Prefeito Roberto Cláudio participa de ações em alusão ao Dia Mundial da Luta contra a Aids no Terminal do Siqueira
O Dia Mundial da Luta contra a Aids, comemorado nesta segunda, dia 1º de
dezembro, será marcado com uma ação de conscientização no Terminal do
Siqueira, a partir das 9 horas. O prefeito Roberto Cláudio estará
presente na ação, junto com a secretária de Saúde do Município (SMS),
Socorro Martins, a coordenadora da Área Técnica de DST/Aids e Hepatites
Virais de Fortaleza, Fabiana Sales, o secretário de Trabalho,
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Setra), Claudio Ricardo, o
presidente do Conselho Estadual de Saúde, João Marques, e representantes
da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids do Ceará (RNP/CE).
“Nosso interesse é conscientizar e informar a população durante todo o
evento”, disse Socorro Martins.
A população terá acesso gratuito à teste rápido de HIV, distribuição de camisinhas, entrega de material educativo, tira-dúvidas, entre outras atividades.
Outra ações a serem realizadas pela Prefeitura, em atenção a pessoas vivendo com HIV, são a distribuição de cestas básicas, passe livre e reformas no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Em reunião, nesta sexta-feira (28/12), o prefeito Roberto Cláudio aprovou as medidas. Em primeiro momento, 220 portadores do HIV receberão os benefícios. As cestas básicas serão distribuídas mensalmente.
A Prefeitura de Fortaleza disponibilizará, ainda, cerca de 30 passagens por mês ao pacientes em tratamento. Quanto ao Creas, localizado no bairro Rodolfo Teófilo, será ampliado para melhorar o seu acolhimento.
“Estes pontos definidos na reunião são uma vitória para nós. Discutimos estes projetos há mais de 15 anos em Fortaleza e o prefeito Roberto Cláudio acaba de atender nossos pedidos”, conta Vando Oliveira, coordenador do RNP/CE. Para ele, cesta básica, transporte gratuito e um centro de acolhimento maior são fundamentais para o tratamento das pessoas que estão vivendo com o vírus da Aids.
“Esta é uma luta que envolve uma dimensão importante e com duas diretrizes. Quanto mais as pessoas sabem a respeito dos riscos, melhor a prevenção. Outro ponto é humanizar e acolher com dignidade e sem preconceitos pacientes que hoje já convivem com a Aids”, explicou Roberto Cláudio.
A população terá acesso gratuito à teste rápido de HIV, distribuição de camisinhas, entrega de material educativo, tira-dúvidas, entre outras atividades.
Outra ações a serem realizadas pela Prefeitura, em atenção a pessoas vivendo com HIV, são a distribuição de cestas básicas, passe livre e reformas no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Em reunião, nesta sexta-feira (28/12), o prefeito Roberto Cláudio aprovou as medidas. Em primeiro momento, 220 portadores do HIV receberão os benefícios. As cestas básicas serão distribuídas mensalmente.
A Prefeitura de Fortaleza disponibilizará, ainda, cerca de 30 passagens por mês ao pacientes em tratamento. Quanto ao Creas, localizado no bairro Rodolfo Teófilo, será ampliado para melhorar o seu acolhimento.
“Estes pontos definidos na reunião são uma vitória para nós. Discutimos estes projetos há mais de 15 anos em Fortaleza e o prefeito Roberto Cláudio acaba de atender nossos pedidos”, conta Vando Oliveira, coordenador do RNP/CE. Para ele, cesta básica, transporte gratuito e um centro de acolhimento maior são fundamentais para o tratamento das pessoas que estão vivendo com o vírus da Aids.
“Esta é uma luta que envolve uma dimensão importante e com duas diretrizes. Quanto mais as pessoas sabem a respeito dos riscos, melhor a prevenção. Outro ponto é humanizar e acolher com dignidade e sem preconceitos pacientes que hoje já convivem com a Aids”, explicou Roberto Cláudio.
30 anos depois do fim da ditadura...
Eleito, Tabaré Vázquez diz que Uruguai "pode melhorar mais"
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Pablo Bielli/AFPPesquisa boca de urna indica que o candidato governista Tabaré Vázquez, 74, venceu o segundo turno das eleições uruguaias
"Estão convocados todos para o diálogo que queremos que seja sem preconceito, mas com lealdade, produtivo, que leve a decisões concretas e sustentáveis, e que sem ignorar ninguém e abrangendo a todos reflita a maioria, porque isto é a alma da democracia", afirmou Vázquez, médico oncologista de 74 anos.
O candidato pela coalizão governamental Frente Ampla (FA) se tornará o presidente mais votado do Uruguai se os resultados das primeiras pesquisas que lhe dão a vitória forem confirmados. Ele teria um total de entre 53,5% e 53,9% dos votos.
"O Uruguai de hoje não é o de 2005 nem o de 2010, não é perfeito nem o será, mas é a cada dia melhor e pode melhorar mais", assinalou Vázquez em entrevista coletiva, após saber dos resultados que as empresas pesquisadoras fizeram na boca de urna.
Após uma mensagem de agradecimento a, entre outros, sua equipe e a todos os cidadãos por ter feito de hoje um dia de paz, o candidato quis mandar uma saudação a seu oponente, o candidato pelo Partido Nacional (PN), Luis Lacalle Pou, e a seu companheiro de chapa, Jorge Larrañaga, além de a todos os cidadãos que lhes apoiaram.
"Não se trata de perseguir quimeras, mas de olhar de frente para a realidade e a partir dela fixar objetivos ambiciosos, mas alcançáveis", acrescentou Vázquez, para quem algumas dessas metas são "imediatas" e outras de mais longo prazo, mas todas devem ser encaradas "com perspectiva estratégica rumo certo, condução confiável e sentido de nação".
Em seu discurso quis lembrar que se completam 30 anos do pleito que marcou o fim da ditadura militar (1973-1985) e da restauração da democracia no Uruguai.
"Hoje, exatamente 30 anos depois, os uruguaios novamente dizem sim. Sim a mais liberdades e mais direitos, melhor democracia e melhor cidadania. Mais desenvolvimento econômico, social e cultural, porque a cultura em seu sentido mais amplo e profundo não é um adorno", destacou.
Vázquez atribuiu este "pronunciamento soberano" à "credibilidade" da Frente Ampla, de suas propostas e ações e à "convicção e tenacidade" de todos seus militantes em todo o território nacional, porque "além das candidaturas partidárias hoje o Uruguai foi o vencedor", destacou.
Neste sentido, Vázquez pediu o diálogo e o acordo entre todos os setores e em todos os âmbitos da sociedade a partir dos próximos dias, nos quais, se forem confirmados os resultados, começam as tarefas de transição entre o Governo que sai e o novo.
A convivência e a segurança, a educação e a saúde, a habitação e as infraestruturas, a proteção social, a inovação e o meio ambiente são alguns dos campos nos quais, segundo antecipou, se concentrará em seu eventual Governo, além de mais trabalho, melhor emprego e sustentabilidade ambiental.
Do UOL com Agencias
Transito violento - Estatística macabra até ontem
27 acidentes com 14 feridos e 4 óbitos em rodovias estaduais
Entre eles, uma senhora de 60 anos, identificada como Antônia Socorro de Araújo Morais, morreu após capotar o carro no município de Aiuaba na CE 179, no Km 499. A vítima é mãe do ex-prefeito de Aiuaba e tia do atual prefeito.
Ainda segundo a PRE, foram registradas 28 irregularidades envolvendo CNH falsas e motoristas autuados na Lei Seca.
Coluna do blog
Montevideo(Uruguay)
Especial - Mujica diz estar certo da vitória de Vasquez nas eleições
Em uma década de governos da Frente Ampla, a
economia uruguaia cresceu em média 5% ao ano, o desemprego caiu, e o índice de
pobreza foi reduzido de 39% para 11%. Mas quem colocou o pequeno país no mapa
foi o atual presidente José Pepe Mujica, cujo sucessor será eleito neste
domingo. Desde que ele assumiu a presidência, em 2010, Mujica - de 79 anos –
fez fama por ser diferente. Vive na mesma chácara e dirige o mesmo fusca velho.
Um xeque árabe quis comprar o carro por um US$ 1 milhão, mas ele recusou a
vendê-lo. Doa 90% de seu salário presidencial para projetos sociais. No seu
governo, três medidas polêmicas foram aprovadas: aborto, casamento entre
pessoas do mesmo sexo e livre produção e venda de maconha. Para a imprensa José
Pepe Mujica disse que - depois de entregar a presidência a seu sucessor, em
março - tem muitos planos. Já começou a construir uma escola de ofícios
agrícolas em um canto da chácara e vai continuar fazendo política, como senador
– cargo para o qual foi eleito no primeiro turno, das eleições presidenciais e
legislativas, em outubro passado.Os uruguaios foram às urnas para renovar a
totalidade do Congresso: a Frente Ampla obteve maioria em ambas as casas. Mas
nenhum candidato a presidente obteve suficientes votos para ser eleito no
primeiro turno. Por isso, ontem (30), o candidato governista Tabaré
Vasquez disputou o segundo turno com
Luis Lacalle Pou, do tradicional Partido Nacional ou Blanco. Pepe Mujica disse
estar certo da vitória de Tabaré Vasquez. E disse que, no Congresso, vai
defender reforma constitucional e adoção de regras claras para combater a
corrupção – principalmente na política. “Precisamos assegurar regras que ajudem
a combater alguns desvios que estão aparecendo na América Latina, como a
corrupção”, disse Mujica. “Não porque tenhamos corrupção, mas porque quando
você vê as barbas do vizinho ardendo, melhor colocar as suas de molho”, disse. E
como fazer isso? Fiel ao seu estilo de dizer o que pensa, sem rodeios, Pepe
Mujica respondeu: “Ah! Tendo as ideias claras, sabendo que não estamos aqui
pelo dinheiro e que temos que botar para correr da política a todos aqueles que
gostam muito de dinheiro. Essa e a primeira medida”. Segundo ele, é preciso
“ser sóbrio na política e viver como vive a maioria do nosso povo e não como
vive a minoria”. O povo, disse Mujica, “não vê apenas o discurso, vê tudo o que
rodeia os políticos”.
A
frase: “Mesmo que não acredite numa só
palavra, defendo o direito de cada um mentir sua mentira mais cabeluda”.
Acredite, se quiser.
Novo livro do Frota Neto (Nota da foto)
O Frota Neto estava lá. No olho do furacão.
Lançamento dia 10, próximo, na Biblioteca do Senado, as seis e meia da tarde,
em Brasília.
O
ódio do perdedor
A
Presidenta Dilma é refém dos aliados. A frase é do mais novo zangado brasileiro,
o derrotado Aécio Neves, tucano que acha, vai ver, que Dilma deveria ser refém
deles, os perdidos na noite escura brasileira.
Desarmando
o bandido
Manoel
Duca, deputado estadual do PROS, foi ao meio fio. Defendeu projeto do Rogério
Peninha, de Santa Catarina, na Câmara Federal, modificando o estatuto do
desarmamento que deixa o cidadão a mercê da arma do bandido.
Justificativa
Pra
Duquinha se o bandido souber que o cidadão não tem uma arminha, vai na grande
pra cima. Se tiver pelo menos dúvida, pensa duas vezes. Carinha que vai
assaltar cidadão que pode estar armado...cuida de se benzer antes.
Aliás...
Mike
Tyrson, aquele maluco dos punhos e dentes fortíssimos, foi preso. Passou anos
na cadeia. Perguntaram pra Tyson se ele acreditava que a cadeia promovia a
ressocialização de um apenado.
Resposta
-
Não, não acredito. Cadeia não ressocializa ninguém. Você aprende, porém, uma
coisa: Se eu fiz uma coisa errada e isso me deu 10 anos de cadeia, se eu fizer
de novo vou pegar mais 10 anos. Isso não é socializar de novo, é saber que vai
mofar no buraco.
Traduzindo
Se
o Brasil tivesse leis que deixassem bandidos presos pelos prazos previstos e
não houvesse tanta vereda de preá pra advogado bota-los nas ruas até por
leitura de livros de sacanagem, vagabundo pensaria duas vezes antes de atirar
numa pessoa. Aí, só bala.
Cabo
pensante
Cabo
Sabino acha que foi o povo do Ceará que fez dele deputado federal e critica
ação do presidente do TJ cearense que manteve sua expulsão da Polícia Militar.
Ele pensa que foi expulso por perseguição política, quando só tinha o voto
dele. Ele esculhambou com o comandante dele e com o Governador do Estado.
Bom dia
Pepe Mujica com Tabaré.
Montevideo - Uruguay - Especial
As três empresas de pesquisas Cifra, Equipamentos e Factum confirmaram que Tabaré Vázquez será o próximo presidente do Uruguai, segundo reportou o jornal El País. O candidato da Frente Ampla obteve entre 53% e 54% dos votos nas eleições presidenciais, realizadas neste domingo no país, de acordo com as pesquisas.
Vázquez deve se reunir esta semana para formar seu gabinete. Ele assumirá o cargo no dia 1º de março. Os resultados finais da Justiça Eleitoral estão previstos para serem anunciados à meia-noite (horário local).
No Uruguay não tem político rico, mas arremediados
Os políticos do Uruguai se orgulham da sua austeridade
A maioria dos candidatos presidenciais leva uma vida modesta
Com a substituição de José Mujica no comando da presidência do Uruguai, haverá, sem dúvidas, uma mudança em um estilo único de governar. Mas todos os candidatos eleitos no primeiro turno (senadores e deputados)
deverão manter a austeridade que tanto chamou a atenção do mundo. Sem
dúvida alguma, o ex-guerrilheiro tupamaro levou até a última instância o
perfil discreto característico da política uruguaia. Mas passando em
revista os presidenciáveis, da esquerda à direita, nenhum se projeta
fora do campo da igualdade social, tão apreciada pelos uruguaios.
“Ninguém é melhor do que ninguém” é um dito popular que os uruguaios levam gravado em seu DNA e que Mujica colocou novamente na moda. Políticos e eleitores se projetam como parte de uma democracia social.
Nesse contexto, as declarações de bens dos candidatos, publicadas recentemente pelo jornal El Observador, indicam a modéstia com que os políticos enfrentam o acesso à liderança de seus partidos ou a chegada às instâncias máximas do poder. O líder da Frente Ampla, Tabaré Vázquez, principal favorito para as eleições presidenciais de hoje, em segundo turno, tem uma das melhores situações financeiras no grupo de presidenciáveis. Médico especialista em oncologia, recebe uma pensão como ex-presidente (cargo que ocupou de 2005 a 2010) que não passa de cerca de 5.875 reais, além de continuar exercendo a medicina, com uma renda média de uns R$5 mil reais. Seu patrimônio total chega a pouco mais de um milhão de reais.
Durante seu período como presidente, preferiu morar em sua própria
casa, uma residência cômoda no bairro de El Prado, antiga região
aristocrática de Montevidéu agora em decadência. Uma bandeira do Uruguai
e um carro de patrulha policial eram os únicos sinais de que ali vivia
um presidente. Mas mesmo essa modéstia chegou a escandalizar alguns
setores da Frente Ampla, que consideravam como ostentação o fato de seu
líder ter um estilo de vida de classe média alta, de médico com várias
décadas de trabalho sobre os ombros.
As origens humildes de Tabaré Vázquez o protegem de qualquer desconfiança, o que já não é o caso do candidato surpresa do Partido Nacional (de centro-direita), Luís Lacalle Pou. Filho do ex-presidente Luís Alberto Lacalle, ele provém do que existe de mais parecido com uma aristocracia no Uruguai. Sua família tem dinheiro e, conforme demonstrou sua campanha, os que os apoiam também. Mas, aos 40 anos, Lacalle Pou apresenta a menor renda entre todos os candidatos presidenciais: um salário mensal de deputado de cerca de R$10 mil reais, um patrimônio de aproximadamente R$350 mil reais e muitas dívidas.
Sem dúvidas, aquele na lista que goza de melhor situação econômica é o líder do Partido Colorado (de direita), descendente de uma família de fazendeiros. Segundo declarou, Pedro Bordaberry,derrotdado no primeiro turno, ex-ministro e filho do ex-ditador Juan María Bordaberry (1973-1976), possui um patrimônio de pouco mais de R$3 milhões de reais.
Mas para qualquer político do Partido Colorado, ser qualificado como rico ou milionário equivaleria a um insulto, já que a direita tradicional se considera sucessora do presidente José Battle y Ordóñez, fundador do Estado moderno e laico uruguaio no século XIX, e quem cunhou outra famosa frase: “que os ricos sejam menos ricos e os pobres menos pobres”.
Por isso, no Uruguai, um presidente ao estilo do chileno Sebastián Piñera – milionário, dono de um canal de televisão e de um clube de futebol, e com interesses em setores-chave da economia chilena – teria dificuldades em se apresentar a uma eleição, precisamente por encarnar todo o oposto da igualdade republicana.
Mais que a austeridade, a obsessão por não ostentar é uma característica geral dos uruguaios. Basta circular pelo bairro de Carrasco, o mais endinheirado de Montevidéu, para comprovar a contenção dos ricos em suas casas e mansões. No fim da década de oitenta e início da década de noventa, em plena febre de privatizações e dinheiro rápido em toda a América Latina, uma parte da direita uruguaia tentou aderir à mesma onda. Isso resultou em um plebiscito convocado por políticos e cidadãos de esquerda e direita em 1992. O referendo arrasou nas urnas com 71% dos votos destruindo os projetos de privatização de várias empresas estatais que continuam existindo hoje.
A batalha não foi apenas econômica: foi cultural e abriu um precedente. Nesse contexto, a corrupção dos políticos é pouco frequente e, mesmo no atual período pré-eleitoral, propício a todo tipo de acusações, uns e outros reconhecem a integridade de seus oponentes.
A senadora e esposa do presidente Mujica, Lucía Topolansky, afirmava estes dias que durante seu mandato “ninguém colocou dinheiro no bolso, e podemos pôr as mãos no fogo por todos que trabalharam”. A ex-guerrilheira diz que não se trata de uma característica particular de seu partido, mas sim “que faz parte do país”. “O Uruguai é como uma mata aberta. Vê-se tudo. [O político] está sob mais pressão. Se algum tem uma tentação, se vê mais pressionado”, disse.
Topolansky explicou por que é difícil ver um grande número de casos de enriquecimento ilícito no país: “Havia um velho dirigente sindical que dizia: ‘No Uruguai, não há ricos, há riquinhos’’, prosseguiu Topolansky. “Há algumas coisas que são próprias de um país mais aldeão: todos nós nos conhecemos e em cinco minutos de conversa descobrimos que temos algum amigo ou familiar em comum”.
Às vezes, a obsessão por não parecer perdulário provoca situações caricaturais, como o eterno debate sobre a compra de um avião presidencial. O Estado uruguaio poderia se permitir a esse luxo, mas nenhum governante parece disposto a pagar o preço político de tal aquisição. No caso de Mujica é simplesmente impensável, apesar de ser ele, com seus 79 anos, um dos mais prejudicados pelas seguidas viagens em voos de carreira, muitas vezes com escala.
Com Magdalena Martine´z e agencias
“Ninguém é melhor do que ninguém” é um dito popular que os uruguaios levam gravado em seu DNA e que Mujica colocou novamente na moda. Políticos e eleitores se projetam como parte de uma democracia social.
Nesse contexto, as declarações de bens dos candidatos, publicadas recentemente pelo jornal El Observador, indicam a modéstia com que os políticos enfrentam o acesso à liderança de seus partidos ou a chegada às instâncias máximas do poder. O líder da Frente Ampla, Tabaré Vázquez, principal favorito para as eleições presidenciais de hoje, em segundo turno, tem uma das melhores situações financeiras no grupo de presidenciáveis. Médico especialista em oncologia, recebe uma pensão como ex-presidente (cargo que ocupou de 2005 a 2010) que não passa de cerca de 5.875 reais, além de continuar exercendo a medicina, com uma renda média de uns R$5 mil reais. Seu patrimônio total chega a pouco mais de um milhão de reais.
As origens humildes de Tabaré Vázquez o protegem de qualquer desconfiança, o que já não é o caso de Luís Lacalle Pou, o adversário.
As origens humildes de Tabaré Vázquez o protegem de qualquer desconfiança, o que já não é o caso do candidato surpresa do Partido Nacional (de centro-direita), Luís Lacalle Pou. Filho do ex-presidente Luís Alberto Lacalle, ele provém do que existe de mais parecido com uma aristocracia no Uruguai. Sua família tem dinheiro e, conforme demonstrou sua campanha, os que os apoiam também. Mas, aos 40 anos, Lacalle Pou apresenta a menor renda entre todos os candidatos presidenciais: um salário mensal de deputado de cerca de R$10 mil reais, um patrimônio de aproximadamente R$350 mil reais e muitas dívidas.
Sem dúvidas, aquele na lista que goza de melhor situação econômica é o líder do Partido Colorado (de direita), descendente de uma família de fazendeiros. Segundo declarou, Pedro Bordaberry,derrotdado no primeiro turno, ex-ministro e filho do ex-ditador Juan María Bordaberry (1973-1976), possui um patrimônio de pouco mais de R$3 milhões de reais.
Mas para qualquer político do Partido Colorado, ser qualificado como rico ou milionário equivaleria a um insulto, já que a direita tradicional se considera sucessora do presidente José Battle y Ordóñez, fundador do Estado moderno e laico uruguaio no século XIX, e quem cunhou outra famosa frase: “que os ricos sejam menos ricos e os pobres menos pobres”.
Por isso, no Uruguai, um presidente ao estilo do chileno Sebastián Piñera – milionário, dono de um canal de televisão e de um clube de futebol, e com interesses em setores-chave da economia chilena – teria dificuldades em se apresentar a uma eleição, precisamente por encarnar todo o oposto da igualdade republicana.
Mais que a austeridade, a obsessão por não ostentar é uma característica geral dos uruguaios. Basta circular pelo bairro de Carrasco, o mais endinheirado de Montevidéu, para comprovar a contenção dos ricos em suas casas e mansões. No fim da década de oitenta e início da década de noventa, em plena febre de privatizações e dinheiro rápido em toda a América Latina, uma parte da direita uruguaia tentou aderir à mesma onda. Isso resultou em um plebiscito convocado por políticos e cidadãos de esquerda e direita em 1992. O referendo arrasou nas urnas com 71% dos votos destruindo os projetos de privatização de várias empresas estatais que continuam existindo hoje.
A batalha não foi apenas econômica: foi cultural e abriu um precedente. Nesse contexto, a corrupção dos políticos é pouco frequente e, mesmo no atual período pré-eleitoral, propício a todo tipo de acusações, uns e outros reconhecem a integridade de seus oponentes.
A senadora e esposa do presidente Mujica, Lucía Topolansky, afirmava estes dias que durante seu mandato “ninguém colocou dinheiro no bolso, e podemos pôr as mãos no fogo por todos que trabalharam”. A ex-guerrilheira diz que não se trata de uma característica particular de seu partido, mas sim “que faz parte do país”. “O Uruguai é como uma mata aberta. Vê-se tudo. [O político] está sob mais pressão. Se algum tem uma tentação, se vê mais pressionado”, disse.
Topolansky explicou por que é difícil ver um grande número de casos de enriquecimento ilícito no país: “Havia um velho dirigente sindical que dizia: ‘No Uruguai, não há ricos, há riquinhos’’, prosseguiu Topolansky. “Há algumas coisas que são próprias de um país mais aldeão: todos nós nos conhecemos e em cinco minutos de conversa descobrimos que temos algum amigo ou familiar em comum”.
Às vezes, a obsessão por não parecer perdulário provoca situações caricaturais, como o eterno debate sobre a compra de um avião presidencial. O Estado uruguaio poderia se permitir a esse luxo, mas nenhum governante parece disposto a pagar o preço político de tal aquisição. No caso de Mujica é simplesmente impensável, apesar de ser ele, com seus 79 anos, um dos mais prejudicados pelas seguidas viagens em voos de carreira, muitas vezes com escala.
Com Magdalena Martine´z e agencias
Pepe Mujica vai ser senador depois de eleger Tabaré presidente para o seu lugar
Montevideo - Uruguay - Especial - Um dos poucos prazeres que José Mujica
pretende concretizar quando terminar seu mandato presidencial é visitar
a cidade vasca de Muxica, na Espanha, de quase 1.500 habitantes. Foi de
lá que partiu seu bisavô rumo ao Uruguai no século XIX. Mujica visitou a
cidade pela primeira vez no ano passado e pretende regressar no ano que
vem. Neste domingo, o Uruguai realiza eleições presidenciais que marcarão o fim de seu mandato, mas não de sua presença na política.
O candidato de esquerda, Tabaré Vázquez, de 75 anos, é o favorito em todas as pesquisas contra Luis Lacalle Pou, 41, do Partido Nacional, de centro-direita. O resultado será divulgado na segunda-feira, mas Mujica permanecerá na presidência até 1o de março, como determina a Constituição. Depois disso, continuará vivendo em seu pomar e não ficará de braços cruzados. A Frente Ampla, seu partido e o de Tabaré Vázquez, sabe que “el Pepe” é a máquina mais poderosa para ganhar votos e não pretende desperdiçá-la.
Uma pessoa muito próxima a Mujica o descreve assim: “É um animal político, incansável como um desses velhos que consertam uma cadeira, depois uma mesa, o armário, voltam à cadeira e seriam capazes de quebrá-la para poder consertá-la de novo”. Tem 79 anos, nove a mais que sua esposa, a também ex-guerrilheira dos Tupamaros, Lucía Topolansky. Ambos trabalharão juntos durante os próximos cinco anos como senadores da Frente Ampla. “El Pepe”, diz a esposa, “vai cumprir um grande papel como mediador no Senado. Porque é um grande negociador. Já perdi a conta de reuniões feitas em nossa casa com sindicalistas, professores, agricultores, vizinhos, generais, ministros... E o Senado vai ter seu soldado mais fiel, que eu sempre fui. Já coincidimos em uma legislatura como senadores.”
Dentro dos 27 grupos que integram a Frente Ampla, apenas sete têm um peso importante, como o Partido Socialista e o Comunista. Mas a legenda que tem conseguido mais votos nas legislativas nos últimos dez anos é a de Mujica, que é apoiado por três de cada dez eleitores da Frente. Seu nome oficial é Movimento de Participação Popular (MPP), mas entre piadas costumam chamar o partido de Movimento do Pepe.
Além do Senado, Mujica está criando uma escola de formação agrária em sua casa. “Nós temos um terreno de 14 hectares e meio”, diz Topolansky. “Em uma pequena parte cultivamos nossas flores, frutos e verduras. E agora criamos uma fundação para formar as pessoas. Hoje uma pessoa não pode subir em um trator que custou 80.000 dólares sem saber como funciona. E não serve de nada semear frutos e depois não saber como cuidar deles. No dia de amanhã, se tiverem que lembrar de nós por algo no bairro, que seja como uns velhos loucos que fundaram uma escola e doaram o terreno em sua morte.”
Mas o Senado, a escola agrária, a viagem à cidade de Muxica e as conferências no exterior talvez não sejam ocupações suficientes para saciar toda sua energia. Por isso, Mujica também se dedicará a “respaldar seus frangos”, quer dizer, apoiar os candidatos do MPP nas eleições municipais que serão realizadas no Uruguai em maio de 2015. As negociações internas da Frente são formadas em um universo de equilíbrio e concessões no qual Mujica se movimenta com perfeição. Mas, mesmo ele, com todo seu carisma e poder como presidente, sofreu fortes derrotas em mais de uma ocasião.
À medida que se aproxima o final de seu mandato, Mujica conseguiu melhorar sua imagem positiva em dez pontos, de 54% a 64%. “Em um mundo onde a política está cada vez mais desprestigiada”, diz sua esposa, “ele soube ganhar prestígio. Por que um presidente tem que viver de forma diferente a um cidadão comum de seu país? Não há nenhuma razão política, social nem jurídica. Isso é um resquício da monarquia.”
Muitos empresários e políticos da oposição reconhecem em público que se hoje há como explicar no mundo que o Uruguai não é o Paraguai, é graças ao Pepe. Em outubro de 2011, quando já cumpria dois anos de mandato como presidente, Mujica foi a um evento oficial em Hamburgo. Uma testemunha lembra que a tradutora o apresentou em três ocasiões como presidente do Paraguai, até que o próprio ministro de Relações Exteriores alemão a interrompeu para corrigi-la. Provavelmente, o senador Mujica não enfrentará nunca mais esse constrangimento.
O candidato de esquerda, Tabaré Vázquez, de 75 anos, é o favorito em todas as pesquisas contra Luis Lacalle Pou, 41, do Partido Nacional, de centro-direita. O resultado será divulgado na segunda-feira, mas Mujica permanecerá na presidência até 1o de março, como determina a Constituição. Depois disso, continuará vivendo em seu pomar e não ficará de braços cruzados. A Frente Ampla, seu partido e o de Tabaré Vázquez, sabe que “el Pepe” é a máquina mais poderosa para ganhar votos e não pretende desperdiçá-la.
Uma pessoa muito próxima a Mujica o descreve assim: “É um animal político, incansável como um desses velhos que consertam uma cadeira, depois uma mesa, o armário, voltam à cadeira e seriam capazes de quebrá-la para poder consertá-la de novo”. Tem 79 anos, nove a mais que sua esposa, a também ex-guerrilheira dos Tupamaros, Lucía Topolansky. Ambos trabalharão juntos durante os próximos cinco anos como senadores da Frente Ampla. “El Pepe”, diz a esposa, “vai cumprir um grande papel como mediador no Senado. Porque é um grande negociador. Já perdi a conta de reuniões feitas em nossa casa com sindicalistas, professores, agricultores, vizinhos, generais, ministros... E o Senado vai ter seu soldado mais fiel, que eu sempre fui. Já coincidimos em uma legislatura como senadores.”
Dentro dos 27 grupos que integram a Frente Ampla, apenas sete têm um peso importante, como o Partido Socialista e o Comunista. Mas a legenda que tem conseguido mais votos nas legislativas nos últimos dez anos é a de Mujica, que é apoiado por três de cada dez eleitores da Frente. Seu nome oficial é Movimento de Participação Popular (MPP), mas entre piadas costumam chamar o partido de Movimento do Pepe.
Além do Senado, Mujica está criando uma escola de formação agrária em sua casa. “Nós temos um terreno de 14 hectares e meio”, diz Topolansky. “Em uma pequena parte cultivamos nossas flores, frutos e verduras. E agora criamos uma fundação para formar as pessoas. Hoje uma pessoa não pode subir em um trator que custou 80.000 dólares sem saber como funciona. E não serve de nada semear frutos e depois não saber como cuidar deles. No dia de amanhã, se tiverem que lembrar de nós por algo no bairro, que seja como uns velhos loucos que fundaram uma escola e doaram o terreno em sua morte.”
Mas o Senado, a escola agrária, a viagem à cidade de Muxica e as conferências no exterior talvez não sejam ocupações suficientes para saciar toda sua energia. Por isso, Mujica também se dedicará a “respaldar seus frangos”, quer dizer, apoiar os candidatos do MPP nas eleições municipais que serão realizadas no Uruguai em maio de 2015. As negociações internas da Frente são formadas em um universo de equilíbrio e concessões no qual Mujica se movimenta com perfeição. Mas, mesmo ele, com todo seu carisma e poder como presidente, sofreu fortes derrotas em mais de uma ocasião.
À medida que se aproxima o final de seu mandato, Mujica conseguiu melhorar sua imagem positiva em dez pontos, de 54% a 64%. “Em um mundo onde a política está cada vez mais desprestigiada”, diz sua esposa, “ele soube ganhar prestígio. Por que um presidente tem que viver de forma diferente a um cidadão comum de seu país? Não há nenhuma razão política, social nem jurídica. Isso é um resquício da monarquia.”
Muitos empresários e políticos da oposição reconhecem em público que se hoje há como explicar no mundo que o Uruguai não é o Paraguai, é graças ao Pepe. Em outubro de 2011, quando já cumpria dois anos de mandato como presidente, Mujica foi a um evento oficial em Hamburgo. Uma testemunha lembra que a tradutora o apresentou em três ocasiões como presidente do Paraguai, até que o próprio ministro de Relações Exteriores alemão a interrompeu para corrigi-la. Provavelmente, o senador Mujica não enfrentará nunca mais esse constrangimento.
Somos cada vez menos.
Marcha do Orgulho Hétero reúne cerca de 20 pessoas no Rio
Grupo caminhava na orla da Zona Sul em direção ao Arpoador.
'Héteros unidos jamais serão extintos' estava escrito em uma das faixas.
Marcha do Orgulho Hétero reúne poucas pessoas na Zona Sul do Rio (Foto: Eduardo Vallim/Ego)
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