Bom dia

Tramp foi eleito novo presidente dos Estados Unidos.
Acabou de discursar em NY.
Ratificou que vai fazer o muro fechando o Mexico e disse que> seremos amigos de quem quiser ser nosso amigo.
As bolsas cairam no mundo inteiro. Moedas despencaram na Asia.
Há gente chorando nas ruas da California e da Florida que deram vitoria a Trump. Inda vai?

Minimo ameaçado, diz Pimentel

Pimentel: PEC 55 ameaça ganho real do salário-mínimo
O senador apresentou emenda para preservar política de valorização salarial
A PEC 55, que congela investimentos no país por 20 anos, pode interromper uma das políticas de distribuição de renda mais relevantes dos últimos anos: o ganho real do salário-mínimo, que teve seu poder de compra reajustado pela inflação, mais um aumento real superior a 70%, durante os governos Lula e Dilma. Para evitar esse grave prejuízo a 50 milhões de assalariados, aposentados e pensionistas, o senador José Pimentel (PT/CE) apresentou, na semana passada, emenda ao texto da chamada “PEC da Maldade”.
Pimentel propôs a exclusão da política de valorização do salário mínimo da lista de medidas que o governo ficará impedido de adotar caso descumpra o teto de gastos estabelecido pela PEC 55. O novo regime fiscal determina que as despesas públicas só poderão ser reajustadas de acordo com a inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Na justificativa da emenda, Pimentel afirma que “tal limitação sobre a despesa obrigatória com direitos sociais como o ganho real do salário mínimo prejudica milhões de brasileiros”. O senador também considera que “a medida impede a preservação de uma política de caráter redistributivo, adotada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mantida pela presidenta Dilma Rousseff, que têm alto impacto na redução da desigualdade”.
Política redistributiva – A política de valorização do salário mínimo começou a ser debatida, em 2004, entre lideranças de diversas centrais sindicais com o então presidente Lula. Em 2005 e 2006, reajustes expressivos já foram garantidos. Em 2007, foi negociada a política de recuperação do valor do salário mínimo, no longo prazo, com a adoção da regra de correção pela inflação, mais aumento real com base no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Esse mecanismo passou a ser adotado em 2008, e foi renovado pela presidenta Dilma Rousseff, para vigorar até 2019.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de 2002 e 2016, o salário-mínimo no Brasil teve 77% de ganho real.
Relatório - O relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça é o senador Eunício de Oliveira (PMDB/CE). Ele manifestará sua posição sobre as emendas no dia 9/11.

Capa do jornal O Estado(CE


Povo sofrido, vida de gado

INSS vai remarcar quase 6 mil perícias após MP 739 perder validade

pericia
O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) anunciou que as perícias agendadas entre os dias 7 e 25 de novembro serão remarcadas após a Medida Provisória 739  perder a validade sexta feira (4), suspendendo o pente-fino no INSS. A MP foi editada em julho com o objetivo de aperfeiçoar a gestão do governo na concessão dos benefícios.
Sem sessões marcadas para esta semana, os deputados federais acabaram não votando a MP, que altera a lei sobre os planos de benefícios da Previdência Social e prevê revisão de auxílio doença e aposentadoria por invalidez.
O ministério informou que 5,9 mil beneficiários agendados para este período serão contatados pela central de atendimento do INSS, por meio do telefone135.
“Neste período, espera-se aprovação de projeto de lei em regime de urgência constitucional pelo Congresso. O pente-fino dos benefícios demonstrou excelentes resultados nesta pequena amostra de cerca de 21 mil perícias realizadas , gerando uma economia de R$ 220 milhões para o Fundo da Previdência”, acrescentou o MDSA.
Balanço divulgado pelo governo revelou que até 31 de outubro foram realizadas 20.964 perícias e os benefícios cessados na data de realização do exame chegaram a 16.782 (80,05%).
Fonte: Agência Brasil

Opinião


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OCUPAÇÃO

MARLI GONÇALVES

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Chega a ser irônico que em um país onde 12 milhões de desempregados vagam por aí à procura de ocupação, ocupação passar a ser a palavra mais revolucionária e o ato mais utilizado para ocupar nossa atenção

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Feche bem as portas. Se a moda pega e a coisa apertar ainda mais do que já está - e o que não parece muito difícil - o seriado da hora nos telejornais não vai mais ser da linha Walking Deads. Mas Walk to Ocuppy. Agora se ocupa tudo, escola, terreno, estrada, ministério, sala de estar, prédios, banheiros, ruas, praças, avenidas. É o movimento do momento. Eu quero ocupar um lugar no Sol. Um espaço no coração de alguém. Um lugar na história e na memória de todos. Um instantinho de sua rotina para me ler.

Opinião


janio de freitas
Colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros. Analisa as questões políticas e econômicas. Escreve aos domingos e quintas-feiras.

Ocupação de escolas não vai acabar se governo não admitir autoritarismo

A ocupação de escolas, e já também de faculdades, não vai cessar, caso o governo não admita que cometeu um ato de autoritarismo, com a imposição de uma alegada "reforma do ensino" sem a discutir sequer com uma das várias partes diretamente envolvidas no assunto.
Novas ações do Movimento de Trabalhadores Sem-Terra entram em processo de gestação, que recebeu agora o estímulo de invasões policiais e prisões em áreas sem conflito. O Movimento dos Sem-Teto fará mais comprovações de que a ferocidade policial, outra vez aplicada em desocupação no centro de São Paulo, incentiva-o em vez de o intimidar.
A intenção do governo, agora silenciada mas não abandonada, de rever demarcações de reservas indígenas (chegará à revisão também de áreas de proteção ambiental), atenderá aos interesses fundiários representados pelo senador Ronaldo Caiado, mas já são motivo de planos de resistência.
A história registra como essas resistências são respondidas pela polícia e pelos ambiciosos de terra com seus os jagunços.
Em meado da semana encerrada, houve ao menos dois encontros reservados de representantes de diferentes movimentos ou setores (nenhum de estudantes).
Uma dedução possível é a de que ações conjuntas, e até mesmo uma conjugação mais geral, sejam ideias sob exame. Vê-se que é uma situação complexa. Muito mais a de fora da política do que a de seu interior alienado.
A contribuição do governador Geraldo Alckmin para tal situação é inequívoca. A cada episódio de sua PM ditatorialesca, Alckmin comparece com suas falazinhas de bom moço, cada sílaba bem escandida, a fisionomia neutra, ou indiferente. E nenhuma das ações de sua obrigação governamental.
A escolha dos seus secretários de Segurança é significativa. O atual Magino Alves, que só faz gaguejar o fugidio "vamos investigar" as ações truculentas e ilegais da PM; o anterior, Alexandre Moraes, está por dentro dos ataques a jato contra petistas, mas por fora do que a sua polícia apronta. E ele depois acoberta.
A desocupação policial de escola sem autorização judicial foi arbitrariedade dupla: usurpação de poder do Judiciário e ação policial indevida.
O ataque da PM a uma trupe de teatro financiada pelo governo é uma violência indecente, tanto quanto a cobertura recebida do secretário de Segurança e, portanto, do governador.
Na desocupação de um prédio, Marlene Bergamo, que está entre os melhores repórteres-fotográficos do país, saiu com um ferimento no abdome que é como uma cicatriz moral do governo que a atacou. Tudo isso na São Paulo de um Alckmin desejoso de ocupar a Presidência. Para quê?
Um governo federal que só pensa em impor um teto arbitrário e duradouro aos gastos do país carente não precisa, além dessas, de mais palavras sobre sua responsabilidade pelo horizonte que escurece. Mas, é verdade, não se poderia esperar outra obra de Temer e do grupo de que, fraco, se deixou cercar.
FALAS
1- Ao lançar Fernando Henrique a uma candidatura para eleição presidencial indireta, e direta só em último caso, Xico Graziano omitiu, por bondoso esquecimento, o motivo que lhe tirou o cargo de secretário da Presidência de Fernando Henrique.
Sério, ele desconfiou das relações do diplomata encarregado dos salamaleques palacianos. E descobriu que o embaixador João Batista dos Santos estava articulado com um representante da Raytheon, para destinar a essa multinacional a construção do sistema de vigilância da Amazônia, o Sivam. Expôs a descoberta a quem deveria ouvi-la.
Nada, nenhuma providência. A transação continuava. Graziano deu um jeito de torná-la pública. Aí Fernando Henrique tomou não uma, porém duas providências: demitiu Graziano e premiou o diplomata lobista com a embaixada, na Itália, junto à FAO.
Pouco depois, afastada à força a concorrente francesa, entregou o Sivam à Raytheon e telefonou ao então presidente Clinton, como contou, para informá-lo de que atendera o interesse do governo norte-americano.
2- O lançamento feito por Graziano, em artigo na Folha, teve farta repercussão. Indagado, disse "O Globo", se aceitaria a candidatura, "FH, 85 anos, foi rápido: 'Não. A Presidência abrevia a morte'."
Ah, essa briga com as palavras, tão longa, não cessa. O que a Presidência pode abreviar não é a morte, é a vida. À morte, poderia antecipá-la.

Coluna do blog




Rastro de corno
O brasileiro, na sua santa irreverência, uma forma meio lúdica, meio moleca, meio auto crítica, costuma dizer, quando as coisas não dão certo, ou que estão muito difíceis, é porque alguém está pisando em rastro de corno. É como dizer que falta sorte pra quem pisa no tal caminho. Aí, os mais irreverentes dizem até que tem os que giram em círculos, pisam no próprio rastro. Coisa de brasileiro/nordestino/cearense, um eterno gozador de si próprio. Olhe, essa conversa é pra avaliar a seca que teimosamente castiga o Nordeste, o Ceará como foco central, eis que vivemos um quinto ano consecutivo sem um inverno decente, algo que nos deixe água acumulada, feijão e milho velho verde fora das áreas irrigadas, por exemplo. E com isso sofrem todos os povos, todos os agricultores, todos os que compram bens e serviços. Mas falo isso com um certo constrangimento, apesar da verdade do que digo. Dizia dom Helder: “Quem me dera ser leal, discreto e silencioso como a minha sombra”. Não sou e não vou negar a seca e nossos mais indiscretos instintos, como o de contar essas irreverências que nos credenciam a ser verdadeiros. Aí é a parte da lealdade, mas discreto e silencioso é impossível. Quanto tempo se fala em seca no Nordeste, no Ceará? Desde que o mundo é mundo e então Deus mandou gerar e parir o DNOCS. Alguma hora deu certo, pelo menos para os ladrões das emergências e dos caçacos. Dos que montaram os criminosos fornecimentos ou ainda os que devam ter desviado alguma grana da Transposição do Velho Chico. Sei lá. Fica a impressão,quando se vê a mancha da seca no mapa que continuamos se não andando em círculos, caminhando em cima de rastro do que já disse acima. Mas diz ainda o populacho: Todo castigo pra corno é pouco.

A frase: “São 128 os  municípios do Ceará em emergência da seca”. Constatação oficial.


Workaholic (Nota da foto)
Veveu, o prefeito de Sobral, que elegeu o sucessor com recordes de votos, vai entregar a Ivo Gomes, o novo prefeito, uma estrada novinha em folha. São 30 quilômetros onde está concluindo a sinalização horizontal. Liga Sobral ao distrito de Jordão. Herança pro sucessor.

No terreiro de Huguinho
Analisando as eleições em Fortaleza o pesquisador encontra Messejana como tri-campeã de votos na capital.

Santa maioria
Desde a primeira eleição de Roberto Claudio e antes, na eleição pro Governo, a Messejana de Fernando Hugo dá maioria pros eleitos com distinção e louvor.

Trem feio
Quando a coisa aperta mineirim diz que o trem ta feio. Tá assim no Icó, onde o trem passou batido. Uma crise sem sentido e inusitada na saúde.

Abandono na estação
Em crise de atendimento hospitalar desde que o senhor Jaime Junior assumiu o Governo do Icó a saúde de lá está parando de vez.

Liseira
Sem hospitais funcionando pelo menos racionalmente, sem medicamentos e emergência fora de pensamento, médicos não recebem desde o começo do ano e estão parando.

É pra matar
Raimundão Gente Fina, prefeito de Juazeiro do Norte foi afastado definitivamente do Governo municipal. Se é pra sair até 31 de dezembro não foi afastado,foi cassado.

Mão grande
Estabelecida zona de assalto em Fortaleza. O estacionamento do aeroporto Pinto Martins está cobando R$14,00 reais por hora ou fração. O Decom desconhece?

Mão grande II
Uma diária no estacionamento do aeroporto Pinto Martins está sendo cobrada a R$50,00. E mais: tempo mínimo para passar pelo estacionamento, 10 minutos.

Grita geral
Quando se vai pagar a conta e deixar o estacionamento do aeroporto Pinto Martins não tem quem deixe de gritar: isso é um roubo! É um assalto!!! O Decom, desconhece?

Crise
Já que estamos com a mão na massa, saiba que as Salas Vips (nacional e internacional) do aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, foram fechadas. Aluguel de R$50 mil?

Ainda no pedaço
A Infraero, segundo um dos locadores de seus espaços, não aceita que cidadão ou empresa escolha a operadora de Internet no terminal do Pinto Martins.

Horror
A única operadora aceita é a Embratel que presta um péssimo serviço, eis que o sinal é fraco e demorado demais da conta. Motivos quais não se pode escolher o que comprar?

Acabou
O restaurante  Ferreiro, o mais chic do shopping Iguatemi, em Fortaleza, fechou as portas. Não aguentou o aluguel e a crise da falta de clientes para comida boa. É!

Bom dia

Pra começar a semana de bom humor.

Do site do Domingos Costa

Minas tem 44 barragens sem segurança atestada

Um ano depois do pior desastre da história da mineração no país, estado tem dezenas de represas com estabilidade desconhecida e fiscalização segue limitada


Roberto Franco/UFMG
Um ano após o rompimento da Barragem do Fundão, pior desastre socioambiental do país e maior envolvendo represas de mineração, Minas Gerais ainda sustenta uma lista de 44 barramentos sem garantia de estabilidade, o que envolve diretamente a segurança dessas estruturas. Em 18 casos, a declaração foi negada pelo auditor e nos 26 restantes, a segurança não pôde ser atestada por falta de dados técnicos fornecidos pelas empresas.

O número de 2016 – ainda maior que o total de 35 barragens sem estabilidade registrado em 2015, antes da tragédia em Mariana – é um dos indicativos de que pouco foi feito para ampliar a segurança em relação a esses reservatórios desde a catástrofe. Outro referencial é a quase manutenção do corpo técnico estadual escalado para atuar na área, que teve reforço de apenas dois servidores. Para o Ministério Público de Minas Gerais, as alterações que precisavam ser sistêmicas, especialmente diante da magnitude da tragédia, foram pontuais. “O esforço foi ínfimo”, avalia o promotor de Justiça Mauro da Fonseca Ellovitch, integrante da força-tarefa do caso Samarco.

A mineradora, dona da Barragem do Fundão, que à época da ruptura tinha a garantia de estabilidade atestada, corre agora para terminar a construção do dique S4, estrutura que integra o sistema emergencial de retenção de sedimentos que sobraram do desastre, também composto pelos diques S1, S2 e S3 (já construídos) além da barragem de Nova Santarém (com previsão de término em dezembro). A construção do dique S4 começou em 22 de setembro e, segundo a empresa, tem o objetivo de evitar novos carreamentos de rejeitos até o Rio Gualaxo do Norte, afluente do Rio Doce.

Nenhuma das inúmeras multas aplicadas foi paga pela empresa até agora, enquanto muito rejeito continua acumulado nas margens de córregos e a qualidade da água na Bacia do Rio Doce permanece comprometida. Mauro Ellovitch garante que tampouco houve evolução das normas para monitoramento de barragens no estado. Segundo ele, seria necessária uma mudança nos protocolos estaduais, no sentido de priorizar alternativas de métodos construtivos de barragens, com a cobrança de investimento do setor privado no desenvolvimento dessas propostas.

O promotor defende ainda que seja “vedada a construção de barragens em áreas próximas a comunidades ou áreas de conservação ambiental e de patrimônio”. “Apenas um decreto foi publicado, suspendendo, só para novas barragens, o alteamento a montante (aquele feito com o próprio rejeito e em direção à barragem). Nos casos em que já havia pedidos feitos, eles continuam sendo autorizados”, afirma o promotor. “Isso é inadmissível. Ainda mais levando em consideração a recorrência de acidentes: um a cada três anos, nos últimos tempos, culminando com o desastre da Samarco.”

Ainda segundo o promotor, o Ministério Público já identificou que mesmo sem garantia de estabilidade, essas barragens não tiveram suas licenças revogadas. “Estamos  instaurando investigação em todo o estado para ajuizar ações cabíveis, porque essa é uma grande falha”, avalia ele, criticando o baixo investimento em meio ambiente. “Todo o setor é subdimensionando. Tem poucos servidores e estes são mal remunerados”, afirma.

JOGO DE EMPURRA

Um dos exemplos da lista de barragens não estáveis de Minas já é alvo de ação judicial, mas continua sem solução. A barragem Queias, em Brumadinho, uma das três estruturas de propriedade da Mineradora Emicon, consta no cadastro Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) como sendo da MMX, que teria arrendado o espaço. Mas, desde o ano passado, por meio de decisão judicial, a área já foi repassada à Emicon, que não assume a manutenção do reservatório.

De acordo com a Fundação estadual do Meio Ambiente (Feam), a Mineradora MMX já comunicou ao órgão que a barragem Queias não é de sua propriedade, embora precise fazer o cadastro da estrutura. Segundo a Feam, o complexo minerário está com as atividades paralisadas e a mineração Queias é alvo de fiscalização constante, inclusive tendo sido vistoriada neste ano. O estado informou ter acionado as duas empresas judicialmente. O MP acompanha o caso e já se manifestou nos processos judiciais para que recursos bloqueados da Emicon sejam destinados à reparação e retomada da estabilidade da estrutura.

Para o diretor de Gestão de Resíduos da Feam, Renato Brandão, o fato de ainda haver 44 barragens sem garantia de estabilidade é uma situação preocupante, embora o número já tenha sido maior. Ele explica que isso não significa, no entanto, que haja risco iminente de rompimento. “É preciso ter uma atenção adicional e temos melhorado o acompanhamento, o trabalho de campo e as exigências documentais”, afirma. Segundo ele, o estado já levou à Justiça 10 desses casos desde o desastre. “Nosso objetivo é zerar”, afirma. Segundo ele, a Feam já fiscalizou 262 barragens neste ano e pretende fechar o ano com 300 estruturas vistoriadas. A média anual era de 200 ações fiscais antes do desastre.


RISCO DESCONHECIDO


Situação das barragens em Minas

2016
739   barragens cadastradas
» 18 estruturas sem estabilidade garantida pelo auditor» 26 estruturas sem conclusão sobre a estabilidade por falta de dados e/ou documentos
» 12 estruturas em status “a validar”, para as quais o empreendedor ainda precisa acessar o Banco de Declarações Ambientais e confirmar as informações do cadastro
» 1 estrutura rompida (Barragem do Fundão)
» 682 estruturas com estabilidade garantida pelo auditor

2015
727
    barragens cadastradas
» 19 sem estabilidade garantida pelo auditor
» 16 estruturas sem conclusão do auditor sobre a estabilidade
» 16 estruturas em status “a validar”, para as quais o empreendedor ainda precisa acessar o Banco de Declarações Ambientais e confirmar as informações do cadastro
» 1 estrutura rompida (Barragem do Fundão)
» 675 estruturas com estabilidade garantida pelo auditor


Corpo técnico para fiscalizar barragens

Feam (responsável pelo programa de gestão de barragens) – Eram 8 técnicos em 2015; hoje são 10
Semad – 565 técnicos responsáveis pela análise dos processos de licenciamento ambiental; 80 fiscais

Lawfare! Sabe o que é?

Professor de Harvard defende substituição de Moro em caso de Lula

Antropólogo sul-africano é especialista em usos da lei para fins políticos

Antropólogo da Universidade de Harvard especializado em "lawfare" (termo definido pelo uso da lei para fins políticos), o professor John Comaroff defendeu, em entrevista à edição desta sexta-feira (4) da Folha de S.Paulo, a substituição do juiz federal Sérgio Moro nos casos que envolvam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, a mudança teria como objetivo dirimir questionamentos sobre a isenção nas ações do magistrado em relação ao petista.
"Ao vazar conversas privadas, mesmo que envolvam 20 pessoas, se Lula está entre elas, você sabe que é dele que a mídia falará. Isso é 'lawfare'. Você manipula a lei e cria uma presunção de culpa", sustentou Comaroff, fazendo referência ao vazamento para a imprensa de conversas de Lula - uma delas com a então presidente da República Dilma Rousseff - que o STF, posteriormente, considerou como ilegais.
Vazamentos de áudio de Lula por Moro demonstram "ânsia" para acelerar acusação, diz Comaroff
Vazamentos de áudio de Lula por Moro demonstram "ânsia" para acelerar acusação, diz Comaroff
Os vazamentos, segundo Comaroff, demonstram "uma ânsia (de Moro) em acusá-lo (Lula)". O especialista afirmou que o grampo no escritório dos advogados do petista é "muito ilegal no mundo todo".
"Não se pode fingir que não se esperava que essas medidas contra Lula não teriam impacto. Isso demonstra uma ânsia em acusá-lo", disse o professor à Folha. "Parece que Lula tem recebido um tratamento diferente nos aspectos legais na operação", criticou Comaroff, que chegou a ser procurado pelos advogados de Lula para prestar assistência, mas negou.
"Eu estou tentando entender o caso. Meus colegas aqui em Harvard não conseguem compreender. Há fatos que perturbam a audiência internacional", afirmou Comaroff. "O país possui um sistema legal robusto. Não há necessidade de se violar a lei".
Sul-africano, o professor argumenta que há "muitos outros juízes capazes no Brasil" e que a substituição de Moro evitaria conflito de interesse ou atitudes impróprias. Para ele, juízes e procuradores do caso podem vir a ser os eventuais beneficiários da "espetacularização" da operação.
"Em tese, 'lawfare' pode beneficiar procuradores que gostam de se apresentar como defensores heroicos da lei, ou juízes de olho em promoções no Judiciário", disse.