Opinião

A primeira arma da guerra é a mentira

Esta não é uma guerra de posições, como diria Gramsci. Esta é uma guerra de extermínio. E a primeira arma da guerra é sempre a mentira.
Jean François Revel (Foto: Domenec Umbert)Jean François Revel (Imagem: Domenec Umbert)

A propaganda é a alma do negócio. Mais do que isso, como mostrou o Dan Draper de Mad Man, a propaganda pode ser um negócio sem alma.
No tempo da inocência, ela se limitava a estimular desejos de consumo ou a comparar qualidades de refrigerantes, sabonetes ou cereais matinais. A mais furiosa das críticas à propaganda era que ela estimulava o consumismo desenfreado ao criar necessidades inexistentes. Milhões de almas puras sucumbiram à sedução do consumismo, e ainda que isso tenha feito girar a roda da economia, no imaginário moral a propaganda ficou estacionada no purgatório dos vícios da sociedade.
Entre as formas de mistificação presentes na sociedade moderna, a propaganda comercial talvez esteja entre as mais inocentes. Até o mais ingênuo dos seres, quando submetido a ela, sabe que alguém está tentando manipulá-lo para achar que um sabão em pó lava mais branco que o outro. E que preferir Omo a Rinso é uma escolha que representa ganhos econômicos para alguém.
Depois que descobriram o marketing político e ele se fundiu à ideologia - ainda que usada apenas como excipiente para a mais sórdida fisiologia - como mostra o andamento da atual campanha eleitoral no País, a receita desandou em veneno. Aqui é mais grave, porque trata-se de mistificar fatos que conduzem a escolhas políticas que determinam o futuro de um país. Não se trata apenas de escolher entre dois tipos de sabão em pó, mas entre formas de conduzir, tratar e administrar a coisa pública.
Ensinava Jean François Revel, ensaísta, filósofo e jornalista francês: “O que é ideologia? É uma tríplice dispensa; dispensa intelectual, dispensa prática e dispensa moral. A primeira consiste em reter apenas os feitos favoráveis às teses que se defende, inclusive em inventá-los totalmente, e em negar os outros, omiti-los, esquecê-los, impedir que sejam conhecidos. A dispensa prática suprime o critério de eficácia, tira todo o valor de refutação aos fracassos. Uma das funções da ideologia é, ademais, fabricar explicações que justificam e desculpam esses fracassos
Esse era o bom debate intelectual que o filósofo francês travava nos anos70/80, quando no campo de batalha das ideias da Europa o socialismo real agonizante ainda era mantido vivo por respiração artificial pelos partidos gestados no pós guerra, que resistiam a todas as provas empíricas de seu fracasso no mundo real. Até que os fatos se impuseram às lendas.
A campanha eleitoral em andamento no Brasil, mostra que a máquina de moer conceitos da propaganda aplicada à política não tem sequer a pretensão de confrontar fatos reais e defender a superioridade de uma política sobre a outra. Os adversários nao existem para ser confrontados, mas para ser aniquilados.
Esta não é uma guerra de posições, como diria Gramsci. Esta é uma guerra de extermínio. E a primeira arma da guerra é sempre a mentira.

By Sandro Vaya

Articulações

Há de tudo um pouco na política do Ceará. Por exemplo? Na Assembleia até o terceiro suplente poderá assumir a Casa. Isso se der um lado. Se der outro lado os planos se inverteriam, podendo, entretanto a coisa ser negociada passando pela Prefeitura. Só que, o que rola de especulação, de neguim dizendo que sabe tudo, pode tudo, faz tudo é impressionante.

Faltam 8 dias

Segura aí pessoal. Termina já já.

Olhar 33 X 2

 

Towel series
O fotografo peruano Mário Testino, apaixonado pelo Brasil, está aumentando sua coleção de fotos da Towel Series, onde elas e eles aparecem como se estivessem acabado de sair do banho. Agora, Yasmin Brunet é a nova fotografada, sucedendo Laura Neiva que preferiu ficar mesmo apenas com a toalha na cabeça. Testino é craque em desnudar: é o único que já clicou Fernanda Lima in natura, em nu frontal.

Ataques de Dilma amadurecem Marina na marra (Opinião do Josias)

Há uma Marina Silva diferente na praça. Ela descobriu que, na política, quem vive apenas de bons sentimentos morre de inanição. Expelida da sucessão de 2010 na semifinal, Marina trancou-se em suas virtudes e declarou-se neutra. Em 2014, a esfinge se deu conta de que a neutralidade, por estéril, salva a alma, mas não muda as coisas. E enxergou, entre a nova e a velha política, algo muito parecido com a política do possível.
O amadurecimento de Marina é obra do PT. A pancadaria do comitê de Dilma Rousseff deformou a imagem de Marina. A sonhadora virou mentirosa. A intransigente, irresponsável. A altruísta, imoral. Moída, Marina faz por Aécio Neves o que não fizera por si mesma. No primeiro turno, vetara até fotografias ao lado de tucanos como Alckmin. No segundo round, faz pose ao lado de Aécio sem cara de nojo.
Dilma fez de Marina uma ardorosa anti-Dilma. E ensinou-lhe, na base da pancada, que, entre o idealismo e a prática há um meio-termo que transforma a política na arte do necessário. E nada parece tão necessário para Marina nesse instante do que arrancar Dilma do Planalto. A campanha de Dilma apressou-se em recordar na tevê que Aécio também bateu em Marina.

Sábado

O horário de verão começa neste sábado. À meia-noite, os relógios têm de ser adiantados em uma hora no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A mudança vai vigorar até 22 de fevereiro.

Bom dia

A propósito de declarações do terceiro vice-presidente do PP-Partido Progressista no Ceará, de que a Executiva do PP teria mudado de lado, passando de eleitor de Camilo Santana para ser eleitor de Eunício Oliveira, o deputado federal Padre José Linhares Ponte, presidente do PP, que por muito tempo tentou fazer da figura em questão alguém na política, divulgou nota oficial desmentindo e desautorizando tal procedimento. A notícia portanto era mentirosa e cheia de cavilação.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
      O Deputado Federal José Linhares Ponte, Presidente do Partido Progressista em nota para esse blog, DESMENTE o boato que circula na cidade sobre a adesão da Executiva do Partido Progressista à Candidatura do candidato Eunício Oliveira. Confirma o apoio à candidatura de CAMILO SANTANA.
Fortaleza, 17 de Outubro de 2014.

Aniversariante

 Hoje, uma personalidade muito querida de todos nós, chega aos 70 anos. O bom caráter Luiz Carlos Correia, a quem carinhosamente chamo de Luiz Confiança, Diretor da Mudanças Confiança, filho do saudoso Otacílio Correia, político que faz uma falta enorme ao Ceará, aniversaria. Junto-me às orações por seu bem estar e vida longa certo de que para as pessoas do bem haverá sempre um lugar no coração dos que admiram os verdadeiros, como o "Confiança" em questão. Que Deus o abençoe e não nos desampare jamais.

Políticos deixaram a Justiça tomar conta...deu no que deu!


TSE intervém na baixaria e proíbe ataques do PT contra Aécio
TSE dá um basta nos ataques: propaganda eleitoral deve ser propositiva
min dias toffoli by roberto jayme
Ministro Toffoli: “programas eleitorais gratuitos têm que ser programáticas e propositivas”
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu por 4×3 votos, nesta quinta-feira (16) que as propagandas eleitorais gratuitas em cadeia nacional de rádio e TV não podem servir para atacar pessoalmente candidato adversário, mas sim para debater propostas, e suspendeu a publicidade da candidata Dilma Rousseff (PT) de rádio. A proibição não inclui outros debates, entrevistas etc.
A propaganda, veiculada no rádio em 15 de outubro, mostra uma militante do PT, ex-presidente do sindicato dos jornalistas de Minas Gerais, acusando o candidato tucano de “ameaçar o emprego” de quem o critica.  O PSDB alegou que a propaganda atingia a honra do candidato. A maioria dos ministros do TSE entendeu que o horário eleitoral gratuito tem a finalidade de apresentar propostas ao eleitor e não pode ser utilizada para ataques, menos ainda com depoimentos de terceiros.
A decisão abre precedente para que o TSE proíba todos os eventuais ataques a candidatos no horário gratuito. “Essa decisão altera jurisprudência da Corte e caminha no bom sentido de estabelecer que, nos programas eleitorais gratuitos, as campanhas têm que ser programáticas e propositivas. Tem que se reformatar isso e acabar com essa pirotecnia”, afirmou o presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli.
O ministro Gilmar Mendes, que também defendeu suspender a propaganda, criticou a atuação de “marqueteiros” nas campanhas eleitorais. “É preciso garantir o horário gratuito sem o artifício desse marketing, que acaba por manipular, inclusive atribuindo ideias que o próprio candidato não tem.”
min joao otavio de noronha by roberto jayme
Ministros Noronha: “ofensa pessoal cujos passos caracterizam um crime”
O ministro João Otávio de Noronha afirmou que, no caso, não houve uma questão política, mas “uma ofensa pessoal cujos passos caracterizam um crime”. Salientou que o horário eleitoral gratuito não foi feito para ataques pessoais, mas para a apresentação de programas de governo. “Não se deve gastar o dinheiro público para esse tipo de ataque”, acentuou.
Já o ministro Luiz Fux afirmou que “a Justiça Eleitoral tem que adotar uma postura de como vai admitir que esse jogo seja jogado. Não dá mais para ficar no minimalismo sem equilibrar”, considerou.
As ministras Maria Thereza de Assis Moura e Luciana Lóssio acompanharam o relator, mas também ressaltaram entender que o Tribunal deve fixar parâmetros “para uma campanha ética, que tenha um mínimo de decoro”.
Há outras duas representações do PSDB com pedido para que a candidata petista seja investigada pelos crimes de calúnia, difamação e injúria, inclusive para a alegação de que durante o mandato de Aécio como governador de Minas Gerais foram “desviados” R$ 7,6 bilhões da área de saúde.

Opinião



É estridente o silêncio da Câmara diante dos expedientes adotados para protelar a chegada ao plenário do pedido de cassação de André Vargas, amigo $eleto do doleiro Alberto Youssef. Prevalece o esprit de porcs, versão nacional do francês esprit de corps.
O Conselho de Ética da Câmara aprovou a cassação de Vargas em 20 de agosto. O pedido iria ao plenário. Mas o companheiro recorreu. Decorridos quase dois meses, a encrenca encontra-se estacionada na Comissão de Constituição e Justiça.
Há sobre a mesa um relatório que pede o indeferimento do recurso de Vargas. Redigiu-o Sérgio Zveiter (PSD-RJ). Ele tenta levar a peça a voto desde o princípio de setembro. Dizia-se que tudo se resolveria depois das urnas do primeiro turno. Marcaram-se duas sessões. Mas a falange pró-Vargas fez minguar o quórum. A última pseudo-tentativa micou nesta quarta-feira.
O paranaense André Vargas tenta chegar ao final da legislatura com o mandato intacto. O baiano Luiz Argôlo, outro ami$$íssimo de Youssef, ambiciona a mesma sorte. As chances aumentaram depois que Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef decidiram ganhar a vida com o suor do dedo indicador.
Numa soma modesta, são contados na casa da centena os congressistas que serão pendurados de ponta-cabeça nas manchetes no dia em que os depoimentos prestados sob o sigilo da delação puderem soar em público. Daí a tática da protelação, baseada no princípio segundo o qual uma mão suja a outra.
Quer dizer: o mutismo da Câmara não é casual. Há método no silêncio dos deputados. É como se eles gritassem sem abrir a boca: “Somos todos Vargas.” Convém à opinião pública escutar esse silêncio.

josias de souza