefeito Edézio Sitonio, de Coreaú, não se manifestou publicamente sobre o caso até o fechamento desta matéria. Já o prefeito Ruan Lima, de Moraújo, divulgou nota dizendo que ainda não  foi formalmente notificado sobre a ação. Lima diz que conduziu sua campanha “de forma limpa, ética e transparente”. "Confio que a verdade prevalecerá ao longo do processo e sigo firme no propósito de trabalhar com responsabilidade e respeito, sempre em prol do bem-estar da população", disse o político no texto.

A lista de municípios do Ceará onde os gestores eleitos são alvo de pedidos de cassação também inclui Aracati, Canindé, Limoeiro do Norte, Quixeré, Ipu, Barroquinha, Choró e Santa Quitéria. Nas duas últimas cidades, por decisões da Justiça, os prefeitos eleitos nem chegaram a tomar posse.

Com exceção dos casos de Choró e Santa Quitéria, onde os gestores eleitos sequer tomaram posse por decisão da Justiça, nas outras cidades citadas, os prefeitos e prefeitas ainda seguem nos cargos até que os processos tenham o trânsito em julgado. Ainda que sejam condenados em 1ª instância, os políticos podem recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral  do Ceará (TRE-CE) ou mesmo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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