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Eles têm ódio da liberdade que tentamos respirar aqui.

 


Eles acham que as Malvinas são no Brasil.
A revista The Economist apoia golpes de Estado no Brasil desde sempre
Publicação britânica apoiou o golpe de 1964, a derrubada da presidenta Dilma Rousseff e agora sai da toca com ataques ao STF
O mais novo ataque da revista britânica The Economist às instituições brasileiras não deveria causar nenhuma surpresa ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, que ontem divulgou uma nota oficial apontando, com razão, que o artigo recente da publicação sobre o ministro Alexandre de Moraes alimenta a narrativa golpista no Brasil. A surpresa, se há alguma, deveria ser outra: o fato de que o STF, depois de ter se calado em episódios anteriores de ruptura democrática, como o golpe de estado contra a ex-presidenta Dilma Rousseff, agora se vê obrigado a reagir sozinho, sob pressão internacional, para conter os escombros de um monstro político que ajudou a criar.
A The Economist não está fazendo nada de novo. Desde sempre, a revista atua como braço midiático do imperialismo econômico, servindo ao capital financeiro global e à doutrina neoliberal que impõe aos países periféricos a cartilha da submissão: Estado mínimo, privatização, desindustrialização e repressão aos projetos populares. Para essa lógica perversa, a democracia só é aceitável quando elege candidatos alinhados ao mercado. Quando o povo escolhe outro caminho, o golpe vem a cavalo – e a Economist é a primeira a aparecer para legitimá-lo.
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Em 1964, quando tanques fecharam o Congresso e instauraram uma ditadura militar, a revista britânica aplaudiu. Exaltou o “alívio espontâneo” da população, enalteceu as Forças Armadas e atribuiu a culpa da ruptura ao ex-presidente João Goulart, taxando-o de radical. Ignorou as prisões, a censura, a tortura e os 21 anos de arbítrio. Repetiria a dose cinco décadas depois.
Em 2016, foi a vez da presidenta eleita Dilma Rousseff ser derrubada sem crime de responsabilidade. A Economist, ao invés de denunciar o golpe parlamentar liderado por Eduardo Cunha, tratou o impeachment fraudulento como algo “necessário”. Publicou o editorial infame “When a “coup” is not a coup” (Quando um “golpe” não é um golpe), uma peça de desinformação que tentou enganar leitores internacionais e encobrir um processo ilegítimo, conduzido por corruptos para barrar investigações e restaurar a agenda neoliberal.
E não esteve sozinha. A BBC, outra instituição da mídia britânica, também tratou com naturalidade o golpe contra Dilma, relativizando a ruptura institucional como se fosse apenas uma crise política. Esse apoio internacional à derrubada de um governo legítimo foi essencial para legitimar a operação Lava Jato, outro instrumento de guerra híbrida travestido de combate à corrupção.
É nesse ponto que entra a autocrítica necessária ao Supremo Tribunal Federal. O mesmo STF que hoje precisa defender a democracia contra os ataques da extrema direita e da imprensa estrangeira silenciou em 2016 diante do impeachment fraudulento de Dilma. Mais do que isso, deu sustentação jurídica às manobras da Lava Jato, permitindo que um juiz de primeira instância agisse como imperador da República e condenasse o presidente Lula sem provas, apenas para retirá-lo da disputa presidencial de 2018. O resultado foi a ascensão do bolsonarismo, com suas ameaças às instituições, seu discurso de ódio e seu projeto de destruição nacional. E só depois do estrago o mesmo juiz, hoje senador, foi declarado suspeito.
Agora, o STF se vê na obrigação de conter os efeitos do próprio veneno. Enfrenta uma ultradireita golpista que tentou explodir bombas, invadir as sedes dos Três Poderes, assassinar autoridades e derrubar o presidente eleito. E, para completar, é atacado por publicações como a Economist, que fingem defender a liberdade, mas na verdade estão apenas preocupadas com os interesses dos fundos de investimento que lucram com a instabilidade nos países do Sul Global.
A matéria Brazil’s Supreme Court is on trial é, de fato, escandalosa como aponta a nota do ministro Barroso. O texto ataca o ministro Alexandre de Moraes e, com evidente má-fé, transforma vítimas em algozes. Barroso respondeu com firmeza, esclarecendo que quem derrotou Bolsonaro foi o povo brasileiro, nas urnas, e que o STF apenas cumpriu seu dever de impedir a quebra da ordem constitucional. Mas sua resposta, ainda que correta, é tardia. O tribunal está pagando o preço de não ter defendido a democracia quando ela foi rasgada no golpe contra Dilma e nas farsas jurídicas da Lava Jato, legitimadas pelo STF no passado recente.

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