Prefeito interino de Jardim é suspeito de desvio de verba federal


O atual presidente da Câmara Municipal do município de Jardim, João Claudio Brito Coutinho, é suspeito de desviar dinheiro do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O crime teria acontecido quando João Claudio assumiu a prefeitura interinamente em julho a setembro de 2011.
Além de João Claudio, ex-secretários são suspeitos de envolvimento no suposto desvio de verbas públicas federais. O desvio pode chegar a R$ 1 milhão. A informação foi repassada durante uma coletiva na tarde desta quinta-feira (3) pelo delegado Francisco Assis Castro Bonfim.
De acordo com a PF, a o Ministério Público de Juazeiro recebeu um relatório enviado pela atual administração da prefeitura e o material será investigado pelo promotor de justiça, Rafael Ribeiro Rayol.
Durante operação nesta quinta-feira (3), a polícia apreendeu computadores e documentos, cheques de fornecedores de empresários de Varzea Alegre.
Segundo a PF, os cheques com valores desviado dos recursos públicos eram sacados em escritórios de contabilidade na cidade de Várzea Alegre

Licitação da AMC gera nova discussão na Câmara e na AL

Um documento apresentado pela Citéluz no processo licitatório para prestação de serviço da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) suscitou novo debate ontem na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de Fortaleza. Segundo o deputado Fernando Hugo (PSDB), a empresa apresentou um documento não traduzido para o português por um tradutor juramentado, ligado à Junta Comercial do Estado do Ceará, conforme exigia o edital da AMC. 
Na Câmara Municipal, o assunto foi destacado pelo vereador Carlos Mesquita (PMDB). Em posse do mesmo documento, o peemedebista confirmou a denúncia do tucano. Ele, porém, sugeriu ao líder do governo, vereador Ronivaldo Maia (PT), que a Prefeitura e a AMC, por meio do presidente Fernando Bezerra, viessem a público informar a “desqualificação” da Citéluz do processo licitatório e restabelecer o “crédito político junto à sociedade”.
Para o deputado Fernando Hugo, o Ministério Público e o Tribunal de Contas devem investigar o caso, uma vez que a comissão de licitação da Prefeitura desconsiderou o item e habilitou a empresa.

Assembleia lança Pacto a favor do Complexo do Pecém

 Acontecerá hoje no Plenário da Assembleia Legislativa do Ceará, às 10h30, o lançamento de um Pacto a favor do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), com a presença do governador Cid Gomes. A articulação reunirá representantes das instituições envolvidas e será organizada em núcleos: setor público municipal, estadual e federal; setor produtivo; sociedade civil e movimentos sociais; academia e instituições de pesquisa. 
Segundo especialistas, o CIPP é projeto que pode trazer um grande impacto econômico para o Ceará, com o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) em 50%, entretanto, existem divergências acerca dos impactos sociosambientais. O principal embate trata-se das desapropriações necessárias à construção de novas indústrias, como a Refinaria Premium II, que demanda um diálogo com a Fundação Nacional do Índio (Funai) a respeito do território dos índios Anacés.

Penso eu - É muita petulancia atravancar o progresso do Ceará por uma coisa que não existe.

Relator usa Demóstenes para moer Demóstenes


Nelson Rodrigues escreveu: “A grande tempestade é a de ópera. A orquestra imitando trovão convence muito mais do que o próprio trovão.” Assim era o senador Demóstenes Torres. Quando trovejava sobre os antagonistas, seus raios que os partam produziam mais estrago do que tempestade genuína.
O velho cronista também anotou: “Nenhum raio assusta mais do que um relâmpago de curto-circuito.” Foi assim, ligando os fios desencapados de um mesmo circuito, que o relator do Conselho de Ética do Senado, Humberto Costa, produziu o clarão definitivo. Uniu o Demóstenes pré-Cachoeira ao Demóstenes pós-Cachoeira.
O relator expôs a falta de decoro do acusado sem lançar mão de um mísero grampo da PF. Tampouco valeu-se de recortes de jornal. Para expor o ex-Demóstenes, Humberto serviu-se apenas da defesa apresentada pelo senador ao Conselho de Ética e dos dados que havia sobre Demóstenes nos anais do Senado.
O Demóstenes do discurso de 6 de março, que negou os vínculos com negócios ilegais de Cachoeira, era um opositor “militante” da jogatina que fez a fortuna de Cachoeira. O ex-Demóstenes dos anais operou a favor do jogo –ora por ação ora por inação. Humberto desencavou um discurso em que o senador acusado defendeu explicitamente a legalização do jogo.
O Demóstenes do pronunciamento alegara que se ligara a Cachoeira por razões familiares e fortuitas. O ex-Demóstenes dos arquivos do Senado farejara com meses de antecedência o escândalo que explodiria, em 2004, a partir da autofilmagem em que Cachoeira registrou o encontro no qual Waldomiro Diniz exigiu-lhe propina.
Perscrutando o papelório da CPI dos Bingos, Humberto verificou que, numa de suas conclusões, a comissão do Fim do Mundo atestara que o vídeo produzido pelo bicheiro em 2002 era usado por ele para chantagear um Waldomiro guindado ao estratégico posto de subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil no alvorecer do primeiro mandato de Lula.
Cachoeira tramava unir-se à Gtech, multinacional que geria as loterias da Caixa Econômica Federal. Como sabia que Waldomiro era dado a receber dinheiro por baixo da mesa, usou-o para traficar influência no governo. Nessa época, Demóstenes valeu-se das prerrogativas de senador para requisitar informações sobre a renovação de um contrato da Caixa com a Gtech.
O país não suspeitava que a equipe do então ministro José Dirceu abrigava um Waldomiro. Mas Demóstenes, à época um senador de primeiro mandato, parecia farejar do nada a encrenca que estava por vir. Quando sobreveio o vídeo que implodiu Waldomiro, o senador posou de pitonisa. Os parceiros de oposição elogiaram-lhe a capacidade de antecipar-se ao escândalo.
Ao unir as pontas do circuito em seu relatório, Humberto fez do talento premonitório de Demóstenes uma evidência de que, já naquela época, o Senado abrigava um ex-Demóstenes. A pseudopremonição do senador não era senão uma evidência de que o projeto de paladino da ética alimentava-se das informações providas pelo contraventor aético.
Ao recheio dos anais, Humberto juntou as “confissões” da peça de defesa de um ex-Demóstenes insuspeitado. O reconhecimento de que recebeu presentes do amigo tóxico –a geladeira e o fogão importados, o rádio Nextel que se imaginava imune a grampos, o voo de táxi aéreo… Pronto. Estava claro que o ex-Demóstenes mentira ao posar de Demóstenes no discurso em que defendera a honra perante os colegas, ateando neles solidariedades inauditas.
Presente à sessão do curto-circuito, Antonio Carlos de Almeida ‘Kakay’ Castro, o advogado de um hiper desmascarado ex-Demóstenes, teve franqueados os microfones do Conselho de Ética. Viu-se compelido a elogiar a peça do relator. Enxergou no algoz de seu cliente um quase-colega: o senador Humberto é médico, mas daria um ótimo advogado, disse.
Kakay queixou-se das surpresas injetadas no relatório. Disse que 80% do texto de Humberto é feito de matéria prima nova. Novidades que não constavam da acusação original. “Vim preparado para enfrentar uma representação do PSOL, mas o voto aqui apresentado é relativo a outros fatos. O primeiro direito do cidadão é de ser bem acusado, de ter contra si uma acusação precisa, definida e delimitada.”
Kakay pediu novo prazo de cinco dias para refazer a defesa. O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), presidente do Conselho de Ética, deu de ombros. Disse que, uma vez aberto o processo por quebra de decoro, os defensores terão a possibilidade de se reposicionar em cena.
O relatório de Humberto Costa (PT-PE) vai a voto no Conselho na próxima terça (8). Deve ser aprovado. Vai-se, então à fase das inquirições, perícias, diligências e do contraditório. O texto preliminar será adensado pelas evidências que pululam no inquérito que corre no STF. O Senado só não leva o escalpo do ex-Demóstenes à bandeja se não quiser. O relator fez a parte dele. Tirou as meias do acusado sem tirar-lhe os sapatos. Caberá ao plenário submeter o amigo de Cachoeira ao chão frio da desonra.
Do josias de souza

Manchetes desta sexta feira


Globo: Poupança renderá menos para os juros caírem mais
Folha: Dilma corta ganho da poupança
Estadão: Governo cria gatilho para poupança
Correio Braziliense: Gatilho na poupança para derrubar juros
Valor: Poupança muda e juro real cai a 2,45%, o menor desde o Plano Real
Estado de Minas: Encolheram a poupança
Jornal do Commercio: Regra para rendimento da poupança muda hoje
Zero Hora: Limite na poupança deve ter efeito já no final deste mês

Mão-de-vaca, FHC faz uma doação a sheik milionário do Qatar


Acusado pelos amigos de transportar um escorpião no bolso, Fernando Henrique Cardoso considera-se injustiçado. De passagem pelo Qatar, deu uma prova do seu desapego à pecúnia. Fez uma doação ao multimilionário sheik Faisal al-Thani.
Dono de uma das maiores fortunas do planeta, o sheik Faisal é um colecionador notável. Mantém as peças de sua coleção –roupas, livros, automóveis e um interminável etc.— num museupaticular. Faltava-lhe no acervo uma nota de Real.
Não falta mais. FHC doou ao sheik um exemplar da moeda que ajudou a criar como ministro da Fazenda de Itamar Franco. Puxou do bolso uma nota de R$ 2. Parece pouco. Mas quem convive com escorpião sabe: o dar dói. E o chorar não devolve.
Para não dizerem que perdeu a cabeça, FHC saiu do encontro com o sheik em vantagem. Recebeu dele um vistoso traje árabe. De resto, beliscou na viagem honorários do Itaú Unibanco.
O ex-presidente foi ao Oriente Médio a convite da casa bancária. Fez palestras a potenciais investidores no Brasil. Na sua página no Facebook, FHC expôs as fotos e uma reportagem que o levou às páginas do ‘The Gulf Times’, do Qatar.

Primeira página do Jornal O Estado

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