Privilégio cearense só agora chega ao Rio


Chega ao Rio projeto sobre a contribuição de Ariano Suassuna à cultura brasileira
Neste sábado, autor de “O Auto da Compadecida” dará aula-espetáculo

Suassuna, gigante da cultura brasileira
Rio de Janeiro – O público poderá conhecer, a partir de hoje (3), o projeto Ariano Suassuna – Arte como Missão, que, depois de passar por Brasília e Fortaleza, terá sua versão carioca exibida até o próximo dia 18. O projeto, que será levado também a mais quatro capitais – Recife, Salvador, Curitiba e São Paulo – tem como foco ressaltar a contribuição à cultura brasileira do romancista, dramaturgo, ensaísta e poeta paraibano, de 86 anos de idade e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Ariano Suassuna é autor de peças teatrais como O Auto da Compadecida – encenada várias vezes no teatro e adaptada para a TV e o cinema por Guel Arraes –, do romance A Pedra do Reino (também levado à televisão, por Luiz Fernando Carvalho), e de várias outras obras.
Tendo sempre como protagonista a cultura popular brasileira, em especial a nordestina, Ariano Suassuna construiu uma obra de alcance universal, já traduzida para sete idiomas. “Ele é o principal escritor em atividade no país, pela contribuição do conjunto de sua obra à literatura e à cultura brasileiras”, destaca o produtor cultural Elias Sabbag, um dos idealizadores do projeto, juntamente com Marcos Azevedo.
Além de uma aula-espetáculo com Ariano Suassuna neste sábado, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia, centro da cidade, o projeto abrange um ciclo de filmes, neste fim de semana, e uma exposição inédita de fotos de Alexandre Nóbrega, que será aberta no domingo (4) e termina no dia 18. Esses dois eventos, também com entrada franca, ocorrem na Caixa Cultural, no centro do Rio.
A mostra de cinema reúne oito títulos nas categorias ficção e documentário. A lista vai desde O Auto da Compadecida, dirigido por Guel Arraes, e o documentário O Sertãomundo de Suassuna, de Douglas Machado, até produções adaptadas originalmente para a televisão, como A Pedra do Reino, A Farsa da Boa Preguiça e O Santo e a Porca.
A exposição fotográfica é fruto da convivência do artista plástico e fotógrafo Alexandre Nóbrega com o escritor, em viagens pelo Brasil. São imagens que revelam momentos descontraídos, como o escritor lendo um livro, deitado no saguão de um aeroporto à espera de um voo atrasado, descansando em sua casa no Recife ou em andanças pelo interior nordestino.
O público pode visitar a mostra de terça-feira a domingo, das 10h às 21h. A Caixa Cultural fica na Avenida Almirante Barroso, 25, no centro do Rio. (Paulo Virgilio, da Agência Brasil)

Pra entender quem eu sou

Juro de pés juntos e os dedos em cruz que beijo, que, se alguém tiver a impertinência de saber quem eu sou, como eu sou, de onde venho e pra onde vou(aí nem eu sei), leia esse artigo. Eu viví aí. Eu comí aí. E quando chegar na parte onde a gente fazia amor nos apartamentos dos amigos ou nos jardins do Parque do Flamengo, inclua-me, por favor nos dois. Agora saiba quem é a ainda hoje saudosa Geração Paissandu.

A Geração Paissandu
Ruy Castro







Man with Pipe (1968), de Picasso
Os menores de 30 anos podem não acreditar, mas já houve um cinema no Brasil – uma sala de espetáculos, quero dizer – que resumiu todo o cenário de uma época e, em seu tempo, batizou uma geração que a protagonizou. O cinema era o Paissandu, uma modesta sala de 742 lugares na rua Senador Vergueiro, no bairro do Flamengo, no Rio. A época, os anos 1964-1968, os quatro primeiros do regime militar (que ainda se envergonhava de ser chamado de ditadura). E os jovens que o freqüentavam eram então conhecidos (mais pelos seus detratores) como a Geração Paissandu – uma vasta classificação que incluía rapazes e moças radicais em arte, política e comportamento, embora alguns ainda tivessem de dar satisfações à mãe quanto à hora de chegar em casa.

Os ecos do que se passava em torno da tela do Paissandu e nos bares adjacentes eram ouvidos em todo o Brasil daquele tempo e, se calhar, até em Paris. Ali, entre as montanhas de cartões de chope nos botequins e aos sussurros na sala de espera do cinema, antes do começo das sessões, derrubou-se incontáveis vezes a ditadura, libertou-se o Vietnã e decretou-se a vitória definitiva do jeans (da marca Lee) sobre o vinco impecável. Grandes tempos para quem os viveu. Certa noite, no entanto – a de 13 de dezembro de 1968, uma sexta-feira –, a Geração Paissandu silenciou sem dizer água vai, e meio que para sempre. Silêncio este que, como tudo mais, passou despercebido, porque a insegurança e o medo impostos pelo Ato Institucional nº 5, baixado naquela noite, engoliram todo mundo.

Hoje, ainda que timidamente, volta-se a falar na Geração Paissandu. Há uma nova geração interessada em saber o que ela significava, quem eram os jovens que a compunham, de onde vinham, o que faziam e o que os motivava. Bem, como este articulista pertenceu em carne, osso e espírito à dita geração, aqui vão alguns – como se dizia mesmo? – aportes ao assunto.

Muito do mito que se faz da juventude brasileira dos anos 60 estava representado de fato na Geração Paissandu. Mas nem todo. Ela era melhor do que esse mito. O cinema era a sua religião dominante, mas era menos verdade que a Geração Paissandu só pensasse nele. E ela estava longe de praticar o pensamento único – todo mundo ali era meio de esquerda, mas, se alguém tivesse mapeado as tendências estéticas e ideológicas em que seus membros se dividiam, o resultado seria quase igual ao número desses membros. O mesmo quanto à sua composição humana. A Geração Paissandu era formada por estudantes, jornalistas e profissionais ligados às áreas artísticas – os suspeitos de sempre –, mas também por jovens advogados, bancários, químicos, comerciários e por qualquer pessoa com um mínimo de gosto pela arte e com uma certa necessidade de exprimir-se, nem que fosse numa mesa de bar. Nem todos eram “intelectuais”, mas todos gostariam de o ser. Se isso induz a que se faça um ótimo juízo da juventude brasileira de meados dos anos 60, não há outro jeito – porque ela era ótima mesmo.

O estereótipo visual com que a posteridade vestiu aquela geração – calça americana (comprada no Mercadinho Azul, em Copacabana), camisas cáqui ou azuis de marinheiro (disponíveis nos melhores contrabandistas da praça Mauá), sandálias franciscanas, barbas à vontade e cabelos quase compridos – também não é de todo exato. Muitos realmente se vestiam assim, mas havia os de aparência conservadora, com ares de Zona Norte: cabelos curtos, blusão de mangas também curtas e calças da Ducal. As drogas eram raras ou inexistentes (o chope, livre). Em matéria de música, a Geração Paissandu estava mais para Tom e Vinicius, Nara Leão, Sergio Ricardo e, assim que ele surgiu, Chico Buarque. Havia um remoto interesse pelos Beatles e absoluta repulsa ao iê-iê-iê. E seus heróis no jazz eram Thelonious Monk, Miles Davis e o Modern Jazz Quartet – um jazz adulto e soturno, ideal para a sensação de fossa que permeava o pedaço e tinha suas razões para existir: a angústia comum da juventude (todo mundo no Paissandu, mesmo que fosse mais velho, parecia ter entre 18 e 22 anos), a sombria situação política nacional e internacional e uma infinita vontade de “participar”, não importava como.

Só que, em vez de ficar se lamuriando pelos cantos, a Geração Paissandu se agrupou e canalizou suas angústias para uma generosa idéia de mudar o mundo, fosse pela arte, pela “revolução sexual” (ativada pela recém-lançada pílula anticoncepcional) ou pela consciência política – se sabatinado, qualquer um de seus membros seria capaz de informar as últimas em Paris, em Hanói ou no Harlem. E, como de praxe na época, era pelo cinema que se descobria o mundo: os franceses estavam mostrando que era possível fazer um cinema barato, cheio de truques e idéias. O Paissandu, com sua luxuosa programação de filmes – controlada pela Companhia Cinematográfica Franco-Brasileira, dos irmãos Jacques, Robert e Maurice Valansi, donos no Brasil do cinema francês e europeu da época –, era o ponto ideal para aquilo. O publicista e programador do cinema era Fabiano Canosa que, aos 24 anos, parecia já ter visto todos os filmes do mundo.

O Paissandu servia de epicentro para vários pontos. O cinema propriamente dito espalhava-se pelos bares ao lado, o Oklahoma, e seu vizinho, o Cinerama, ambos com mesas na calçada (os dois são hoje irreconhecíveis, e o segundo passou a se chamar Garota do Flamengo). Nas noites de sexta e sábado, que eram o apogeu do Paissandu, a falta de cadeiras nesses botequins condenava os retardatários a um terceiro bar, o Venadense, na esquina da Senador Vergueiro com a Barão do Flamengo – a apenas 50 metros, mas que dava a impressão de ficar para lá de Novosibirsk, na Sibéria. E nem podia haver mesa para todo mundo no epicentro porque, se a Geração Paissandu se compunha de uns mil membros efetivos e outros tantos ocasionais, seu, digamos, universo estético e político representava muito mais gente, que também acorria.

As fontes alimentadoras do Paissandu ficavam a quilômetros dele. Uma delas era a então Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi), na Esplanada do Castelo. Todos os seus estudantes dos cursos de Ciências Sociais, Jornalismo, História e Letras o freqüentavam, incluindo alguns militantes visados pelo Dops (a polícia política). Outra fonte era a turma do Cinema Novo, com seus cineastas, agregados e belas tietes. E uma terceira fonte era o Solar da Fossa, um casarão em Botafogo habitado por aspirantes a poetas, atrizes, cantores, letristas e jornalistas, todos jovens, bonitos, românticos e ainda anônimos e duros. O Paissandu foi o ponto de encontro para muita gente a caminho da famosa Passeata dos 100 mil, em junho de 1968, e para onde se voltou depois da dita, em busca de um chope. Os meninos do Paissandu, por sua vez, freqüentavam as livrarias Francesa (ao lado da FNFi) e Leonardo da Vinci, na Cidade, nem que fosse para lamber as vitrines com os olhos – poucos tinham fundos para comprar aqueles livros recém-chegados de Paris. Comparado ao centro da esquerda festiva mais famosa e abonada do Rio, que era a do bar Zeppelin, em Ipanema, o Paissandu era quase o reduto da festiva pobre.

É provável que parte dos livros sob as axilas da Geração Paissandu não passasse de uma pose. Mas que pose: alguns desses livros eram Eros e civilização, do filósofo Herbert Marcuse, Tristes trópicos, do antropólogo Claude Lévi-Strauss, The medium is the massage, do comunicólogo Marshall McLuhan (ainda não havia a tradução em português, mas alguns tinham a edição francesa) e até o Livrinho vermelho dos pensamentos de Mao Tsé-Tung, que alguns liam a sério. Lia-se também muito Sartre e Bertrand Russell. Qualquer um desses livros servia de inspiração para a criação de um “grupo de estudo”, cujo principal objetivo nem sempre era o dito estudo. Às vezes, os fins eram muito menos finos, como a aproximação com alguma moça em quem se estava de olho. E, ao contrário do que se supõe, quase ninguém circulava pelo Paissandu com a revista Cahiers du Cinema (os poucos exemplares recebidos todo mês pela Leonardo da Vinci tinham destinatário certo: os críticos profissionais de cinema, principalmente os do Correio da Manhã e do Jornal do Brasil).

Um dos principais assuntos do Paissandu podia ser o cineasta Jean-Luc Godard, mas apenas porque, em 1968, nada menos que cinco filmes de Godard foram lançados no Rio (nem todos no Paissandu). Mas Jean-Luc não era uma unanimidade – havia gente na Geração Paissandu que o achava um irresponsável, tanto em cinema quanto em política. Em compensação, seu filme Uma mulher é uma mulher (Une femme est une femme), em reprise pela primeira vez no Rio desde 1962, foi programado por Fabiano Canosa para estrear numa segunda-feira de Carnaval, em 1966, e lotou o cinema. Outro que se sustentou em cartaz por semanas, em 1967, foi Pierrot le fou – a marquise do cinema o chamava pelo título em português, O demônio das onze horas. Apesar disso, o recordista de público do Paissandu não foi um Godard, mas o suave As duas faces da felicidade (Le bonheur), de Agnès Varda, com suas dez semanas consecutivas em cartaz, também em 1967. Um sério concorrente foi A religiosa (La religieuse), de Jacques Rivette, com Anna Karina, em 1968. Outros filmes autenticamente Paissandu foram A faca na água (Noz w wodie, 1964), de Roman Polanski, e Mouchette, a virgem proibida (1967), de Robert Bresson. E Canosa já sabia: se algum filme que ele programara fracassasse na bilheteria, era só trazer de volta o drama polonês Madre Joana dos Anjos (1961), de Jerzy Kawalerowicz. (Alguns meninos se esmeravam ao dizer o nome do diretor: Iêrji Cavaleróvitchi.)

Mas, por melhores que fossem, os novos filmes franceses, tchecos ou poloneses que o Paissandu exibia durante a semana não importavam muito. O quente eram as sessões de sexta e sábado à meia-noite, com os clássicos da Cinemateca do Museu de Arte Moderna cedidos por seu diretor Cosme Alves Neto, a pedido de Canosa. Nessas noites, que pareciam mobilizar le tout Rio, a aglomeração nos bares ao redor do cinema já começava por volta de 21 horas, provocada também pela presença quase certa dos rapazes do Cinema Novo, como David Neves, Cacá Diegues, Arnaldo Jabor, o dublê de jornalista e cineasta Mauricio Gomes Leite e, com direito a cadeira reservada, Glauber Rocha. Eles também eram cinéfilos, iam ao Paissandu para rever seus filmes do coração e, antes ou depois da sessão, pontificavam em voz alta no Oklahoma sobre os travellings, planos e contra-planos do diretor. O qual, fosse Rosselini, Visconti ou Bertolucci, só tratavam pelo primeiro nome (Roberto, Luchino, Bernardo), como se fossem íntimos deles nos festivais de Cannes, Veneza ou Karlov-Vary. (E eram mesmo.)

Na primeira sessão de meia-noite promovida por Canosa, em 1965, o filme foi Tabu (1931), de Murnau e Flaherty, numa cópia caindo aos pedaços. Os filmes que ele exibia eram, quase sempre, uma “obra-prima” do cinema. Ou, pelo menos, assim se apresentavam nos programas escritos (de graça) pelos críticos amigos, como Wilson Cunha, José Lino Grünewald ou o próprio Mauricio Gomes Leite e que, depois de mimeografados, eram distribuídos na porta do cinema pelo gerente Balthazar. Graças às preferências pessoais de Canosa, o conceito de “obra-prima” começou a se ampliar para muitos meninos do Paissandu. Fabiano ficara sabendo, por exemplo, que a única cópia existente no Brasil de O mágico de Oz (The wizard of Oz, 1939) estava para ser destruída, porque seu certificado de exibição (expedido pela Polícia Federal) acabara de vencer. Conseguiu uma licença da polícia para exibi-la pela última vez e, com isso, alguns daqueles jovens, que nunca tinham visto o filme, se convenceram de que um musical com Judy Garland podia ser um filme tão “de arte” quanto um severo Eisenstein ou Pudóvkin.

A platéia do Paissandu talvez fosse a única no mundo que, ao ver rolar na tela os créditos de um filme, aplaudia ou vaiava o nome de atores coadjuvantes, roteiristas e até fotógrafos – ao vê-la prorromper em palmas diante do nome de Raoul Coutard (o fotógrafo favorito de Godard), por exemplo, chamá-la de sofisticada era pouco. E ai de quem não fizesse jus aos seus padrões. Numa sessão de meia-noite em que se exibiu Oito e meio, de Fellini, em 1966, o complemento foi um curta-metragem de Julio Bressane e Eduardo Escorel, Bethania bem de perto. A platéia não perdoou e vaiou. A vaia era ao filme, não ao personagem, mas, em meio aos assovios, ergueu-se um magérrimo e desconhecido Caetano Veloso e fez sua primeira e impressionante aparição pública no Rio, encarando a platéia e a vaiando de volta.

O curioso é que, hoje, ao olhar para trás, quase chego a acreditar que o cinema era algo secundário nos interesses da Geração Paissandu. Tudo bem que a chegada de Glauber ao Oklahoma fosse anunciada com horas de antecedência (e, quando ele aparecia, o frisson fosse inevitável). Em compensação, em outras mesas, fervilhavam as discussões políticas – o Paissandu fazia mais a linha chinesa, anti-soviética, e não será exagero dizer que vários aderentes da futura luta armada contra os militares foram convertidos ali mesmo, no seu território. Mas, acima de tudo, pontificavam no Paissandu as discussões “existenciais”, para as quais só havia uma solução: a cama. Era o que se pregava em 1968. Daí porque, entre as moças (às dezenas, centenas, muitas de jeans surrados; outras, de minissaia e meias 3/4) e os rapazes da Geração Paissandu, houvesse uma tão feliz convergência de desejos – a qual, pela inexistência de motéis, tinha de ser consumada no apartamento de um amigo nas proximidades ou nos jardins do então novíssimo parque do Flamengo.

Grandes tempos, sem dúvida, e devo saber do que estou falando. Afinal, em 1968, eu tinha 20 anos, cursava o 2º ano de Ciências Sociais na FNFi, trabalhava no Correio da Manhã, morava no Solar da Fossa, e o Paissandu não era apenas um cinema a 300 metros da casa de meus pais. Era um segundo lar, muito melhor do que o primeiro. Em dezembro de 1968, no entanto, veio o Ato 5. Ele marcou o fim daquela época e fez com que toda uma geração se sentisse órfã e, daí a tempos, sem-teto. O Correio da Manhã seria destruído; a FNFi, arrancada de seu berço no Castelo e desmembrada em institutos; o Solar da Fossa, derrubado (e, em seu lugar, surgiria o shopping Rio Sul); e a Geração Paissandu, assim como toda aquela geração, rachou: uma parte foi para a droga, alguns pegaram em armas, muitos foram embora do país e a maioria enquadrou-se. O ideário da Geração Paissandu era modesto: sexo, cinema e uma firme decisão de mudar o mundo. Daí termos ficado tão ofendidos quando o mundo foi mudado à nossa revelia.

Surpreendentemente, o Paissandu não fechou. Fabiano Canosa tomou conta do forte até 1970, quando foi instruir os próprios americanos, tornando-se programador de cinemas de arte em Nova York, e nunca mais voltou. Depois, sim, o Paissandu morreu e ressuscitou muitas vezes, como cinema comercial ou “de arte”, sempre com o nome de Paissandu. Está lá até hoje, no mesmo lugar, e ainda passando bons filmes. Mas nunca mais foi o mesmo. Nem nós.

Nota do Editor
Texto gentilmente cedido pelo autor. Também capítulo do recém-lançado livro de Ruy Castro, Um filme é para sempre – 60 artigos sobre cinema, organizado por Heloisa Seixas

Governo inicia adesão ao Refis 2013 nesta segunda-feira (05)



Pelas regras do Programa, serão feitas as renegociações das dívidas contraídas até 31 de dezembro de 2012, relativas ao IPVA, ITCD e ICMS.

        O Governo do Estado, através da Secretaria da Fazenda, inicia nesta segunda-feira (5) o atendimento aos contribuintes interessados em aderir ao Programa de Recuperação Fiscal (Refis 2013).  Pelas regras do Programa, serão feitas as renegociações das dívidas contraídas até 31 de dezembro de 2012, relativas ao Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) e Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

        A adesão dos contribuintes deverá ser feita de 5 de agosto até 30 de setembro deste ano, podendo o pagamento da dívida ser feito à vista ou de forma parcelada em até 45 meses, desde que o valor de cada parcela não seja inferior a R$ 200,00. “Acreditamos que a iniciativa será um fator impulsionante da atividade econômica cearense e não uma ação puramente arrecadatória”, explicou o secretário Mauro Filho.

        O Refis 2013 possibilitará ainda aos devedores do antigo Banco do Estado do Ceará (BEC) a renegociação de suas dívidas, devendo as mesmas serem quitadas até o último dia útil de 2013. Nesse caso, o percentual de redução será de 70%, se o débito for pago integralmente até 31 de dezembro. Para aderir ao Programa, os contribuintes deverão procurar qualquer unidade de atendimento da Sefaz em Fortaleza ou no Interior. Outras informações pelo 0800 707 8585.

Audiência Pública da Assembleia do Estado discute irrigação no Icó

IRRIGANTES LOTAM AABB DE ICÓ.


Cerca de 600 pessoas participaram, hoje(02\08), no clube da AABB de Icó (CE), de evento promovido para discutir a situação do Perímetro Irrigado Icó Lima-Campos - PIRC, principalmente, da implantação do canal de gravidade, que diminuirá depois de instalado, os altos custos de energia elétrica, bem como de sua revitalização.
Estiveram presentes, além de centenas de agricultores do PIRC, o Deputado Estadual Neto Nunes, que presidiu a reunião; o Deputado Federal Domingos Neto; Diretores estaduais e locais do DNOCS, além de lideranças políticas e comunitárias.

Vagabundas são investigadas no Rio

Polícia Civil investiga destruição de imagens de santos em Copacabana

Cena polêmica ocorreu durante a realização da Marcha das Vadias. No mesmo dia, a cidade estava lotada de peregrinos da Jornada Mundial da Juventude

 A Polícia Civil investiga a ação de um casal integrante da Marcha das Vadias no último sábado durante um protesto em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Com a praia lotada de peregrinos católicos por ocasião de um dos eventos da Jornada Mundial da Juventude, um homem e uma mulher destruíram imagens de santos e sentaram em crucifixos. A informação foi antecipada pelo Informe do DIA .

De acordo com o delegado José William de Medeiros, da 12ª DP (Copacabana), alguns das garotas já foram identificadas e serão convocadas a prestar depoimento. Um inquérito já foi instaurado para apurar o caso.
É livre o direito de se manifestar, no entanto atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém em função de crença ou de não ter religião são crimes ligados à intolerância religiosa.
Marcha das Vadias em Copacabana tem protesto com símbolos católicos
José Pedro Monteiro / Agência O Dia
Tumulto
Apesar do choque de ideologias, tudo corria bem, até que por volta das 14h30 de sábado formou-se uma pequena confusão. Um grupo de cerca de 50 peregrinos encontraram os ativistas da Marcha das Vadias. Os fiéis iniciaram a provocação, fizeram gestos obscenos e entoaram os versos "Esta és la juventud del Papa".
Argentinos chegaram a balançar grades, mas o confronto não chegou às vias de fato. As manifestantes responderam as provocações dançando, mostrando os seios e rebolando. Gritos contra o Papa e a Igreja eram entoados em meio às "Vadias". No entanto, o auge da tensão foi quando um casal começou a quebrar santos e sentar sobre cruzes.
“É um momento sagrado para nós e o protesto deveria ser menos agressivo. Rezei um terço e pedi que Jesus os abençoasse”, disse a fiel Eulália Cabral, 56, espantada com a cena.
Antes do protesto, a ativista Rogéria Pexinho, havia afirmado que o objetivo da marcha não era entrar em confronto ou provocar religiosos. "A gente não quer confronto com religião. Nós queremos protestar contra o Estado", disse.
O movimento, que luta contra a violência sexual, defende a legalização do aborto e é contra a utilização de dinheiro público em eventos religiosos, também pediu explicações para o desaparecimento do pedreiro Amarildo, da Rocinha.
Segundo seus representantes, a Marcha das Vadias luta contra a violência sexual, defende o direito das mulheres de usarem o corpo como quiserem, luta pela legalização do aborto, contra os investimentos superfaturados em eventos religiosos, contra a violência policial nas manifestações populares e levanta a bandeira do pedreiro Amarildo, que está desaparecido desde o dia 14 de julho quando foi levado para a sede da UPP da Rocinha.

Opinião

O anzol e o peixe

Mauro Santayana
Com isso, o IDHM geral do Brasil mudou de "muito baixo" (0,493), em 1991, para "alto desenvolvimento humano" (0,727) em 2010. Em 2000, o IDHM geral do Brasil era 0,612, ou seja, ainda considerado médio.
O IDHM não é a média do índice por municípios mas cálculo feito a partir das informações do conjunto da população brasileira em relação a três indicadores: vida longa e saudável, acesso ao conhecimento e padrão de vida, este último determinado pela renda.
Segundo a publicação, alcançamos  alto padrão quanto à longevidade e à renda, e  padrão apenas “médio” quanto à educação. O dado não causa espanto, uma vez que, em 2011, ocupamos o 88º lugar entre l27 países, segundo ranking elaborado  pela Unesco — órgão da ONU dedicado à cultura e à educação.
Por sua vez, outro relatório, o de “monitoramento global”, indica que o Brasil foi dos países que mais aumentaram o investimento em educação, tendo um dos melhores programas de combate ao analfabetismo do mundo.   
No geral, no entanto, os municípios que mais avançaram estão no Norte e no Nordeste, o que indica que a renda da população mais pobre do país está mais alta, embora permaneça baixa com relação às regiões mais desenvolvidas, como a do Vale do Paraíba, em São Paulo, que está próxima à dos Estados Unidos.
Existe, no entanto, uma grande diferença entre acesso à educação — que se considera, no Brasil, a frequência à escola — e o acesso ao conhecimento.
Muitos alunos têm chegado às universidades públicas, religiosas e privadas, sem estar devidamente preparados — as últimas quase sempre mais preocupadas com o faturamento. Outros também têm tido acesso, com critério de seleção que não é muito rigoroso, a programas em que o Brasil investe muito, como ”Ciência Sem Fronteiras”.
Embora tenhamos universidades como       a USP, considerada a melhor entre os países de língua portuguesa e espanhola, caímos seis posições no último ranking. Encontramo-nos ao lado do México, e atrás de algumas nações latino-americanas, como o Chile.
O governo anuncia que pretende aumentar o número de escolas integrais, de 49 para  60 mil em curto espaço de tempo. É uma excelente medida, mas não basta retirar a criança da rua, seja assim, ou fazendo-a ajudar os pais,  ao cuidar dos irmãos menores, enquanto eles trabalham.
É preciso aproveitar o tempo extra para que assimilem cultura, com teatro, leitura, artes plásticas, atividades que ensinem as novas gerações a pensar. Temos avançado — e precisamos caminhar muito mais — na melhora da qualidade de vida da população. Estamos aprimorando o sabor do peixe, mas precisamos ensinar o povo a pescar, por meio do conhecimento.

Mauro Tantayana é jornalista e meu amigo

Quer dizer que era tudo mentira?

Tribunal de Justiça arquiva processo de juiz envolvido com rinha de galo

O Tribunal de Justiça do Ceará arquivou por maioria de votos, o Processo Administrativo contra o Juiz Francisco José Mazza Siqueira, titular da 2º Vara da Comarca do Crato. De acordo com denúncia do Ministério Público Estadual, realizada em 26 de maio de 2011, o Magistrado teria participado de rinhas de galo e promovido a criação desses animais em cativeiro, na própria residência oficial.
Ainda segundo o MP, o Juiz teria efetuado ligação telefônica intimidando o Delegado da Polícia Civil Giuliano Sena, que investigava a ocorrência de rinhas na região.

Essa você não sabia

Ausências
A Jornada Mundial da Juventude acabou e só agora se sabe que o padre-cantor Fábio Mello não apareceu na vigília na praia de Copacabana porque estaria comemorando o aniversário de Sasha, na casa de Xuxa Meneghel. Só deu o ar da graça no domingo. Quanto ao padre Marcelo Rossi, igualmente ausente de todos os capítulos da celebração, fica evidenciado de que o alto clero do país não morre de amores por ele (o motivo apresentado é que estava adoentado). Na visita de Bento 16, padre Marcelo Rossi também ficou de fora.

Assustar não pode.

Líderes da Marcha das Vadias são ameaçadas de morte 

A feminista Rogéria Peixinho, uma das organizadoras da Marcha das Vadias, revelou à coluna de Ancelmo Gois que sofreu ameaças de morte pelo telefone, após o polêmico ato, sábado, em Copacabana. Outros organizadores também foram ameaçados por meio de telefonemas, torpedos e mensagens nas redes sociais.Como se sabe, durante o protesto ocorrido no sábado, manifestantes quebraram imagens de santos. Rogéria disse que o gesto que chocou muita gente não foi programado pelos organizadores. Rogéria -- que se fantasia de freira nas marchas -- contou ainda que deu queixa na Delegacia Especial de Atendimento à mulher (Deam) do Centro. O movimento denunciou o caso à Comissão de Direitos Humanos da Alerj e vai buscar apoio da Anistia Internacional. Rogéria disse também que foram criadas várias páginas no Facebook  expondo telefones e endereços dos organizadores da Marcha das Vadias.

Ê ê, que festa de arromba!!!

Presidência prepara grande desfile para o dia da independência
Governo prepara grande festa para ofuscar protestos em 7 de setembro
A Presidência prepara megaevento para o Dia da Independência, que promete ser marcado por protestos, que as redes sociais organizam como “os maiores de todos os tempos”. Reservou R$2,2 milhões para festa em Brasília, com 49 tendas, palanques e tribunas, segurança, telões, som, mobiliário e gerador de energia. Em 2012, o Planalto esperava gastar R$2,4 milhões, mas a festa saiu por R$900 mil.

Só na semana que v em

Dilma sanciona medidas para jovens

A presidenta Dilma Rousseff agendou para segunda-feira (5), no Palácio do Planalto, a sanção do Estatuto da Juventude, que prevê medidas para cerca de 51 milhões de brasileiros com idade entre 15 e 29 anos.
Pelo texto, fica assegurado aos jovens de baixa renda e aos estudantes em todo o território nacional a meia-entrada em salas de cinema, teatros e eventos esportivos, de lazer e entretenimento. Aprovada em julho pelo Plenário da Câmara dos Deputados, a matéria prevê ainda, o direito a duas vagas gratuitas por veículo do sistema de transporte interestadual e outras duas com desconto de 50%, no mínimo, no caso de esgotadas as primeiras.

Com todo respeito

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
 Os londrinos estão sofrendo com o calor de 34 graus, registrados na tarde de ontem. E quem andou de metrô sofreu mais ainda. É que o meio de transporte não tem ar-condicionado e os ventiladores não estão funcionando. Deve ser terrível viver num país que tem problemas no sistema de transporte.

Não, Francisco não sabe

Eu não sei porque chamam vagabundos e vândalos de manifestantes.

Eu estava aqui






Veja como são os caminhos da História.
O salão ocupado quarta por manifestantes mascarados na Câmara dos Vereadores do Rio é o mesmo onde foi velado o corpo do estudante Edson Luís, morto pela ditadura em 1968 (foto).

Manchetes deste sábado

- Globo: Depois do julgamento: BC fecha banco do mensalão
- Folha: Vazamento sobre cartel é político, diz governo de SP
- Estadão: Superfaturamento de cartel de trens chegou a R$ 577 milhões
- Correio: Vida longa ao povo brasileiro
- Estado de Minas: Mineiras cheias de vida
- Zero Hora: Qualidade de vida dois passos atrás