Governo Lula faz ofensiva contra assinaturas no PL da Anistia
Parlamentares da base que têm cargos em diferentes escalões no governo podem perder seus assentos.
- Integrantes do governo Lula (PT) iniciaram uma investida estratégica junto aos mais de 100 deputados da base governista que assinaram a proposta de urgência para a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. A proposta, que visa isentar de punições aqueles que participaram da tentativa de golpe, gerou um forte movimento de oposição dentro do Palácio do Planalto, resultando em conversas diretas com lideranças dos partidos aliados que apoiaram a urgência do projeto, informa Bela Megale, do jornal O Globo. Em um momento de crescente tensão, ministros de Lula têm destacado que é "inconcebível" que parlamentares de partidos aliados, que ocupam cargos no governo em diversos escalões, apoiem a votação da urgência para um projeto que, segundo eles, poderia livrar de responsabilidades aqueles que não só tentaram derrubar o governo, mas também planejaram a morte do próprio presidente da República. As conversas visam reforçar as críticas e aumentar a pressão para que essas assinaturas sejam retiradas antes da votação.
O apoio de mais de 100 deputados da base a essa proposta gerou um ambiente de grande indignação no Planalto. Lideranças do PT defendem uma postura mais agressiva do governo, sugerindo que parlamentares que continuam apoiando a proposta de anistia correm o risco de perder seus cargos no primeiro, segundo e terceiro escalões da Esplanada. A pressão é particularmente voltada para aqueles que não têm uma ligação explícita com o bolsonarismo, mas que, ainda assim, se aliaram ao projeto. A estratégia do governo é retirar o maior número possível de apoios ao texto até a próxima semana, quando ocorrerá a reunião do colégio de líderes da Câmara, até agora marcada para 21 de abril. Neste encontro, o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante, tem a intenção de colocar a urgência da anistia em pauta para votação no plenário. Com mais de 257 assinaturas já obtidas, o requerimento de urgência já superou o número mínimo necessário para ser discutido no plenário da Câmara. Segundo cálculos do PL, são 265 assinaturas, das quais mais de 115 vêm de deputados de partidos que fazem parte da base do governo Lula, como MDB, União Brasil, PP, PSD e Republicanos. Todos esses partidos, além de terem apoio no governo, controlam ministérios na Esplanada. Além disso, há também adesões de deputados de siglas que ocupam cargos em escalões menores no governo, como o Podemos, que indicou o presidente da Geap, a operadora de planos de saúde que atende servidores públicos, aposentados e seus familiare
Essa situação gerou uma nova onda de discussões dentro do governo Lula, que agora busca um equilíbrio entre a manutenção de sua base aliada e o fortalecimento da posição contra a anistia aos envolvidos nos ataques ao Congresso e à sede dos Três Poderes.
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