Deputados estaduais do PDT reclamam de aproximação da sigla com PT
No entanto, lideranças e parlamentares da sigla trabalhista vão em outra direção e querem estar em uma chapa da oposição, se possível na cabeça de chapa para a candidatura ao Governo do Estado ou em candidatura para o Senado. São citados como possíveis nomes para isso o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).
“A gente tem visto o presidente (André Figueiredo) conversando, tanto a nível municipal, com o prefeito eleito (Evandro Leitão), como a nível estadual, com o governador Elmano. Mas assim, a gente continua na oposição ao governo e não acreditamos nesse projeto que está aí. Então, se a gente não acredita nele agora, nós também não iríamos acreditar em uma continuidade. Então, a ideia é ter candidato para disputar”, disse Antônio Henrique ao O Estado.
A grande questão é se o PDT vai dar as condições para lançar uma chapa majoritária no Ceará, o que pode ser decisivo se o grupo liderado por Roberto Cláudio e Ciro Gomes permanece ou não no partido. RC, Ciro e os deputados estaduais já receberam convites para se filiar a outros partidos, de olho nas articulações para 2026. Os principais destinos poderiam ser União Brasil ou PP; as duas siglas devem formar uma federação.
“O PDT hoje tem nomes para disputar o Governo de Estado. (…) Se a gente não disputa no PDT, se o PDT, que tem nomes, não vai enfrentar, acho que tanto esses nomes poderão ir para outro partido, caso achem conveniente, como a gente pode apoiar candidatos de outros partidos que nos atendam, com relação à questão do projeto para o Estado”, afirmou Henrique.
Quem também tornou público o incômodo com uma possível negativa do PDT em viabilizar uma chapa na eleição estadual foi o deputado Cláudio Pinho (PDT). “Se for verdade (aliança PDT-PT na eleição de 2026), eu acredito que os convites (para filiação a outros partidos) feitos a Roberto Cláudio e Ciro Gomes serão concretizados, porque se o partido abre mão de quadros como esses eu não estou entendendo mais nada de política”, disse Pinho, da tribuna da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) na quarta-feira (9).
Além de Henrique e Pinho, também são deputados estaduais pelo PDT Queiroz Filho e Lucinildo Frota. Todos eles fazem oposição ao governo Elmano, no Ceará. Já em Fortaleza, após a eleição de 2024, com articulação de André Figueiredo, o PDT passou a ser quase que completamente aliado do governo do prefeito Evandro Leitão (PT). Dos oito vereadores pedetistas, apenas PPCell é oposição. Já a nível nacional, o PDT é aliado do governo do presidente Lula (PDT).
Reforçando a articulação da direção do partido por uma reaproximação entre PDT e PT, o governador Elmano falou em fevereiro deste ano em “bons diálogos” com a sigla em relação à eleição de 2026, sugerindo uma possível aliança.
“No PDT, com o deputado André Figueiredo, também temos tido bons diálogos. Parece-me que vamos ter de fato um encaminhamento prático de que o PT, o PSB, o PDT, o MDB, o Republicanos, o PP…Nós deveremos estar juntos na disputa estadual. Mas isso é algo para a gente conversar em 2026”, disse Elmano na época.
Na última quarta (9), os deputados estaduais do PDT se encontraram com Figueiredo, em Brasília. Segundo Henrique, o assunto não teria sido discutido. “Ninguém sentou pra divergir, pra debater. A gente tem conhecimento dessa aproximação da legenda com o governo e a gente acha que isso não é bom”.
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