O juiz da comarca de Senador La Rocque, no sul do
Maranhão, Marcelo Baldochi, deu voz de prisão a três funcionários da
companhia aérea TAM, no último sábado (6), após ter o embarque de um voo
para São Paulo negado por ter chegado atrasado ao aeroporto.
Segundo um prestador de serviço do aeroporto de Imperatriz, o juiz
ficou nervoso após ser informado pelo funcionário que o horário de
embarque já havia encerrado, e ele não poderia mais entrar no voo porque
ela estava em procedimento de decolagem.
“Depois disso, ele ligou para a polícia para que viessem prender o
funcionário. Ele ficou gritando no aeroporto, deu show de arrogância, de
grosseria. E olha que os funcionários foram educados, não fizeram nada
com ele, apenas informaram que não poderia viajar porque a aeronave já
havia sido fechada”, relatou.
Um vídeo publicado por um portal de notícias do Maranhão flagrou o
momento em exato em que o juiz deu voz de prisão ao funcionário que deu a
informação. “Você está preso em flagrante, você fique quietinho para o
senhor aprender a me respeitar, um consumidor”, disse o magistrado, em
voz alta.
Ainda segundo a testemunha, os outros dois funcionários tiveram voz
de prisão dadas porque foram tentar ajudar o colega e explicar que as
normas da aviação não permitiriam o embarque.
A polícia informou que os funcionários foram encaminhados à Delegacia
Regional de Imperatriz, onde prestaram depoimento, mas foram liberados
em seguida. Eles foram acusados pelo juiz de crime contra o consumidor.
A polícia informou ainda que o juiz que fez a denúncia não compareceu
à delegacia para prestar depoimento ainda. Ele conseguiu embarcar em
outro voo ainda no sábado, da companhia aérea Gol. Ele deve ser intimado
nos próximos dias.
Nesta segunda-feira (8), o caso foi remetido ao 3º Distrito Policial, que vai dar prosseguimento às investigações.
Em nota, a TAM informou que segue “todos os procedimentos de embarque
regidos pela Legislação do setor”. Disse ainda que está colaborando e
prestando todos os esclarecimentos às autoridades sobre o caso.
O juiz já é conhecido no Estado por se envolver em polêmicas. Em
2007, foi flagrado por fiscalização e denunciado por manter
trabalhadores em condições análogas à escravidão em uma fazenda de sua
propriedade.
Em dezembro de 2012, em Imperatriz, ele se negou a dar dinheiro a um flanelinha, discutiu com ele e acabou sendo esfaqueado.
(Agência de notícias)