Chá
de losna com arruda
Tem
dias que não adianta querer mudar os hábitos de um velho rabugento, cheio de
manias e que conhece sua própria vida como conhecia o descambo da sinuca em que
jogava na distante juventude. Eleição, por exemplo, por mais que tenha votado em duas diferentes, o que vale é
o dia 3 de outubro que não sei por quais cargas d”água era a data escolhida
para as eleições de outubro. Era 3 de outubro e bra. Não interessava em que dia
da semana cairia. Pois bem; dia 5 agora,
tem eleição pra tudo quanto é gato véi procurando um encosto, uma biqueira de
pensão. Ouvi tudo. 99% de mentiras e promessas vãs. Candidato que quando dá bom
dia a gente corre pra janela pra ver se não é noite, prometendo o imprometivel.
Teve um, num passado distante, lá na minha meninice que chegou a sugerir
canalizar o vento da Meruoca pra Sobral e outro que queria trazer o mar de
Camocim que era pra gente ter praia. Juro que é verdade. Sim, mas o que eu
queria falar era de ausência. Motivos quais ninguém ousou discutir a fundo a
tal estória do aborto? E o aborto não é questão fechada da Igreja quando se
fala em religiosidade. A Igreja de
Francisco, onde está por exemplo o Cardeal Odilo Scherer, discute o aborto sob
o ponto de vista de defesa da vida que é gerada a partir da concepção. A Igreja
de Francisco trata do aborto assim e deixa para que os Governos tratem do
enquadramento daquilo que pra Odilo Scherer é assassinato. Tudo bem, dizem lá
da sacristia, tudo mundo tem direito a seu corpo e sobre seu corpo ter lá seus
direitos, mas a questão é outra; é a vida de quem está lá dentro. Ninguém
discutiu isso. E não estou fazendo aqui proselitismo com o mote, apenas achando
estranho que o assunto não tenha vindo à baila nas campanhas. Nem aqui nem na
casa do Carvalho. Chá de losna com arruda é um grande abortivo.
A
frase: “Os tempos se repetem. Como a
moda que gira em círculos. Um dia,com cédula de papel o peão recebia o
envelope,já cheio e botava na urna como mandava o coronel. Hoje, o Tribunal
Superior Eleitoral manda o eleitor levar a cola que os coronéis modernos vão
entregar no domingo de manhã”. De um observador da cena.
A
coisa tá feia
A
Polícia Rodoviária Federal apreendeu, no pino do meio dia, em Chorozinho, um
caminhão com 3 toneladas de carne.Seria normal se a carne não estivesse fora de
resfriamento e de boi abatido na moita.
Pra
pensar na cabine
"Mesmo
na noite mais triste, em tempo de servidão, há sempre alguém que resiste, há
sempre alguém que diz não". Manuel Alegre, poeta português.
Olha
que País esculhambado
O
juiz baiano Sérgio Rocha Pinheiro Heathrow foi condenado por crime de peculato
- desvio de dinheiro público - pelo Tribunal de Justiça da Bahia. Segundo a
acusação, o juiz libertou duas pessoas, com o pagamento de fiança, e se
apropriou das quantias.
Grana
de troco
Coisa
pequena, por sinal (para quem acompanha o Petrolão, é dinheiro de troco): R$
1.085,00 e R$ 3.400,00. Mas, enfim, houve desvio de dinheiro público, segundo o
entendimento do Tribunal que o condenou.
Qual
foi a pena?
Não, querido outro único leitor destas mal
traçadas linhas. Prisão é para os fracos. Para o juiz Sérgio Rocha Pinheiro
Heathrow, a pena é outra: aposentadoria, com vencimentos proporcionais ao tempo
de serviço. Foi condenado a receber sem trabalhar.
Hábitos e costumes
O
tratamento ao juiz Sérgio Heathrow não foi mais benévolo que o habitual. Um
juiz condenado por matar a esposa e ocultar o cadáver continua como ocupante do
cargo de juiz titular da comarca.
Trâmites
por fim
Como
não pode trabalhar, outro magistrado exerce a função, mas com título e salário
de juiz substituto.
Pensando
bem...
Em
que pé ficaram as denúncias de que magistrados vendiam sentenças no Ceará? A
gente vai poder saber o que o Conselho Nacional de Justiça apurou quando esteve
aqui na semana passada? Calma! Tou só perguntando e perguntar não ofende.
Ofende?
Pois
muito bem...(Nota da foto)
Esta
coluna voltará ao ar na segunda feira quando já se deverá saber quem o povo
escolheu pra governar o Ceará. Se tiver segundo turno, desculpem, mas votarei,
não. Vou trabalhar o segundo turno nacional direto do exterior, como fiz na
primeira eleição de Dilma. Aproveitarei para rever velhos amores tipo Eiffel,
Torre de Belém, Louvre, Big Ben, Compostella, Douro, Sé de Braga e, quem dera,
passar uma manhã em Steffa, na beira do Lago de Zurich. Vote direito ou será proibido de ler esta coluna
por dois dias.