Tá no Conversa Afiada


O Golpe nasceu em Washington

A Rússia sabe

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Via Sputnik:
Senador russo: mudança de poder no Brasil não foi realizada sem intervenção externa
A mudança de poder no Brasil não pode ter passado sem intervenção externa, uma das causas foi a política soberana e independente que o país estava realizando nos últimos anos, considera o presidente do Comitê Internacional do Conselho da Federação, Konstantin Kosachev.
Durante um encontro com jovens representantes de círculos político-sociais e mídia dos países da América Latina e Espanha, realizada hoje (6) em Moscou, um dos representantes do Brasil expressou a opinião que a destituição de Dilma Rousseff do cargo de presidente poderia ter sido realizada com participação dos EUA, que estão interessados em receber recursos energéticos do Brasil.
"Estou pronto a compartilhar suas avaliações de que a mudança de poder no Brasil não podia ser realizada sem uma intervenção externa", disse Kosachev. Segundo ele, uma das causas foi a política soberana e independente que o país estava realizando nos últimos anos.
Ele sublinhou que ultimamente a Rússia avançou muito na cooperação bilateral com o Brasil, inclusive no quadro do BRICS.
Em 31 de agosto, o Senado do Brasil votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Em resultado de uma votação em separado, foi deliberado que ela não será impedida de ocupar cargos governamentais.

Rosa choque


Prefeitura de Fortaleza implanta iluminação rosa em alerta contra o câncer de mama


Em alusão à companha do Outubro Rosa, a Prefeitura de Fortaleza busca conscientizar as mulheres para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e implanta iluminação especial rosa em alguns pontos da cidade ao longo deste mês.

Numa iniciativa da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP) e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Coordenadoria Especial de Iluminação Pública, contarão com luz rosa a Catedral Metropolitana de Fortaleza, o Paço Municipal, nova Praça Portugal, passarela da Avenida Antônio Sales e as estátuas de Iracema no Aterro e em Messejana.
                  
A ideia é chamar a atenção das mulheres de todas as idades para que façam o autoexame da mama. Para aquelas por volta dos 50 a 69 anos de idade, é recomendada a mamografia de rotina a cada dois anos. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres. Em sua fase inicial, a doença não apresenta sintomas, mas, quando surgem os sinais, a doença já está avançada.  Por isso, a descoberta do câncer de mama no início aumenta as chances de tratamento e cura.

O movimento Outubro Rosa surgiu em 1991, nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referentes ao câncer de mama e ou mamografia no mês Outubro.  O movimento ganhou popularidade e hoje são realizadas ações em todo o mundo.

Futebol

Brasil 5 - Bolívia 0
Em Natal.
Acabou.

Bom dia

Opinião

O MUSEU DO LULA





Nestes tempos em que os museus estão em voga - o do Amanhã, do Rio de Janeiro, acaba de ganhar, na Inglaterra, o Prêmio Leading Culture Destinations Awards, em cerimônia fartamente badalada pela Globo, o ex-presidente Lula faria bem, muito bem, se alugasse um galpão em São Paulo para expor as "provas" e contra-provas dos numerosos crimes que, supostamente, cometeu.

Desse Museu do Lula poderiam fazer parte coisas improváveis em que, sem embargo, muita gente acredita e afirma na internet, de pés juntos, já ter visto; como Presidencialismo de Coalizão sem negociação de apoio no Congresso; a escritura  das  numerosas fazendas do Lulinha; a enorme sede de uma delas, que depois se revelou ser a Escola de Agricultura de Piracicaba; os originais, revisados,  dos trabalhos de consultoria que os adversários de seu pai dizem que ele não prestou, ou simplesmente copiou e colou da Wikipedia; as ações da JBS Friboi em nome da família; a escritura passada em nome de Lula e de Dona Marisa, do famoso "triplex" do Guarujá, quem sabe grampeada à escritura do não menos famoso sítio de Atibaia; o crucifixo que juram que Lula roubou da parede do Palácio do Planalto; o tal faqueiro de ouro cuja foto fake foi tirada de um site de leilões norte-americano, que circula, há uns quatro anos, como se fosse dele, na internet;  um esquema mínimo de defesa institucional de Lula, Dilma e do PT na web - afinal, quem cala,  consente - a partir de 2013; uma estratégia também minimamente viável de defesa do legado da sigla à frente da Presidência da República, que tenha ido além da imbecilidade da contumaz marquetagem de plantão.

Na outra ponta, a dos itens "reais", de existência mais ou menos comprovada, poderiam figurar os pedalinhos da família; as 23 caixas com objetos pessoais (adagas, quadros, livros, etc) apreendidos pela Operação Lava-Jato cuja avaliação foi pedida pelo Juiz Sérgio Moro, que o TCU - em mais uma interpretação retroativa inventada "a priori" sob medida  para Lula e o PT afirma que são todos públicos e devem ser incorporados automaticamente e sem exceção ao pátrimônio da União (falando nisso, por onde andam os presentes recebidos, por exemplo,  por Fernando Henrique, em seus oito anos como Presidente da República?); os documentos e papéis do ex-presidente que estão em depósitos custeados por uma empreiteira; os cartazes, as matérias com a repercussão, quem sabe, os vídeos, rodando em loop em monitores na parede, das diversas  palestras feitas por Lula por meio do instituto que leva seu nome; fotos e vídeos das obras obtidas por ele para empreiteiras, logo, também para trabalhadores e fornecedores brasileiros, no exterior, depois que deixou a Presidência da República, e até mesmo antes disso, como faz qualquer Chefe de Estado  que se preze, em apoio a empresas de seu país, na Europa ou nos Estados Unidos; gráficos com os 370 bilhões de dólares economizados em seu governo em reservas internacionais; e de dados macroeconômicos da dívida pública comparando sua gestão com outras gestões; fotos e vídeos das hidrelétricas, refinarias, plataformas de petróleo, projetos de infraestrutura, expansão de ferrovias, duplicação de rodovias, aviões, tanques, submarinos, mísseis, rifles de assalto, etc, desenvolvidos, iniciados ou construídos por seu governo, em um país em que não se viam, há muito tempo,  programas e obras semelhantes.

Com o Museu Lula, o ex-presidente poderia cobrar de seus amigos, e de seus muitíssimos inimigos, uma quantia módica, digamos, de 10 reais por ingresso, para que cidadãos comuns pudessem ver de perto, coisas de que a imprensa e muitos internautas falam todos os dias, financiando, dessa forma, a guarda dos objetos e documentos que acumulou à frente da Presidência da República, fechando-os, para exibição - principalmente a estrela do PT - atrás de vidros blindados,  para que eles não viessem a sofrer algum atentado, ou, Deus nos livre disso, não corressem o risco de ser roubados por algum amigo do alheio.

O difícil seria colocar, dentro do museu (dependendo do pé direito do prédio) a torre de telefonia celular, de algumas dezenas de metros de altura, que a Polícia Federal está investigando se foi instalada perto do  sítio de Atibaia pela OI (Andrade Gutierrez) como forma de corromper  o ex-presidente da República, embora quem esteja recebendo aluguel do terreno seja outra pessoa - claro, o terreno da torre, pelo menos até agora, ainda não foi atribuído a Lula - e não se saiba, também, por enquanto, da eventual configuração de uma senha, ou de um código exclusivo para ele, para que apenas o sapo barbudo, como é carinhosamente chamado nas redes sociais - e não as centenas, milhares de usuários de telefone celulares da região - possa enviar e receber sinais por meio das antenas da estrutura.  

Se a moda pega - ou se investiga todo mundo a sério e do mesmo jeito, respeitando a Constituição,  ou não se investiga ninguém - outras figuras do universo político brasileiro poderiam tomar iniciativa semelhante, expondo objetos fantásticos, que com certeza exerceriam um enorme  interesse sobre a curiosidade popular.

Quem não gostaria, por exemplo, de ver, de perto,  um certo helicóptero que, reza a lenda, foi apreendido com 445 quilos de cocaína em uma fazenda, no Espírito Santo, cujo dono foi nomeado outro dia pelo Ministério dos Esportes como Secretário Nacional de Futebol? 

Ou um clone, quem sabe de plástico, impresso em 3D, só para efeito ilustrativo, do piloto que foi detido com a aeronave, que já está solto há muito tempo e aguada o desenrolar desse caso  em liberdade? 

Ou o inútil passaporte do Sr. Paulo Maluf, que não pode sair do país, sob risco de detenção pela Interpol?

Ou, colados na parede, em notas de cem dólares, os milhões injustamente atribuídos ao Sr. Eduardo Cunha, com direito a uma explicação de como funciona um "trust" e para que serve essa modalidade de guarda de recursos financeiros muito usada nos bancos suíços ?

Em tempo, caso houvesse espaço, Lula poderia exibir, na primeira parte de seu museu, ao lado de uma cabeça salgada de bacalhau, da imagem de um santo com óculos e de uma coruja dormindo no escuro, outro objeto ainda mais difícil de ser encontrado, nesse absurdo Brasil de hoje. 

Um selfizinho a três, com a isonomia no centro, abraçando, de um lado, a Justiça, e, do outro, a Verdade, pode ser?

Presta atenção na Opinião do jânio

janio de freitas
Colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros. Analisa as questões políticas e econômicas. Escreve aos domingos e quintas-feiras.

Democracia sem representantes reais da maioria não é democracia


Marlene Bergamo/Folhapress
PODER - Sao Paulo - Joao Doria, eleito para prefeito de Sao Paulo durante entrevista para a Folha. 04/10/2016 - Foto - Marlene Bergamo/Folhapress - 017
O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB)
Se o Brasil se inclui nos regimes chamados de democracia representativa, como a Constituição se esforça para sustentar, ou o batismo do regime está errado ou o que aqui se pratica não é democracia representativa. Esta é a verdadeira mensagem das eleições recentes, reiterada com números vergonhosos na tentativa de afinal ser notada no que de fato diz.
As duas principais cidades ilustram a incógnita, não por lhes ser exclusiva, mas por sua maior ressonância. Em São Paulo, João Doria é saudado por vencer no primeiro turno paulistano, recebendo maioria absoluta de 53%. Com isso, diz a quase totalidade dos comentários, os primórdios da sucessão presidencial em 2018 recebem nova configuração, saindo Geraldo Alckmin, patrono de Doria, fortalecido com e no PSDB.
No Rio, Marcelo Crivella foi levado ao segundo turno com 28%, contra Marcelo Freixo e seus 18%. O prefeito Eduardo Paes, diz a quase totalidade dos comentários, teve o seu futuro político posto sob sombras, e o PMDB, alijado do segundo turno, enfraquecido pela rejeição ao candidato de ambos, Pedro Paulo.
Os eleitos em definitivo e para segundo turno, em São Paulo e Rio, representam a quem e o quê, para merecer o direito e o poder de governar as duas maiores concentrações humanas do país? Apesar de discreta, foi possível descobrir no noticiário que a quantidade de eleitores que recusaram seus votos aos três mais votados, em São Paulo e no Rio, é maior do que os votos recebidos por cada um deles. O resultado oficial não sofre consequências porque a esperteza injetada na lei eleitoral, a que introduziu o segundo turno, fixa os totais dos candidatos depois de excluir do verdadeiro total geral os votos brancos e os nulos. Como se estes não fossem opiniões eleitorais –a reprovação de todos os candidatos– ou seus autores nem existissem.
Mas continuam existindo, continuam cidadãos e continuam a ter opinião, inúmeros com opinião ativa. À parte o voto que cada um dê ou recuse, os eleitores são o que a sociedade tem de mais legítimo, do ponto de vista institucional: são os que falam oficialmente por todos. Não pela lei eleitoral em vigor, cujo sentido é impedir a democracia representativa.
Os 53% obtidos por João Doria são 53% dos votos que a lei autoriza computar para fixar o total de votos aos candidatos. Assim retirados os votos brancos, os nulos e juntadas as ausências, os 100% de eleitorado paulistano caem para o equivalente a 61,5%. Os 53% desse novo percentual é que revelam a parte dos paulistanos que votaram em João Doria: 32%.
É isto: João Doria torna-se prefeito por preferência de um eleitorado que não chega nem a um terço dos cidadãos habilitados a votar em São Paulo. Logo, Doria vai administrar a maior cidade brasileira como representante apenas de uma minoria. E recusado na escolha de 68% das 8.886.159 vozes da cidadania paulista.
No Rio, o mesmo ajuste dos eleitores à sua verdade e das urnas à sua realidade, para os dois caminhantes ao segundo turno, o resultado é ainda mais dramático. Os 28% oficiais de Marcelo Crivella são, na verdade, 16% do total verdadeiro de eleitores. Os 18% de Marcelo Freixo são, de fato, 10,5% do eleitorado. Se vitorioso no segundo turno, o primeiro o será foi depois de excluído na escolha de 72% dos cidadãos do Rio; o outro, recusado por 89,5%.
A democracia eleitoral sem representantes autênticos da preferência majoritária não é representativa e não pode ser democracia. Tal realidade abarca toda a política, que tem seus controles primordiais determinados em eleições majoritárias, de presidente, governadores e prefeitos, sujeitas à perversão das verdades eleitorais. Aí está uma das mais fortes causas da já insuportável deterioração da política no Brasil.

Estradas matam menos no Ceará

Tendência de queda é mantida em setembro no número de vítimas fatais nas rodovias estaduais


O número de vítimas fatais, nas rodovias estaduais CEs manteve, em setembro último, a tendência de queda deste ano: de janeiro a setembro de 2016 houve uma redução de 20 por cento em relação ao mesmo período de 2015, passando de 298 casos de vítimas fatais para 238 casos. Esse dados são reflexo do crescimento de 21% do número de veículos
abordados pelas equipes de fiscalização do Detran e PRE, no mesmo período: foram 942.755 veículos fiscalizados, enquanto em 2015 foram 776.321 veículos abordados.

O Detran tem investido na sinalização e fiscalização das rodovias estaduais nos últimos anos para reforçar os procedimentos de segurança no trânsito, com a presença dos agentes nas vias públicas, como forma de alertar os condutores para o respeito ao limite de velocidade, não fazer ultrapassagem em áreas de faixa contínua e pelo
acostamento.

Alô aviadores do Brasil!!!

Edital para desenvolver malha aérea regional será apresentado até dezembro


Devem ser incluídos os aeroportos de Aracati, Crateús, Iguatu, Jericoacoara, São Benedito e Sobral

AeroportoA Secretaria do Turismo do Ceará (Setur) está elaborando um edital para complementar a malha aérea do Estado por meio de rotas regionais. O projeto deve ser apresentado ao mercado até o fim de dezembro. Devem ser incluídos seis aeroportos: Aracati, Crateús, Iguatu, Jericoacoara, São Benedito e Sobral. As regras, como frequência e horários, serão estabelecidas pelo Estado, que irá oferecer subsídios para deixar o projeto atraente para as companhias aéreas.

De acordo com o secretário do Turismo, Arialdo Pinho, os subsídios irão variar conforme a região. Jericoacoara, que terá uma demanda maior de turistas e passageiros, terá um subsídio menor. Já Iguatu, terá um custo adicional, mas uma tarifa mais baixa. “Isso vai ter uma validade de dois anos. Dessa forma, em um ano e meio de concessões, vamos poder avaliar a necessidade de manter esses subsídios ou não. O que a gente quer é estimular as rotas”, destaca.
   
O secretário Arialdo Pinho explica ainda que, no momento em que as companhias aéreas tiverem demanda, vão poder dar continuidade à operação nos aeroportos regionais de maneira individual. O coronel Paulo Edson Ferreira, assessor de Infraestrutura Aeroportuária do Departamento Estadual de Rodovias do Ceará (DER), acrescenta que o edital será aberto para todas as companhias aéreas, nacionais e cearenses.

Com a iniciativa de realizar o edital para complementar a malha aérea do Estado, do Governo do Ceará se antecipa ao Plano de Desenvolvimento da Aviação Regional, do Governo Federal, que ainda não teve início. Eventuais melhorias nos aeroportos também serão de responsabilidade do Governo Federal. Até o fim deste mês de outubro será assinado um convênio com a Secretaria de Aviação Civil (SAC) para a liberação de R$ 20 milhões destinados aos aeroportos de Aracati e Jericoacoara.

Analisando a própria casa

Salmito destaca participação institucional do Poder Legislativo no processo eleitoral

O presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Salmito Filho (PDT), fez uma análise sobre o processo eleitoral que renovou em 60% a composição da Câmara Municipal de Fortaleza. Segundo ele, a Casa se portou de forma institucional e republicana. “Gostaria de fazer um registro que considero importante. Quero parabenizar aos 43 vereadores de Fortaleza, cada um da sua forma. Tivemos colegas que não saíram candidatos na eleição e deram sua contribuição, como o João Alfredo, discutindo a Cidade. Colegas que não saíram candidatos a reeleição e apoiaram outros. Todos os colegas sendo eleitos, reeleitos e não eleitos, merecem nosso respeito e reconhecimento”.
Salmito destacou que durante o processo eleitoral todos os vereadores se comportaram de forma correta, com uma postura institucional e republicana. O presidente lembrou que desde o início a Câmara Municipal e seus 43 vereadores assumiram o compromisso de não subtrair nenhuma sessão ordinária por conta do pleito eleitoral, além de ter contribuído com diversos debates.
“A Câmara começou o processo eleitoral chamando o TRE, magistrados do TRE e Procuradores, para apresentarem as novas regras eleitorais e tirar as dúvidas naquele momento, para a que a Câmara pudesse construir um processo de cabeça erguida. Convidamos cada candidato a prefeito e os oito vieram. Essa foi uma participação institucional do Poder Legislativo e com a participação direta de todos os vereadores, todos assumiram o compromisso”, pontuou o presidente.
Salmito ainda aproveitou o momento para agradecer todos os fortalezenses pela sua reeleição. Para o presidente do Legislativo, o trabalho de seu mandato foi reconhecido, mas ele afirma que a responsabilidade só aumentou. “Minha responsabilidade só aumenta de poder honrar o voto desses milhares de fortalezenses. Tenho muita gratidão, que vem como o peso da responsabilidade. As urnas de 2016 para vereador de Fortaleza deram um relevante recado, de que respeita quem trabalha de forma correta e não aceita quem não trabalha da forma que não é correta”, frisou.
Com Agência CMFor

Pimentel emenda pra barrar desmonte

Dez emendas de Pimentel tentam evitar desmonte do ensino médio
O senador defende o cumprimento das metas do PNE
O senador José Pimentel (PT-CE) apresentou dez emendas à medida provisória que reestrutura o ensino médio brasileiro (MP 746/2016). O objetivo de Pimentel é evitar graves prejuízos aos estudantes e professores de todo o país e impedir que o governo Michel Temer descumpra as metas do Plano Nacional de Educação (Lei 13.055/2014). Pimentel foi relator do PNE no Senado. O plano está em vigor desde 2014, com propostas a serem cumpridas até 2024.   
As emendas de Pimentel tratam de diversos aspectos da MP. A principal delas restabelece trechos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) alterados pela MP. O texto do governo quer ampliar a carga horária e flexibilizar o currículo, privilegiando a formação profissional do estudante em detrimento de um desenvolvimento intelectual e humano mais profundo. Segundo o senador, “a proposta contradiz as metas do PNE, significando um retrocesso e impondo limitações à aprendizagem estudantil”.
Pimentel também propõe que a implementação das medidas comece somente a partir do segundo ano da publicação da Base Nacional Comum Curricular. Esse documento está sendo elaborado pelo ministério da Educação, para atender a uma das metas do PNE, e definirá os conteúdos mínimos a serem adotados pelas escolas de todo o país. Pelo texto da MP, as novas regras já valerão no segundo ano de vigência da BNCC. “Propomos um calendário mais cauteloso e planejado, evitando o atropelo e o fracasso da proposta”, considerou.
A MP da reforma do ensino médio foi editada pelo governo Temer em 22 de setembro e as novas regras passaram a vigorar imediatamente. A medida será apreciada pelo Congresso Nacional num prazo de 120 dias, a partir da instalação da Comissão Mista formada por senadores e deputados. Após a aprovação na comissão, o texto será discutido e votado nos plenários da Câmara e do Senado.    
Estrutura curricular – Para evitar a alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Pimentel propõe suprimir grande parte do texto da MP 746. Segundo o senador, o texto viola o direito dos estudantes ao estabelecer como matérias obrigatórias apenas português, matemática, mundo físico e natural e realidade social e política. Pimentel afirma que “a nova concepção despreza quase integralmente as diretrizes curriculares em vigor e impõe limitações à aprendizagem estudantil”.
O senador destaca que as mudanças são um retrocesso e contradizem as metas do PNE. Além disso, a MP revela “uma visão limitada da importância de uma educação abrangente e que valorize não somente o conhecimento, mas o desenvolvimento intelectual necessário ao exercício da cidadania”.
Pimentel também busca garantir que a formação profissional não seja colocada como fim único da educação, baseada numa estrutura curricular focada apenas na formação de mão de obra para atender o mercado de trabalho.
Para modificar a MP, o senador propõe a retomada da obrigatoriedade das disciplinas de Educação Física e Artes nos currículos do ensino médio. Para o senador, a exclusão dessas matérias “trata-se de um retrocesso que contradiz as metas do PNE”.
O senador defende, ainda, que as escolas ofereçam espanhol, obrigatoriamente. A MP revoga a Lei 11.161/2005, que determina a oferta obrigatória da língua espanhola pela escola. “Essa mudança revela a visão estreita do atual governo, avesso ao projeto de união e intercâmbio comercial e cultural com países que integram o Mercosul”, disse na justificativa da emenda.
Ensino Noturno – Outra emenda de Pimentel defende a manutenção do ensino noturno regular para atender os estudantes que trabalham. Para o senador, a ampliação da carga horária do ensino médio de 800 para 1.400 horas/ano não pode comprometer a oferta dessas vagas.
Recursos - O senador também apresentou emendas tratando do repasse de recursos do governo federal aos estados para garantir a reforma do ensino médio. Pimentel propõe que o dinheiro seja assegurado na Lei Orçamentária Anual (LOA), enquanto a MP estabelece que o repasse só ocorrerá se houver disponibilidade orçamentária e por ato do ministro da Educação. Segundo o senador, “a educação não pode ser tratada como contingência ou ficar sujeita a vontades flutuantes de ministro de Estado”.
Outra emenda de Pimentel estabelece que o apoio financeiro seja mantido “pelo tempo que for necessário”, até que o ensino em tempo integral esteja em pleno funcionamento. O texto original da MP estabelece ajuda financeira por, no máximo, quatro anos.
Pimentel propõe ainda que os recursos sejam repassados a todas as escolas do país e não só àquelas criadas após a edição da medida, como definido pelo governo Temer. “Tal discriminação é injustificável”, afirma o senador, pois todas as escolas deverão adotar o tempo integral e não apenas as novas.
Professores - A possibilidade de contratação de professores sem diploma de licenciatura, mas que apresentem "notório saber" na área que ensinarão, também é alvo de emenda de Pimentel. O senador propõe que a contratação desses profissionais, quando acontecer, se dê em igualdade de condições com os professores diplomados. O objetivo é evitar a precarização da relação de trabalho e impedir que seja criada uma alternativa à exigência de vínculo efetivo, por meio de concurso público.
Reações - A edição da MP 746 resultou em diversos questionamentos. A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) ingressou com ação direta de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF). A entidade considera que a medida visa a privatização do ensino. O Fórum Nacional de Educação, que congrega mais de 50 entidades, pediu em nota que o Senado e a Câmara dos Deputados lutem pela retirada da medida provisória.
O Grupo de Trabalho Educação, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal, emitiu nota pública na qual alerta para os riscos de uma reforma do ensino médio brasileiro por meio de medida provisória. O texto destaca que “a utilização do instrumento da Medida Provisória para tratar de tema tão sensível e complexo é temerário e pouco democrático. Mais que inefetiva, a apresentação de soluções fáceis para problemas complexos é um erro perigoso”.

Capa do jornal O Estado(CE)