Política internacional
Por Macário Batista
Enviado Especial a Buenos Aires
Quando pousar hoje em Buenos Aires, a Presidenta Dilma Roussef começará uma longa trajetória de visitas internacionais, todas elas voltadas para a defesa dos interesses brasileiros pelo mundo. Aqui em Buenos Aires, a correria terá início com a chegada da comitiva presidencial perto das onze da manhã e a recepção no aeroporto doméstico da cidade, o Aero Park. Aqui pousam os vôos domésticos e alguns internacionais que vem de perto, como do Brasil.
Do Aero Park, a Presidenta segue direto para a Casa Rosada, a sede do Palácio do Governo da Argentina quando as duas presidentas, Dilma Roussef e Cristina Kirchner, terão um encontro reservado, sem assessores ou ministros. Paralelo a esse encontro, Ministros, delegados da viagem brasileira e autoridades da Argentina estarão em um outro encontro para tratarem de acertos sobre os documentos que serão assinados por brasileiros e argentinos.
Depois dos encontros separados, haverá uma grande reunião conjunta, quando aí sim, estarão as duas presidentas e os stafs presidenciais comprometidos com a visita da brasileira. Finda essa grande reunião, haverá uma declaração à imprensa, e a leitura de um documento comum, detalhando o que foi acertado entre as partes na visita presidencial brasileira. Depois disso, no Palácio San Martin, as autoridades almoçarão. O Palácio San Martin é um próprio do Ministério da Relações Exteriores da Argentina onde se realizam reuniões protocolares.
No período da tarde, a Presidenta Dilma Roussef terá um encontro com as Mães e Avós da Praça de Maio, mulheres que buscam anos a fio, por filhos, maridos, parentes e amigos desaparecidos durante a ditadura militar na Argentina e que se tornaram famosas no mundo inteiro pela luta que empreendem. Dilma e Cristina não mais farão a visita prevista ao prédio da antiga Escola Superior de Mecânica da Armada, mais famoso centro de tortura da ditadura argentina. O lugar é hoje o Centro de Direitos Humanos, onde está a lista dos desaparecidos como o pianista Francisco Tenório Cerqueira Jr., que sumiu após um show na cidade com Vinicius e Toquinho. Depois da visita, a Presidenta Dilma irá direto para o aeroporto já de volta ao Brasil.
Os documentos
Só ontem foi totalmente fechada a agenda presidencial em Buenos Aires. Será divulgado um documento sobre os 20 anos de criação da ABACC, uma organização binacional de salvaguardas nucleares, a única no mundo, e a primeira organização binacional criada por Brasil e Argentina. Seu objetivo é a defesa de que todos os materiais nucleares dos dois países sejam utilizados apenas para fins pacíficos.
Um segundo documento será uma declaração conjunta a partir de um documento sobre TV digital e inclusão digital. Mais uma tratará na Usina Hidrelétrica de Garabi, a ratificação de um acordo de 1997 sobre áreas fronteiriças, uma ponte sobre o rio Peperi-Guaçu, que divide as duas nações e ainda a divulgação de um documento sobre habitação e desenvolvimento urbano, este fruto de acordo entre a Caixa Econômica Federal do Brasil e o Ministério do Planejamento da Argentina. Viajam com a Presidenta Dilma os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Defesa, Nelson Jobim, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.
Coluna do blog
Buenos Aires (Argentina) 30 graus
O que Dilma veio fazer aqui
Quem já veio aqui pelo menos umas vinte vezes, fica de queixo caído com a involução da cidade. Conhecida no mundo como um pedaço da Europa na América do Sul, juro de pés juntos que sofro a decepção de ver uma cidade, antes tão bem cuidada, entregue a drogados deitados na Florida, camelôs com suas quinquilharias espalhadas pelo chão da famosa rua e, o que é pior, sumiram as livrarias que nos encantavam no passado. Aqui, pra não ir muito longe, comprei a primeira edição, em espanhol, de Cem Anos de Solidão, em papel bíblia para presentear o então governador Gonzaga Mota, um amigo querido, leitor apaixonado de boas leituras. Na Florida, acompanhei um passeio solitário e escondido do presidente Sarney que fugiu do hotel, com seguranças à distancia e foi visitar as livrarias onde outro dia viria lançar o Maribondos de Fogo. Eu vi e o segui tão escondido quanto ele dos outros. Aqui, na Florida (estou à meia quadra da rua famosa) vi astros e estrelas e personalidades do mundo político e religioso se quedar diante sua importância para a América Latina. Aquela Florida não existe mais. Não parou no tempo, involuiu. Como de resto a grande Buenos Aires. Salvam-se hoje o Cemitério da Recoleta, alguns parques onde pobres tomam banho de piscina em dias de sol, pagando 5 pesos por um tibungo e um pouco, de longe um pouco da importância porteña, que deu lugar a posturas humildes, seja por sua moeda fraca, seja pelos velhos e ricos tempos que se foram. E a presidenta do Brasil, veio pra cá em sua primeira visita formal devendo ter hoje, segunda-feira, um dia duro de trabalho ao lado da colega, lá dela, Cristina Kirchner, outra durona entre a cruz e a caldeirinha.
Agenda
Às 11 e 20 da manhã Dilma Rousseff chegará à Casa Rosada e começará o encontro com Kirchner. Às 11 e 40 começará a reunião privada das duas.Ao meio dia encontro com as Mães e Avós da Praça de Maio, na Casa Rosada. Às 12 e 45 haverá a assinatura de acordo bilaterais. A uma hora uma conferência de imprensa seguida de almoço e retorno às quatro e meia da tarde.
• Engraçados.
Os jornalistas argentinos, na sua maioria acredita que a visita de Dilma a Cristina tem a ver com o fato de Obama ir ao Brasil e passar pro Chile direto sobre a Argentina.
• Coleguinha.
A coleguinha Eleonora Gosman diz: Em seu primeiro encontro presidencial com Cristina Kirchner, a chefe de Estado brasileira buscará acalmar um eventual efeito corrosivo que pode provocar na Casa Rosada o anúncio da visita de Barack Obama ao Brasil em março próximo.
• E segue.
Mais adiante se fala que o norte-americano irá também a Santiago do Chile, porém não passará por Buenos Aires. Por isso se bem lembrou os vínculos históricos dos Estados Unidos, Dilma aproveita para ratificar que a união com a Argentina é estratégica.
• Outro.
Um outro periodista da casa afirma ainda que para a presidenta Dilma, os dois países são a chave para a estabilidade regional, frente a um mundo multipolar, convulsionado por crises econômicas e sociais de toda monta.
• Sobre direitos.
Dilma Rousseff encontrar-se-á também com as famosas Mães e Avós da Praça de Maio e chegou pregando aviso: Eu não vou negociar direitos humanos. Não há concessões possíveis nesta área. Isto será um elementos central de nossa política externa e doméstica, afirmou.
macariob@uol.com.br
Como visto...
Voce deve ter notado que estou trabalhando com um teclado argentino, num computador argentino. É que deu problema na net no meu lap top e estou procurando arrumar. Neste momento comeco a traduzir uma longa entrevista que a presidenta Dilma deu ao jornal La Nacion. Valendo a pena e havendo tempo, ainda plugarei aqui.
É hora de reconstruir o Crato
Por Roberto Bulhões
O prefeito Samuel Araripe recebeu a imprensa do Cariri no último sábado em seu gabinete para falar oficialmente da tragédia que se abateu sobre a cidade do Crato na última sexta-feira. Seguindo o prefeito, o Crato nunca tinha visto tanta chuva em poucas horas, causando um rastro de destruição tão grande. Sem, perder o bom humor, Samuel Araripe falou sobre a corrente de solidariedade que se formou em todo município desde o momento do “dilúvio”. “A recuperação do Crato fala mais alto em todos os momentos”, diz Samuel, rebatendo com classe alguns comentários maldosos dos seus opositores. O prefeito disse ainda que “O problema do canal do rio Granjeiro é antigo e nem por isso estou culpando meus antecessores”.
No canal do Rio Granjeiro, onde a água saiu do seu leito, invadindo residências e casas comerciais, máquinas trabalham dia e noite para retirar a grande quantidade de entulho, pedras e areia que provocaram o assoreamento do seu leito. Estima-se por alto que serão necessários cerca de 50 milhões para recuperar o canal em vários pontos onde a forte correnteza destruiu. Ruas estão interditadas nas proximidades do canal e 30 máquinas e 50 homens trabalham para que o Crato possa voltar a sua normalidade. O rastro de destruição é muito grande diante da chuva torrencial em torno de 200 milímetros ou mais que desabou na chapada do Araripe. No pluviômetro oficial, em Crato foram registrados 162 milímetros.
O prefeito Samuel Araripe que estava em Fortaleza no momento da tragédia, conseguiu sensibilizar o Governador do Estado em exercício, Domingos Filho, que veio ao Crato ao lado do Secretário das Cidades Camilo Santana, do Deputado Federal Arnon Bezerra e do Secretário de Segurança Francisco Bezerra e do Coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Leandro Nogueira para sentirem de perto o que o povo do Crato estava sofrendo. Domingos Filho liberou imediatamente as máquinas disponíveis no Cariri para a limpeza do canal e das ruas. O Secretário Camilo Santana destinou 100 mil reais para as primeiras ações. Por sua vez o deputado Arnon Bezerra que sempre foi bem votado em Crato, disse que vai marcar uma audiência esta semana com o Ministro da Integração Regional, para conseguir verbas urgentes para recuperar o canal do Crato.
Fotos by Bulhoes Junior
Evangelho (Mc 4,35-41)
35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O vento cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”
Lula marca a ‘reencarnação’ para depois do Carnaval
Nas últimas 48 horas, Lula foi brindado com duas homenagens. Ambas em Minas Gerais.
Na sexta (28), recebeu o título de doutor honoris causa na Universidade Federal de Viçosa. Neste sábado (29), apalpou uma comenda na cidade de Ubá.
Rodeado de repórteres, o ex-soberano fez algo inusual. Lula segurou a língua. Com gravadores e microfones a roçar-lhe os lábios, justificou-se:
"É a minha primeira atividade depois que eu deixei a Presidência. Eu, na verdade, não quero ter atividade até março, vou esperar o Carnaval...”
“...A companheira Dilma está montando o seu time e eu preciso desencarnar da Presidência. Então, quanto mais quieto eu ficar, quanto menos eu falar, melhor será para todos nós".
Disse que, passado o eco dos surdos, vai "reencarnar como cidadão brasileiro".
Na sexta (28), recebeu o título de doutor honoris causa na Universidade Federal de Viçosa. Neste sábado (29), apalpou uma comenda na cidade de Ubá.
Rodeado de repórteres, o ex-soberano fez algo inusual. Lula segurou a língua. Com gravadores e microfones a roçar-lhe os lábios, justificou-se:
"É a minha primeira atividade depois que eu deixei a Presidência. Eu, na verdade, não quero ter atividade até março, vou esperar o Carnaval...”
“...A companheira Dilma está montando o seu time e eu preciso desencarnar da Presidência. Então, quanto mais quieto eu ficar, quanto menos eu falar, melhor será para todos nós".
Disse que, passado o eco dos surdos, vai "reencarnar como cidadão brasileiro".
Manchetes deste domingo
- Globo: Redução de favelas no Rio é do tamanho de 47 Maracanãs
- Folha: Ação de ditador falha, e protesto cresce no Egito
- Estadão: Protestos aumentam e Egito conta 100 mortos em um dia
- Correio: Chuvas deixam quase 100 mil desabrigados
- Estado de Minas: Dinheiro público para jovem enriquece empresário mineiro
- Jornal do Commercio: Investimentos para qualquer bolso
- Zero Hora: Crise corrói ditadura de 30 anos no Egito
-Veja: A reinvenção do bom-mocismo
- Época: O guia essencial dos imóveis
- IstoÉ: O novo astro da fé
- IstoÉ Dinheiro: Parei
- CartaCapital: A convulsão árabe
- Folha: Ação de ditador falha, e protesto cresce no Egito
- Estadão: Protestos aumentam e Egito conta 100 mortos em um dia
- Correio: Chuvas deixam quase 100 mil desabrigados
- Estado de Minas: Dinheiro público para jovem enriquece empresário mineiro
- Jornal do Commercio: Investimentos para qualquer bolso
- Zero Hora: Crise corrói ditadura de 30 anos no Egito
-Veja: A reinvenção do bom-mocismo
- Época: O guia essencial dos imóveis
- IstoÉ: O novo astro da fé
- IstoÉ Dinheiro: Parei
- CartaCapital: A convulsão árabe
No primeiro mês, Dilma foi sitiada por ‘rivais-aliados’
A presidência de Dilma Rousseff completa um mês nesta segunda (31). A experiência de poder da sucessora de Lula, embora curta, revelou-se instrutiva.
Beneficiada pelo silêncio da oposição, Dilma assistiu à conversão de aliados no pior tipo de adversário: o inimigo cordial.
O noticiário negativo que assediou Dilma em seus primeiros trinta dias de governo teve produção 100% doméstica.
Sócios majoritários do consórcio governista, PT e PMDB trocaram cotoveladas ao redor das poltronas mais vistosa$ do segundo escalão.
Apoiadoras de Dilma na campanha eleitoral, as centrais sindicais levaram o debate do salário mínimo às ruas.
Domesticado nos dois reinados de Lula, o baronato sindical mordeu Dilma antes mesmo da tentativa de assopro de Gilberto Carvalho, o ministro que negocia em nome dela.
Mal desceu das nuvens da posse para o chão liso da rotina administrativa e Dilma já se deu conta de que, no poder, só há um amigo possível. O amigo do alheio.
Afora a descoberta de que terá de lidar com pseudoaliados, Dilma fabricou, ela própria, uma inimiga insuspeitada: a barriga.
Até aqui, sempre que submetida à necessidade de decidir, Dilma pensou dez vezes, analisou todas as possibilidades, consultou auxiliares... E não decidiu.
Os caças da FAB? Barriga. O nome para a cadeira vaga no STF? Barriga. As nomeações dos escalões inferiores? Barriga de novo.
Até os cortes no Orçamento da União, que Dilma considera urgentes e prioritários, foram golpeados pela política da pança.
Dilma programara a descida da lâmina para a primeira quinzena de janeiro. Queria que o talho viesse à luz antes da reunião do BC sobre juros.
A diretoria do BC, porém, foi à mesa do Copom sem conhecer o tamanho da faca. Devolveu a taxa Selic ao elevador.
Os cortes? Bem, a barriga promete-os para fevereiro. Por ora, Dilma não levou à assinatura nem ao projeto de Orçamento que o Congresso aprovou em dezembro.
Em meio à bruma de indefinições, a ministra Mirian Belchior (Planejamento) declarou que a lâmina pode alcançar inclusive as verbas do PAC.
E Dilma: “Nós não vamos, nós não vamos –vou repetir pela terceira vez— nós não vamos contingenciar o PAC”.
Além de desencontros, a tática presidencial de estacionar diante das bifurcações que lhe chegam ao gabinete espalha insatisfações ao redor.
Em privado, a cúpula da Aeronáutica derrama-se em queixumes por conta do novo adiamento da aquisição dos caças.
As togas do Supremo impacientam-se com a demora do Planato (já lá se vão oito meses) em indicar um substituto para o ministro aposentado Eros Grau.
De resto, ao protelar a distribuição das cadeiras do segundo escalão, Dilma rogou a petês e pemedebês que parassem de prover matéria-prima às manchetes.
Silenciaram as vozes. Porém, começaram a falar os dossiês. Órgãos como a Funasa e estatais como Furnas passeiam na praça com as víscera$ à mostra.
Dilma leva sobre Lula uma desvantagem. Não pode usufruir da desculpa da herança maldita. Condenou-se a continuar o legado. Inclusive nas parcerias indigestas.
O primeiro mês de Dilma serviu, assim, para eliminar uma ilusão que acomete todo presidente novo. A ilusão de que preside.
Por enquanto, Dilma foi presidida pela própria hesitação e pelos interesses contraditórios que a rodeiam.
Com a volta do Congresso, vai-se descobrir o que pretende a oposição pretende fazer com ela. Antes, PSDB e DEM terão de dicidir o que fazer consigo mesmos.
Beneficiada pelo silêncio da oposição, Dilma assistiu à conversão de aliados no pior tipo de adversário: o inimigo cordial.
O noticiário negativo que assediou Dilma em seus primeiros trinta dias de governo teve produção 100% doméstica.
Sócios majoritários do consórcio governista, PT e PMDB trocaram cotoveladas ao redor das poltronas mais vistosa$ do segundo escalão.
Apoiadoras de Dilma na campanha eleitoral, as centrais sindicais levaram o debate do salário mínimo às ruas.
Domesticado nos dois reinados de Lula, o baronato sindical mordeu Dilma antes mesmo da tentativa de assopro de Gilberto Carvalho, o ministro que negocia em nome dela.
Mal desceu das nuvens da posse para o chão liso da rotina administrativa e Dilma já se deu conta de que, no poder, só há um amigo possível. O amigo do alheio.
Afora a descoberta de que terá de lidar com pseudoaliados, Dilma fabricou, ela própria, uma inimiga insuspeitada: a barriga.
Até aqui, sempre que submetida à necessidade de decidir, Dilma pensou dez vezes, analisou todas as possibilidades, consultou auxiliares... E não decidiu.
Os caças da FAB? Barriga. O nome para a cadeira vaga no STF? Barriga. As nomeações dos escalões inferiores? Barriga de novo.
Até os cortes no Orçamento da União, que Dilma considera urgentes e prioritários, foram golpeados pela política da pança.
Dilma programara a descida da lâmina para a primeira quinzena de janeiro. Queria que o talho viesse à luz antes da reunião do BC sobre juros.
A diretoria do BC, porém, foi à mesa do Copom sem conhecer o tamanho da faca. Devolveu a taxa Selic ao elevador.
Os cortes? Bem, a barriga promete-os para fevereiro. Por ora, Dilma não levou à assinatura nem ao projeto de Orçamento que o Congresso aprovou em dezembro.
Em meio à bruma de indefinições, a ministra Mirian Belchior (Planejamento) declarou que a lâmina pode alcançar inclusive as verbas do PAC.
E Dilma: “Nós não vamos, nós não vamos –vou repetir pela terceira vez— nós não vamos contingenciar o PAC”.
Além de desencontros, a tática presidencial de estacionar diante das bifurcações que lhe chegam ao gabinete espalha insatisfações ao redor.
Em privado, a cúpula da Aeronáutica derrama-se em queixumes por conta do novo adiamento da aquisição dos caças.
As togas do Supremo impacientam-se com a demora do Planato (já lá se vão oito meses) em indicar um substituto para o ministro aposentado Eros Grau.
De resto, ao protelar a distribuição das cadeiras do segundo escalão, Dilma rogou a petês e pemedebês que parassem de prover matéria-prima às manchetes.
Silenciaram as vozes. Porém, começaram a falar os dossiês. Órgãos como a Funasa e estatais como Furnas passeiam na praça com as víscera$ à mostra.
Dilma leva sobre Lula uma desvantagem. Não pode usufruir da desculpa da herança maldita. Condenou-se a continuar o legado. Inclusive nas parcerias indigestas.
O primeiro mês de Dilma serviu, assim, para eliminar uma ilusão que acomete todo presidente novo. A ilusão de que preside.
Por enquanto, Dilma foi presidida pela própria hesitação e pelos interesses contraditórios que a rodeiam.
Com a volta do Congresso, vai-se descobrir o que pretende a oposição pretende fazer com ela. Antes, PSDB e DEM terão de dicidir o que fazer consigo mesmos.
A dor de corno
O problemas deles é achar que o Lula vai voltar. Pior é que pelo andar da carruagem, sem tira=lo na midia, vai.
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