Nos
dias 21, 22 e 23 de fevereiro, Fortaleza recebe o musical “Gonzagão, a Lenda”,
espetáculo multipremiado que já foi visto por 65 mil no Brasil. As
apresentações na cidade são promovidas pela Rede, empresa do grupo Itaú
Unibanco, para homenagear um dos maiores nomes da música brasileira. “É muito
importante valorizarmos a obra de Gonzagão, artista que é um marco para o povo
nordestino e para o Brasil”, diz Cristiane Magalhães, diretora de Marketing de
Negócios do Itaú Unibanco.
O
musical “Gonzagão, a Lenda”, idealizado pela produtora Andréa Alves, com texto
e direção de João Falcão, é uma homenagem ao grande ícone da cultura
brasileira. Há um ano em cartaz e com diversos prêmios e lindas críticas na
bagagem, o espetáculo foi visto por cerca de 65 mil pessoas no Rio de Janeiro e
em São Paulo e foi vencedor do Prêmio Shell de Teatro 2012 de Melhor Música; do
7º Prêmio APTR de Melhor Produção; e do Prêmio FITA 2013 nas categorias Melhor
Espetáculo (Júri Popular), Melhor Direção e Melhor Figurino.
Sobre o
espetáculo
Oito
atores e uma atriz se revezam no palco em uma viagem musical pela trajetória do
Rei do Baião. Como em qualquer história de homem que vira mito, a vida de Luiz
Gonzaga tem passagens em que as versões de seus biógrafos não convergem, em que
realidade e fantasia se confundem. Mas o autor e diretor João Falcão se sentiu
livre para tratar mais do mito do que do homem.
“É a
história de Luiz Gonzaga, mas não é Wikipédia”, diz Falcão, que evitou qualquer
didatismo na construção do texto, embora tenha lido vários livros sobre um dos
artistas mais importantes da música brasileira, morto em 2 de agosto de 1989,
cujo centenário de nascimento foi comemorado em dezembro de 2012.
A opção
por uma abordagem teatral, não enciclopédica, fica explícita logo no início da
peça, quando uma trupe se apresenta para contar a “lenda do Rei Luiz”. Os
atores desta trupe anunciam que encenarão uma história iniciada “no sertão do
Araripe lá pelos idos do século XX”. As referências são maciçamente
nordestinas, sobretudo pernambucanas.
Luiz
Gonzaga nasceu no município de Exu, de onde saiu aos 17 anos para ganhar o
mundo. João Falcão também é de Pernambuco, da cidade de São Lourenço da Mata.
“A festa mais importante da minha casa era a de São João, e São João era Luiz
Gonzaga. Ele era patrimônio do povo, mais do que qualquer outro artista. Poucas
músicas que estou usando no espetáculo descobri agora. A maioria eu sabia de
cor, já sabia tocar”, conta ele, que também é compositor.
Na
história do rei do baião, João Falcão se permitiu rebatizar duas mulheres
importantes da vida do músico, Nazarena (o primeiro grande amor) e Odaléa (a
mãe de Gonzaguinha) como Rosinha e Morena, respectivamente, nomes que aparecem
em músicas do compositor. E ainda se permitiu criar um encontro que nunca
aconteceu: Luiz Gonzaga e Lampião, dois mitos nordestinos.
Também
há espaço para se falar da originalidade de Gonzaga, um artista que, a partir
dos ensinamentos de seu pai, Januário, criou em sua sanfona um gênero, o baião,
e o transformou em sucesso e patrimônio nacionais. Dentre as cerca de 40
canções que estão no espetáculo há sucessos como “Cintura fina”, “O xote das
meninas”, “Qui nem jiló”, “Baião”, “Pau-de-arara” e sua mais célebre criação,
“Asa branca”.
De
acordo com a linha não dogmática de todo o espetáculo, o musical não ficou
preso à estrutura básica do forró, que é sanfona-triângulo-zabumba. No conjunto
dos quatro instrumentistas virtuoses que atuam no palco, há, além do sanfoneiro
(Rafael Meninão) e do percussionista (Rick De La Torre), um violoncelista
(Daniel Silva) e um rabequeiro e violeiro (Beto Lemos).
Os
arranjos de todas as músicas foram elaborados pelos quatro músicos, que por
conta da longa temporada estão em grande sintonia e presenteiam a plateia com
improvisos em todas as apresentações, um privilégio para o espectador e uma
renovação diária para a montagem. Beto Lemos rouba a cena em “Assum Preto”, em
um solo de rabeca que já foi aplaudido durante cinco minutos em cena aberta.
SERVIÇO
Musical
Gonzagão – A Lenda
Quando:
dias 21 e 22, às 20h e dia 23, às 19h
Onde:
Anfiteatro do Dragão do Mar
Ingressos:
R$ 20 e R$ 10 (meia)