Notificada
Há pouco tempo, Paula Lavigne contou, numa entrevista, que quando era atriz, pedia cachês muito altos e vivia recebendo recusas, sempre com um comentário anexado: “O que é isso? Tá maluca? Só porque é mulher do Caetano?” Na mesma entrevista, Paula lembra que, quase sempre, acabava retrucando: “Claro, você acha que sou mulher do Wando?” Wando não gostou e enfiou uma representação judicial contra Paula: ela responderá na justiça e, se o cantor não se convencer, entra com processo-crime.
Está no Giba
Nova ECT
Se aprovadas, as reformas na Lei Postal e no Estatuto dos Correios poderão mudar o perfil da ECT, transformando-a numa empresa prestadora de serviços logísticos e financeiros. Embora tenha contrato com o Bradesco até o final do ano que vem, a ECT quer vender seguros, títulos de capitalização e fazer operações de crédito maiores. Revisando o estatuto da empresa, o Banco Postal ganha novo vigor. Hoje, está nas mãos de Lula, um relatório que diagnostica perdas nos Correios. De 2005 para cá, a receita gerada por postagem de cartas, contas, boletos e extratos bancários diminuiu 20%, o que representa R$ 1 bilhão a menos no caixa todos os anos.
Se aprovadas, as reformas na Lei Postal e no Estatuto dos Correios poderão mudar o perfil da ECT, transformando-a numa empresa prestadora de serviços logísticos e financeiros. Embora tenha contrato com o Bradesco até o final do ano que vem, a ECT quer vender seguros, títulos de capitalização e fazer operações de crédito maiores. Revisando o estatuto da empresa, o Banco Postal ganha novo vigor. Hoje, está nas mãos de Lula, um relatório que diagnostica perdas nos Correios. De 2005 para cá, a receita gerada por postagem de cartas, contas, boletos e extratos bancários diminuiu 20%, o que representa R$ 1 bilhão a menos no caixa todos os anos.
Está no Estadão de hoje
Ustra assinou documento em 1972 sobre morte de estudante da ALN
Relatório do chefe do DOI feito por ordem superior revela detalhes sobre destino de militantes de esquerda
Marcelo Godoy
Antônio dos Três Reis Oliveira era estudante quando foi preso no 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1968. Solto, entrou para a clandestinidade e assim estava quando desapareceu em 1970 ao lado da operária Alceri Maria Gomes da Silva. Seus corpos não foram achados. O Exército nunca assumiu publicamente as mortes, mas o oficialato tinha conhecimento do que se passou com os militantes comunistas. A prova é um documento sigiloso assinado pelo então major Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do Destacamento de Operações de Informações (DOI), do 2º Exército, com sede em São Paulo.
Trata-se do mais detalhado relato feito pelo órgão responsável pela repressão política no Estado sobre a morte de Oliveira, importante quadro da Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo criado em 1967 por Carlos Marighella, a partir de uma dissidência do PCB. O relatório tem 24 linhas e estava em meio a uma das dezenas de pastas com papéis sobre o Exército no arquivo da Divisão de Ordem Social do antigo Departamento de Ordem Político e Social de São Paulo (Dops-SP). Foi lá que o Estado o encontrou.
O advogado Paulo Esteves, que defende Ustra, não nega a autenticidade da prova. Pelo contrário. Afirma que ela mostra que Ustra fez o que devia: informou os superiores.
O documento em questão é o Ofício 572/72-E/2-DOI, de 21 de agosto de 1972. Endereçado ao diretor do Dops, tinha como origem a 2ª Seção do Estado-Maior do 2º Exército. Ustra assinou o documento por delegação do chefe da seção, coronel Flávio Hugo Lima da Rocha, que lhe repassara a missão recebida do comando. Assim, logo na primeira linha, Ustra diz que foi incumbido pelo "sr. gen. chefe do Estado-Maior do 2º Exército" de informar "o seguinte a respeito de Antônio dos Três Reis de Oliveira".
O primeiro item do documento menciona a prisão de Osvaldo Soares, dirigente da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), grupo da esquerda armada que mantinha relações com a ALN. Soares foi capturado em 17 de maio de 1970, durante a série de prisões que desarticulou a VPR em São Paulo e levou à descoberta e cerco da área de treinamento de guerrilha no Vale do Ribeira, mantida pelo capitão Carlos Lamarca.
"Interrogado, declarou (Soares) residir em aparelho, sito à Rua Caraguataí, no Tatuapé, na zona leste de São Paulo, em companhia de Alceri Maria Gomes da Silva", outra militante da VPR, e de "Eloi, elemento que lhe fora ?passado? por Eduardo Leite (Bacuri) a fim de que ficasse guardado em seu aparelho". Eloi era o nome de guerra de Oliveira.
Bacuri, que o encaminhara para a casa no Tatuapé, era particularmente odiado pela polícia. Em 1970 ele foi um dos chefes do sequestro do embaixador alemão Ehrenfried von Hollenben, solto em troca da libertação de 40 militantes presos.
O relato de Ustra prossegue. Informa que "foram enviados elementos do DOI ao citado aparelho a fim de efetuar a prisão dos elementos" que lá moravam. No local, foi achado "vasto material subversivo, como armamento, munição e explosivos". Os agentes teriam feito "uma revista minuciosa", quando encontraram um alçapão.
"Aberto tal alçapão foi notada a presença de um homem e de uma mulher no interior do porão, os quais passaram a disparar suas armas, formando então intenso tiroteio, em decorrência do qual vieram a falecer sendo posteriormente identificados como Alceri Maria Gomes da Silva (Carmem), pertencente à VPR, e Antônio dos Três Reis de Oliveira (Eloi)."
IDENTIDADE CONHECIDA
O documento mostra que Ustra e o comando do 2º Exército conheciam a identidade dos mortos. Ele diz ainda que Oliveira pertencia ao GTA (Grupo Tático Armado) da ALN e participara de " ações terroristas". Sua família, bem como a de Alceri, não recebeu atestado de óbito nem foi informada sobre o local da sepultura. Nenhuma nota ou documento assumindo a morte de Oliveira foi emitido, como acontecia em casos de supostos tiroteios entre militares e guerrilheiros em São Paulo.
A razão disso pode estar no depoimento ao Estado do agente Fábio, da Seção de Investigação do DOI de São Paulo. Ele informou que o então subtenente Carlos, o Tião da ALN, jogou uma granada no alçapão em que estavam Oliveira e Alceri.
O nome de Oliveira consta do anexo da Lei 9.140/95, sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, na qual o Estado reconheceu como mortas as pessoas desaparecidas em função de atividades políticas entre 1961 e 1979 - Alceri deixou de ser considerada desaparecida porque em 1990 a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos obteve documentos sobre sua morte.
O caso de Oliveira está descrito no livro Direito à Memória e à Verdade, editado pela Presidência da República. Afirma-se ali que a prisão ou morte de Oliveira foi negada pelos órgãos de segurança. As primeiras informações sobre seu destino só surgiram anos depois. O primeiro documento a mencionar sua morte foi achado em 1990.
No arquivo do Instituto Médico-Legal de São Paulo estava a guia de requisição de exame de seu corpo e o atestado de óbito. Em 1993 a Aeronáutica entregou ao governo um relatório que, em três linhas, dizia que Oliveira e Alceri morreram em 1970. Muito pouco em comparação ao que o Exército sabia.
Penso eu: É por isso que um bocado de General saudoso da Redentora tem no Ustra seu maior ídolo, guru e herói.
Relatório do chefe do DOI feito por ordem superior revela detalhes sobre destino de militantes de esquerda
Marcelo Godoy
Antônio dos Três Reis Oliveira era estudante quando foi preso no 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1968. Solto, entrou para a clandestinidade e assim estava quando desapareceu em 1970 ao lado da operária Alceri Maria Gomes da Silva. Seus corpos não foram achados. O Exército nunca assumiu publicamente as mortes, mas o oficialato tinha conhecimento do que se passou com os militantes comunistas. A prova é um documento sigiloso assinado pelo então major Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do Destacamento de Operações de Informações (DOI), do 2º Exército, com sede em São Paulo.
Trata-se do mais detalhado relato feito pelo órgão responsável pela repressão política no Estado sobre a morte de Oliveira, importante quadro da Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo criado em 1967 por Carlos Marighella, a partir de uma dissidência do PCB. O relatório tem 24 linhas e estava em meio a uma das dezenas de pastas com papéis sobre o Exército no arquivo da Divisão de Ordem Social do antigo Departamento de Ordem Político e Social de São Paulo (Dops-SP). Foi lá que o Estado o encontrou.
O advogado Paulo Esteves, que defende Ustra, não nega a autenticidade da prova. Pelo contrário. Afirma que ela mostra que Ustra fez o que devia: informou os superiores.
O documento em questão é o Ofício 572/72-E/2-DOI, de 21 de agosto de 1972. Endereçado ao diretor do Dops, tinha como origem a 2ª Seção do Estado-Maior do 2º Exército. Ustra assinou o documento por delegação do chefe da seção, coronel Flávio Hugo Lima da Rocha, que lhe repassara a missão recebida do comando. Assim, logo na primeira linha, Ustra diz que foi incumbido pelo "sr. gen. chefe do Estado-Maior do 2º Exército" de informar "o seguinte a respeito de Antônio dos Três Reis de Oliveira".
O primeiro item do documento menciona a prisão de Osvaldo Soares, dirigente da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), grupo da esquerda armada que mantinha relações com a ALN. Soares foi capturado em 17 de maio de 1970, durante a série de prisões que desarticulou a VPR em São Paulo e levou à descoberta e cerco da área de treinamento de guerrilha no Vale do Ribeira, mantida pelo capitão Carlos Lamarca.
"Interrogado, declarou (Soares) residir em aparelho, sito à Rua Caraguataí, no Tatuapé, na zona leste de São Paulo, em companhia de Alceri Maria Gomes da Silva", outra militante da VPR, e de "Eloi, elemento que lhe fora ?passado? por Eduardo Leite (Bacuri) a fim de que ficasse guardado em seu aparelho". Eloi era o nome de guerra de Oliveira.
Bacuri, que o encaminhara para a casa no Tatuapé, era particularmente odiado pela polícia. Em 1970 ele foi um dos chefes do sequestro do embaixador alemão Ehrenfried von Hollenben, solto em troca da libertação de 40 militantes presos.
O relato de Ustra prossegue. Informa que "foram enviados elementos do DOI ao citado aparelho a fim de efetuar a prisão dos elementos" que lá moravam. No local, foi achado "vasto material subversivo, como armamento, munição e explosivos". Os agentes teriam feito "uma revista minuciosa", quando encontraram um alçapão.
"Aberto tal alçapão foi notada a presença de um homem e de uma mulher no interior do porão, os quais passaram a disparar suas armas, formando então intenso tiroteio, em decorrência do qual vieram a falecer sendo posteriormente identificados como Alceri Maria Gomes da Silva (Carmem), pertencente à VPR, e Antônio dos Três Reis de Oliveira (Eloi)."
IDENTIDADE CONHECIDA
O documento mostra que Ustra e o comando do 2º Exército conheciam a identidade dos mortos. Ele diz ainda que Oliveira pertencia ao GTA (Grupo Tático Armado) da ALN e participara de " ações terroristas". Sua família, bem como a de Alceri, não recebeu atestado de óbito nem foi informada sobre o local da sepultura. Nenhuma nota ou documento assumindo a morte de Oliveira foi emitido, como acontecia em casos de supostos tiroteios entre militares e guerrilheiros em São Paulo.
A razão disso pode estar no depoimento ao Estado do agente Fábio, da Seção de Investigação do DOI de São Paulo. Ele informou que o então subtenente Carlos, o Tião da ALN, jogou uma granada no alçapão em que estavam Oliveira e Alceri.
O nome de Oliveira consta do anexo da Lei 9.140/95, sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, na qual o Estado reconheceu como mortas as pessoas desaparecidas em função de atividades políticas entre 1961 e 1979 - Alceri deixou de ser considerada desaparecida porque em 1990 a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos obteve documentos sobre sua morte.
O caso de Oliveira está descrito no livro Direito à Memória e à Verdade, editado pela Presidência da República. Afirma-se ali que a prisão ou morte de Oliveira foi negada pelos órgãos de segurança. As primeiras informações sobre seu destino só surgiram anos depois. O primeiro documento a mencionar sua morte foi achado em 1990.
No arquivo do Instituto Médico-Legal de São Paulo estava a guia de requisição de exame de seu corpo e o atestado de óbito. Em 1993 a Aeronáutica entregou ao governo um relatório que, em três linhas, dizia que Oliveira e Alceri morreram em 1970. Muito pouco em comparação ao que o Exército sabia.
Penso eu: É por isso que um bocado de General saudoso da Redentora tem no Ustra seu maior ídolo, guru e herói.
Deu em O Globo
Os grandes mudos
De Elio Gaspari:
O tucanato tem dois candidatos à Presidência da República (José Serra e Aécio Neves). Ganha uma passagem de ida e volta a Paris quem souber de uma palavra de qualquer um dos dois condenando a crise do Senado e as malfeitorias praticadas no Congresso.
De Elio Gaspari:
O tucanato tem dois candidatos à Presidência da República (José Serra e Aécio Neves). Ganha uma passagem de ida e volta a Paris quem souber de uma palavra de qualquer um dos dois condenando a crise do Senado e as malfeitorias praticadas no Congresso.
Redução do IPI surte efeito na cadeia produtiva
A decisão do governo de reduzir o IPI para quatro setores da economia já surte efeito sobre a cadeia produtiva de ao menos três deles - seja pela volta do crescimento da produção, pelo aumento nas vendas ou por uma nova leva de contratações. Como mostra reportagem de Danielle Nogueira, publicada na edição desta segunda-feira do GLOBO, na linha branca, a produção saltou 20% em maio e junho, em relação a igual período de 2008.
Alguns fabricantes de acessórios para a construção civil registraram recorde de vendas em junho, após leve recuperação em maio. E as montadoras, depois de baterem números históricos de vendas em junho , já preveem novos recordes para o ano. No final de junho, o governo decidiu prorrogar a reduções dos impostos sobre veículos, pães, materiais de construção e eletrodomésticos.
Para atender à alta na demanda por seus produtos, os três segmentos voltaram a contratar, contribuindo para o avanço do saldo positivo de abertura de vagas na indústria de modo geral em julho.
Segundo estimativas do economista Fábio Romão, da LCA Consultores, foram criadas 17,3 mil vagas no setor no mês passado, pouco abaixo da média da década para o período, de 18,5 mil, e bem acima do registrado em junho - apenas 2,8 mil vagas. Os dados oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho deverão ser divulgados na próxima semana.
Alguns fabricantes de acessórios para a construção civil registraram recorde de vendas em junho, após leve recuperação em maio. E as montadoras, depois de baterem números históricos de vendas em junho , já preveem novos recordes para o ano. No final de junho, o governo decidiu prorrogar a reduções dos impostos sobre veículos, pães, materiais de construção e eletrodomésticos.
Para atender à alta na demanda por seus produtos, os três segmentos voltaram a contratar, contribuindo para o avanço do saldo positivo de abertura de vagas na indústria de modo geral em julho.
Segundo estimativas do economista Fábio Romão, da LCA Consultores, foram criadas 17,3 mil vagas no setor no mês passado, pouco abaixo da média da década para o período, de 18,5 mil, e bem acima do registrado em junho - apenas 2,8 mil vagas. Os dados oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho deverão ser divulgados na próxima semana.
Da coluna do Ancelmo Gois no O Globo
"A corda arrebenta do lado mais fraco
Com todo o respeito. Há um quê de covardia em decisões como essa de mandar prender uma médica acusada de descumprir a ordem judicial de internar uma mulher, na madrugada de quarta, no Rio. Se a Justiça quer prender alguém do governo do estado por descumprir suas ordens, que encane o secretário de Saúde ou mesmo o governador, seja ele quem for.
Este tipo de decisão em cima dos mais fracos, na cadeia de comando, não é, infelizmente, novidade. Em várias situações, a Justiça prendeu, por exemplo, gerentes de supermercados e de bancos, e não seus donos."
Com todo o respeito. Há um quê de covardia em decisões como essa de mandar prender uma médica acusada de descumprir a ordem judicial de internar uma mulher, na madrugada de quarta, no Rio. Se a Justiça quer prender alguém do governo do estado por descumprir suas ordens, que encane o secretário de Saúde ou mesmo o governador, seja ele quem for.
Este tipo de decisão em cima dos mais fracos, na cadeia de comando, não é, infelizmente, novidade. Em várias situações, a Justiça prendeu, por exemplo, gerentes de supermercados e de bancos, e não seus donos."
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