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Diante da guerra comercial dos EUA e de tarifas de 245%, China promete responder "até o fim"

 

Governo chinês critica “jogo de números sem sentido” dos Estados Unidos e promete "contramedidas decisivas".
A tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo voltou a se acirrar após novos anúncios sobre tarifas dos Estados Unidos contra a China. Segundo reportagem publicada pela agência russa RIA Novosti, o Ministério do Comércio chinês declarou nesta quarta-feira (16) que Pequim não dará atenção ao que classificou como um “jogo de números sem sentido” dos EUA, mas alertou que responderá firmemente caso seus direitos continuem sendo violados.
O governo chinês afirmou que “a China já esclareceu repetidamente sua posição sobre a imposição unilateral de tarifas americanas. Quanto a esse jogo de números sem sentido dos EUA com taxas alfandegárias, a China não dará atenção a isso”. O texto prossegue com um aviso direto: “se os EUA persistirem e continuarem a infringir significativamente os direitos e interesses da China, a China tomará contramedidas decisivas e lutará até o fim”.
A Casa Branca havia anunciado anteriormente que a China poderia enfrentar tarifas de até 245% como resposta às ações retaliatórias adotadas por Pequim frente às tarifas impostas por Washington. Essas medidas fazem parte de uma ordem executiva assinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 2 de abril. O decreto introduziu tarifas “recíprocas” de 10% sobre importações de diversos países. No caso de 57 nações, a taxa seria mais alta, calculada com base no déficit comercial dos EUA em relação a cada uma delas, com o objetivo de reduzir os desequilíbrios comerciais.
Embora mais de 75 países tenham evitado retaliações, a China respondeu com tarifas equivalentes às americanas. Ambas as nações aplicaram taxas de 125% uma sobre a outra, elevando o embate tarifário. Além disso, os EUA impuseram uma tarifa extra de 20% contra produtos chineses, alegando suposta omissão de Pequim no combate às drogas sintéticas.
Durante coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, respondeu ao comunicado da Casa Branca com cautela: “você pode perguntar ao lado americano sobre os números específicos da tarifa”. Na mesma linha, o chanceler chinês Wang Yi, em entrevista à RIA Novosti, classificou como infundadas as medidas tarifárias adotadas pelos Estados Unidos. Para ele, tais decisões prejudicam os mercados globais e mancham a imagem internacional da liderança americana.
As declarações do governo chinês indicam que, apesar de ainda manter a retórica diplomática, Pequim está disposta a escalar o conflito econômico caso Washington siga impondo medidas unilaterais que considera ilegais. A guerra comercial, que se intensifica desde a posse de Donald Trump para seu segundo mandato em 2025, já provoca abalos nos mercados internacionais e pode gerar novos impasses em fóruns multilaterais nos próximos meses.

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