Para instigar o sábado
Cântico Negro
"Vem por aqui" --- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
--- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
--- Sei que não vou por aí.
José Régio
"Vem por aqui" --- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
--- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
--- Sei que não vou por aí.
Olhar 33 vezes 3 e vocês aí brigando feito bestas
Fotos: Remadoras fazem ensaio nu para calendário de instituição contra o câncer
Meninas fazem parte de uma universidade britânica e já haviam feito este tipo de trabalho anteriormente
Inglaterra - As meninas da equipe de remo da
universidade de Warwick, na Inglaterra, fizeram um novo ensaio nu em
prol da Macmillan Cancer Support, instituição que trabalha para combater diversos tipos de câncer.
Na primeira vez que as remadoras fizeram este tipo de ensaio, em julho, o Facebook censurou as fotos de divulgação julgando que o conteúdo era inapropriado. 1500 calendários foram vendidos na ocasião, gerando R$ 10 mil à Macmillan Cancer Support. No novo material de 2015, 12 meninas entre 18 e 21 anos posam em nu artístico e envolvidas na temática do esporte.
O novo calendário será lançado no próximo dia 14 e pode ser comprado no site www.warwickshirerowing.org, por 8,99 libras (cerca de R$ 30).
Na primeira vez que as remadoras fizeram este tipo de ensaio, em julho, o Facebook censurou as fotos de divulgação julgando que o conteúdo era inapropriado. 1500 calendários foram vendidos na ocasião, gerando R$ 10 mil à Macmillan Cancer Support. No novo material de 2015, 12 meninas entre 18 e 21 anos posam em nu artístico e envolvidas na temática do esporte.
O novo calendário será lançado no próximo dia 14 e pode ser comprado no site www.warwickshirerowing.org, por 8,99 libras (cerca de R$ 30).
O "senador" Peixe tá na bronca com a CBF. Na verdade, continua.
Romário dispara contra CBF: 'Não sou a favor do Dunga hoje como treinador'
Mesmo discordando da escolha da entidade, Baixinho promete torcer pelo sucesso do amigo e capitão do tetracampeonato
Rio - Romário é um dos maiores
críticos da atual direção da CBF. Em entrevista que será exibida no
programa 'Esporte Fantástico', da TV Record, neste sábado, o
recém-eleito senador pelo estado do Rio de Janeiro diz que discordou da
escolha de Dunga para comandar a 'renovação' na Seleção.
"Olha, eu sou amigo do Dunga, fui a
favor dele em 2010, mas não sou a favor do Dunga hoje como treinador.
Acho que era hora de uma coisa nova, completamente diferente. Mas eu não
tenho poder nessa escolha", disse Romário.
Amigos, Dunga e Romário fizeram parte do grupo
tetracampeão da seleção brasileira na Copa do Mundo nos Estados Unidos,
em 1994. Na política, Romário sempre atacou o comando da CBF, desde os
tempos do antigo presidente Ricardo Teixeira. Mesmo contrariado pela
decisão da entidade, o Baixinho torce pelo sucesso do amigo."E, com o Dunga como treinador, espero que ele possa fazer um grande trabalho. E nos dar um novo título", concluiu o novo senador.
Olhe nas gavetas, seu R$1,00 pode valer 165 vezes mais
Cédula de R$ 1 vira artigo de colecionadores e pode custar até R$ 165
Desde 2005, quando a Casa da Moeda do Brasil deixou de fabricar a nota, a circulação é cada vez menor
Henrique Moraes
Rio - Quem tem uma cédula de R$ 1 no
bolso é melhor pensar duas vezes antes de usá-la. Afinal, o consumidor
pode ter nas mãos muito mais do que seu valor nominal, já que a nota
passou para a categoria de cédula rara e pode valer, entre os
colecionadores, aproximadamente R$ 165, conforme Catálogo de Cédula e
Moedas do Irley Soares e Cláudio Amato.
Desde 2005, quando a Casa da Moeda do
Brasil deixou de fabricar a nota, a circulação é cada vez menor. Se no
fim daquele ano havia 583 milhões dessas cédulas, hoje há apenas
149.282.073 ainda nas ruas.
Diretor de Divulgação da Sociedade Numismática
Brasileira (SNB), Bernardo Marin Neto informa que a regra para definir o
valor das cédulas é a seguinte: quanto menor for a emissão da nota,
mais ela valerá . “Quanto menos o Banco Central emitir uma cédula com a
assinatura de um ministro ou um presidente do BC, maior é o valor dela”,
informou o diretor de divulgação da SNB.Neto diz ainda que as notas que não circularam pelo país e têm menor tiragem podem custar bem mais do que o valor de face. “A nota de R$ 1, de 1996, assinada pelos então ministro da Fazenda, Pedro Malan, e pelo presidente do Banco Central (BC), Gustavo Loyola, sem ter circulado, custa entre os colecionadores aproximadamente o valor de R$ 165”, revela o diretor.
Em nota, o Banco Central, instituição responsável pela circulação das cédulas, informou que a cédula de R$ 1 deixou de ser produzida porque a instituição vem priorizando a emissão de moedas “que apresentam uma relação custo-benefício melhor do que a das notas em razão de sua durabilidade”, informou o BC.
A psicóloga Márcia Ricardi, de 37 anos, guarda em casa algumas notas antigas. Entre as elas, uma de R$ 1. “Não me considero uma colecionadora, apenas fiquei com algumas notas antigas para recordação. Já a nota de R$ 1 guardei como símbolo de sorte. Andava com ela na carteira, mas, com receio de perdê-la, passei a deixá-la guardada em casa”, relata. “Tenho apenas uma cédula do nosso primeiro lote de R$1 e não pretendo me desfazer. Porém, ao descobrir que as cédulas antigas têm valor para colecionadores, penso em vender as demais notas”, acrescenta a psicóloga, que possui 21 cédulas antigas. Entre elas, nove de mil cruzados. A moeda foi criada em 1986.
Substituição gradativa por moedas
Segundo o Banco Central, as cédulas de R$ 1 podem ser usadas no comércio e ainda não têm data para deixarem de valer. O BC informa ainda que elas são substituídas progressivamente por moedas.
Diretor de divulgação da SNB, Bernardo Marin Neto diz que a entidade fica em São Paulo, na capital, e que todas quarta-feiras e sábados faz trocas indiretas para sócios da entidade. “É um local onde qualquer um pode vender as cédulas”, conta Neto. Mais informações pelo www.snb.org.br.
A gentalha assombra o mundo com um racismo nazi-brasileiro
Suspeita de ebola em africano gera comentários racistas nas redes sociais
Muitos internautas pediram medidas enérgicas nas fronteiras para proibir a entrada de estrangeiros
Marcio Allemand
Rio - O africano Souleymane Bah, de 47 anos,
primeiro caso de paciente com suspeita de ebola no Brasil, chegou ao Rio
de Janeiro da manhã desta sexta-feira, vindo de Cascavel, no Paraná,
onde estava internado numa Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e ficará
internado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que é referência em doenças
infecciosas. Com ele, além da suspeita da doença, chegaram vários
comentários racistas nas redes sociais.
Segundo o ministro a situação está sob controle, e todos os procedimentos foram realizados no tempo previsto. Porém, a situação tomou esta proporção pelo histórico do paciente que chegou da Guiné, um dos países mais afetados pela doença na África, e por ele ter apresentado febre no 20º dia que saiu da África, limite máximo para o período de incubação da doença.
"[Ele não teve] nem hemorragia, nem diarreia, nem febre, nem vômito. A informação que ele reporta ao médico é que, na quarta-feira, teve febre, tosse e dor de garganta. O médico trabalha com as informações e sintomas que ele consegue detectar na consulta clínica", complementou.
Na tarde desta sexta-feira, na página
do Ministério da Saúde no Facebook, enquanto o ministro Arthur Chioro
respondia on-line as dúvidas dos internautas, centenas de comentários
eram publicados, muitos deles pedindo que sejam adotadas medidas
enérgicas nas fronteiras para proibir a entrada de estrangeiros vindos
de países africanos.
Foram vários os pedidos para que as
autoridades brasileiras fechassem as fronteiras, na tentativa de barrar a
doença antes que ela se transforme numa epidemia no país. A resposta do
ministro era de que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda
quaisquer medidas que restrinjam o comércio ou o fluxo de pessoas com os
países afetados, já que a transmissão de pessoa a pessoa só se dá com o
contato direto com os fluidos corporais ou secreções de um paciente
infectado.
Já nos perfis das redes sociais, os
comentários eram os piores, expondo um racismo latente. Na página
Brasileiríssimos, um participante publicou um comentário em que afirmava
não ser racista, mas que achava que “este NEGRO que está com Ebola no
Rio de Janeiro deveria ser sacrificado”. Numa outra publicação num
perfil particular, uma jovem dizia que todos os africanos deveriam
morrer porque eles só trazem doenças. No Twitter, um usuário pedia que
fossem jogadas três bombas no continente africano, já que fora da África
há poucos casos de infectados e que tinha como controlar a doença. Um
outro post pedia que matassem logo o africano, pois “melhor morrer um do
que morrerem mil”.
Suspeito de ebola no Brasil não apresenta sintomas, diz ministro
O ministro da saúde Arthur Chioro disse em
coletiva na manhã desta sexta-feira, em Brasília, que o africano de 47
anos, o primeiro suspeito de estar infectado pelo vírus ebola no Brasil,
não apresenta sintomas da doença. De acordo com Arthur Chioro,
Souleymane Bah chegou a Unidade de Pronto Atendimento de Cascavel, no
Paraná, dizendo que havia tido febre no dia anterior, porém quando foi
atendido ainda no Sul do país ele não apresentava nenhum dos sintomas da
doença.Segundo o ministro a situação está sob controle, e todos os procedimentos foram realizados no tempo previsto. Porém, a situação tomou esta proporção pelo histórico do paciente que chegou da Guiné, um dos países mais afetados pela doença na África, e por ele ter apresentado febre no 20º dia que saiu da África, limite máximo para o período de incubação da doença.
"[Ele não teve] nem hemorragia, nem diarreia, nem febre, nem vômito. A informação que ele reporta ao médico é que, na quarta-feira, teve febre, tosse e dor de garganta. O médico trabalha com as informações e sintomas que ele consegue detectar na consulta clínica", complementou.
Arthur Chioro relatou que o africano
disse ao médico no Paraná que ele apresentou alguns sintomas do ebola
como febre, tosse e dor de garganta. O Ministério da Saúde informou a
situação a Organização Mundial da Saúde por volta das 1h11 desta
quinta-feira.
"Todos os procedimentos indicados no nosso protocolo foram efetivamente aplicados com muito êxito", explicou.
Na coletiva, o ministro informou
ainda que ao todo 64 pessoas tiveram contato com o paciente, sendo três
de forma direta — funcionários da UPA — e quatro pessoas que vivem na
mesma residência do africano. Arthur disse acreditar que essas pessoas
são consideradas "de baixo risco" para a doença, mas farão monitoramento
da temperatura uma vez por dia ao longo de 21 dias, à exceção dos
profissionais de saúde, que farão duas vezes.
O ministro relatou ainda que já foi
realizado um exame de malária no africano, onde o resultado deu
negativo. E um outro teste para o caso do ebola também já foi coletado
no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e
está sendo analisado no estado do Pará. O resultado deverá sair em até
24h. Mesmo que este exame dê negativo, o africano passará por outro
teste para a confirmação do caso, que será coletado em até 48h.
A unidade no Rio é um centro de referência
escolhido pelo Ministério da Saúde para o tratamento de suspeitos da
doença no Brasil.
O contágio não ocorre durante o
período de incubação, informou o ministério. O vírus só é transmitido
por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de
doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. Arthur
Chioro informou que as pessoas que viajaram com esse caso suspeito ou
que entraram em contato com o africano no período que antecede o dia 8,
quando os sintomas surgiram, não correm risco de manifestar a doença.
Souleymane Bah, que é comerciante,
nasceu no dia 1º de janeiro de 1967, tem o 1º grau completo e, de acordo
com documento do Ministério da Justiça, fez o pedido de entrada no
Brasil no dia 23 de setembro deste ano. Ele saiu da Guiné, passou pelo
Marrocos, pela Argentina e de lá entrou no Brasil com destino a
Cascavel.
O blog leu no O Dia, do Rio de Janeiro, fevereiro e março...
Jaguar: Tchau, Carvana
Como todo malandro carioca que se preza, Carvana era um tremendo enganador
O Dia
Rio - Neste ano a Parca exagerou na poda de
grandes cariocas, nascidos ou não no Rio de Janeiro. A maledeta não deu
descanso à foice. Ainda atordoado pela perda de João Ubaldo — sem a sua
crônica, meus domingos nunca mais serão os mesmos —, foi-se agora o
Carvana. Se, numa dessas entrevistas vapt-vupt em moda, me pedissem um
nome que sintetizasse o malandro carioca, não pensaria duas vezes: Hugo
Carvana.
Como todo malandro carioca que se preza, Carvana era um tremendo enganador. Me ocorre logo o verso do samba de Zé Kéti: “Dou duro no baralho pra sobreviver.” Hugo, o cara de ‘Se Segura, Malandro’ e ‘Vai trabalhar, vagabundo’, procurava esconder que, no fundo, era um tremendo trabalhador, estava sempre fazendo projetos, escrevendo roteiros e bolando filmes, enquanto atuava em filmes e no teatro. O espírito carioca, que anda — para usar a palavra da moda — “se desidratando”, tinha nele uma figura emblemática. E não há ninguém no banco para substituí-lo. A rapaziada local já adotou a “balada” dos paulistas, e — sem querer parecer catastrófico — não será surpresa se começarem a falar “ôrra, meu”. Carvana e eu nos conhecemos há mais de 50 anos, se não me falha a memória, nas noitadas no Gôndola, na Aires Saldanha.
Porres homéricos, regados a Cuba Libre. A moda era calça boca de sino, todo mundo cabeludo, menos eu, que já era careca. A gente era feliz e sabia. Tolos, mil vezes tolos, como dizia Ivan Lessa, achávamos que o Brasil ia ter jeito. Os bares foram fechando, o pessoal morreu ou sumiu. Os que sobraram viram que plus ça change, plus c’est la même merde (quanto mais a coisa muda, mais continua a mesma... — em francês fica mais chique). Mas pelo menos a gente se divertiu à beça. A turma da Banda de Ipanema, da qual Carvana foi um dos fundadores, comparecia empeso às filmagens do ‘Bar
Esperança, o último que fecha’. A gente levava bebida e gelo no isopor e
ficava horas no bar cenográfico. Depois que o filme acabou, conseguimos
protelar algumas semanas o desmanche do cenário. Sempre nos encontramos
em bares. O próximo encontro vai ser no Bar Esperança, no novo
endereço.
Como todo malandro carioca que se preza, Carvana era um tremendo enganador. Me ocorre logo o verso do samba de Zé Kéti: “Dou duro no baralho pra sobreviver.” Hugo, o cara de ‘Se Segura, Malandro’ e ‘Vai trabalhar, vagabundo’, procurava esconder que, no fundo, era um tremendo trabalhador, estava sempre fazendo projetos, escrevendo roteiros e bolando filmes, enquanto atuava em filmes e no teatro. O espírito carioca, que anda — para usar a palavra da moda — “se desidratando”, tinha nele uma figura emblemática. E não há ninguém no banco para substituí-lo. A rapaziada local já adotou a “balada” dos paulistas, e — sem querer parecer catastrófico — não será surpresa se começarem a falar “ôrra, meu”. Carvana e eu nos conhecemos há mais de 50 anos, se não me falha a memória, nas noitadas no Gôndola, na Aires Saldanha.
Porres homéricos, regados a Cuba Libre. A moda era calça boca de sino, todo mundo cabeludo, menos eu, que já era careca. A gente era feliz e sabia. Tolos, mil vezes tolos, como dizia Ivan Lessa, achávamos que o Brasil ia ter jeito. Os bares foram fechando, o pessoal morreu ou sumiu. Os que sobraram viram que plus ça change, plus c’est la même merde (quanto mais a coisa muda, mais continua a mesma... — em francês fica mais chique). Mas pelo menos a gente se divertiu à beça. A turma da Banda de Ipanema, da qual Carvana foi um dos fundadores, comparecia em
A torcida americana nas eleições do Brasil
'Miami Herald': Aécio pode mexer nas relações internacionais no Brasil
Ligações fortes com os países do Mercosul podem ser alteradas, caso Aécio chegue a presidência
O artigo destaca que Aécio, um candidato “pró-negócios” foi uma grande surpresa no segundo turno. O candidato pulou do terceiro lugar nas intenções de voto, para o segundo, competindo agora com a atual presidente e candidata a reeleição Dilma Roussef do PT, que alcanço 42% dos votos válidos.Segundo o jornal, o segundo turno parece que será definido com o apoio da candidata que acabou em terceiro lugar nas votações: Marina Silva. Muitos especialistas afirmam que é provável que Marina não apóie Dilma, por causa da campanha acida do PT contra ela. No entanto, a expectativa gira em torno da possibilidade de Marina apoiar Aécio Neves. Em entrevista para o jornal,Murillo Aragão, chefe do instituto de análises políticas Arko, afirma que “Dilma Russef está em uma situação difícil, porque 55% dos brasileiros pareceram querer mudanças”.
Em entrevista para o jornal americano, Rubens Barbosa, chefe da equipe de política externa da campanha de Aécio, disse que se seu candidato ganhar a eleição de segundo turno, o Brasil vai pôr fim à política externa dos últimos 12 anos, que ele definiu como "afinidades ideológicas" em vez de interesses nacionais do Brasil.
"Se Aécio vencer, haverá uma grande mudança na política externa do Brasil na região", disse Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington. "Haverá uma despolitização total de política brasileira em relação a outros países latino-americanos. Vamos diversificar nossas parcerias com todos os países da região, independentemente de suas ideologias".
As relações externas brasileiras tem se resumido a priorizar laços com países do Mercosul, no entanto exportadores tem reclamado que essas alianças são um obstáculo para o crescimento do Brasil. Exportadores não podem estabelecer acordos individuais com países europeus.As regras do Mercosul só permitem que as negociações sejam feitas em conjunt com os países do bloco. Barbosa afirmou para o jornal que o governo de Aécio Neves irá em busca de novos acordos de negócios com México, Chile, Colômbia e Peru.
O artigo conclui que a
No entanto, se o Aécio ganhar, podemos ver uma mudança nas políticas estrangeiras do país e uma possível aproximação com os Estados Unidos.
Opinião
As escolhas de Marina
Mauro Santayana
Lembrando
isso, recomenda-se avaliar com atenção as que, parece, podem estar nos
reservando a candidata do Partido Socialista à Presidência da
República.Marina Silva e sua agremiação precisam tomar cuidado para não querer ser “mais realistas que o rei”, com relação ao “mercado”. Uma entidade etérea, inefável, incongruente e contraditória, alçada, pela incompetência estratégica dos últimos governos, e vontade de parcela da mídia convenientemente azeitada para fazê-lo, a invisível fiador, diríamos quase um condutor, do processo político brasileiro.
Ansiosa por agradar ao sistema financeiro e aos especuladores, que estão fazendo fortuna na bolsa com o jogo de expectativas em torno das eleições de outubro, a senhora Marina Silva apressou-se a
Com relação a tratados comerciais, o mundo já aprendeu que é melhor negociar em grupo do que separadamente.
A Europa, que por aqui costuma ser apresentada – junto com os EUA – como paradigma de livre comércio, até agora não conseguiu fechar sua proposta para o Mercosul, porque o viés protecionista de muitos setores de sua economia, especialmente a agricultura, não lhe permitiu fazer isso.
Quanto ao BNDES, vários segmentos do empresariado nacional já declararam, em alto e bom som, que sem o apoio da instituição não é possível concorrer, nem aqui nem no exterior, com empresas multinacionais que contam com generosos subsídios de bancos estatais de fomento semelhantes, em seus respectivos países.
Afinal, vender
A Aliança do Pacífico não é um acordo de livre comércio, mas um factoide e um mito.
Não dá para tratar como nações de um bloco comercial à parte, e antagônico politicamente ao Brasil e ao Mercado Comum do Sul, países como o Peru e o Chile, que são membros associados ao próprio Mercosul, e que já possuem, na prática, uma aproximação tão grande conosco na área comercial que somos nós, e não o México, o seu principal parceiro comercial latino-americano.
O comércio entre os países da Aliança do Pacífico é tão “significativo” que, há 15 dias, em uma primeira rodada de negócios da AP, realizada na Colômbia, o volume de acordos fechados não chegou a pífios 100 milhões de dólares.
O Brasil quer aprofundar sua integração comercial com todos os países sul-americanos – o intercâmbio brasileiro com o Peru, por exemplo, aumentou em oito vezes nos últimos 10 anos – e já propôs a Santiago, Lima e Bogotá um tratado de livre comércio a partir de 2016.
Só não podemos fazer a mesma coisa com o México, nação que está amarrada por tratado aos Estados Unidos, e que seria utilizada como plataforma de exportação por Canadá e EUA para colocar produtos com isenção de impostos em nosso território, como já o fez no caso da indústria automobilística.
Há estudos mexicanos que mostram que há carros fabricados naquele país que têm apenas 30% de peças locais, enquanto no Brasil o conteúdo local médio quase chega a 60%, e há veículos em que alcança 90%.
Para se ter uma ideia do que ocorre com o comércio exterior mexicano, esse país importa tantas peças da China que seu déficit com Pequim chegou a 51 bilhões de dólares no ano passado.
O segredo do “avanço” industrial mexicano está na localização das “maquiladoras”, do outro lado da fronteira de um dos maiores mercados do mundo; em proventos miseráveis – um salário mínimo mexicano equivale a 10,99 reais por dia – e em uma carga tributária de 12%, o que, segundo a Cepal e o FMI, não permite que esse país responda minimamente a suas graves demandas sociais ou de infraestrutura.
Nos últimos dez anos, o México cresceu menos de 30%, e o Brasil quase 50%. Na educação, para ficar apenas em um exemplo, segundo o ranking de Shangai, recentemente divulgado, os mexicanos têm apenas uma universidade entre as primeiras 200 do mundo, enquanto nós – que segundo aqui se fala estamos muito mais atrasados do que eles – temos seis instituições superiores de ensino nessa lista, inclusive, uma, a USP, entre as primeiras 150 do mundo.
Nem a Aliança do Pacífico é uma maravilha, nem o Mercosul um inferno.
A Bolívia de Evo Morales, com baixíssima dívida externa e reservas internacionais que já chegam a metade do PIB, está virando exemplo de administração econômica bem-sucedida.
E a Argentina, com todos seus problemas, transformou-se esta semana no primeiro país latino-americano a fabricar, com recursos próprios, um satélite geoestacionário de telecomunicações, que será lançado no dia 16 de outubro, pela Arianespace, em Kourou, na Guiana Francesa.
Com um custo de 270 milhões de dólares e fabricado pela estatal Invap e a Empresa Argentina de Soluciones Satelitales, o Arsat-1, de 1.300 quilos e 15 anos de vida útil, é o primeiro de uma série de três, e deverá fornecer serviços de telefonia, acesso à internet e transmissão de dados para a Argentina e países limítrofes, entre eles, o Brasil.
Mauro Santayana é jornalista e meu amigo.
Que diabos de economia falida é essa com tanta gente consumindo?
"Cidadão brasileiro é cada dia mais consumidor", destaca secretária
Na cerimônia, ela destacou a importância da criação de canais que incentivem a participação dos consumidores. Ativa desde de junho, a página tem a o objetivo de intermediar os conflitos entre os cidadãos e empresas antes que as queixas cheguem a instâncias judiciais.Com os índices de respostas e tomada de soluções disponíveis no site, além da comparação entre as empresas, "há uma maior competição entre os agentes do mercado, porque suas ações em relação ao consumidor podem ser comparadas", ressaltou a secretária.
Um dos pontos criticados por associações de defesa do consumidor é que a participação no portal é voluntária, o que pode resultar numa baixa adesão.
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