Os tortuosos caminhos da vida

Heroísmo mobiliza 5.000 voluntários em Santa Maria
Pessoas que conheciam ou não vítimas se unem para amenizar dor
Há uma semana, o médico socorrista e cirurgião geral, Ewerton Nunes Morais, 60, estava mais uma vez de plantão no HU (Hospital Universitário) de Santa Maria.
Pouco depois das 2h30, recebeu a notícia do incêndio na boate Kiss, a balada preferida pelos estudantes da cidade. Logo, Morais saberia: lá também estava o seu filho, Luiz Arthur, 25.
Levado ao HU, como 110 companheiros (outros foram enviados ao Hospital de Caridade de Santa Maria), um Luiz Arthur inconsciente encontrou-se com o pai naquela madrugada. A Folha procurou o médico, docente da Universidade Federal de Santa Maria, por ser ele especialista em trauma e por saber que ele estivera na equipe que primeiro atendeu os feridos.
Durante a entrevista, após explicar com voz firme como sua equipe teve de lutar contra o tempo para impedir que jovens que conseguiram sair vivos da boate morressem asfixiados pela fuligem e gases tóxicos dentro dos brônquios, Morais revelou que o filho era um dos que lutavam pela sobrevivência na UTI. Em estado grave, é mantido em ventilação mecânica.
Soube-se depois que também a mãe de Luiz Arthur estava diretamente envolvida na megaoperação de resgate, salvamento e solidariedade montada em Santa Maria.
Diretora do HU, a médica Elaine Resener manteve-se à frente dos trabalhos no hospital, coordenou a equipe, discutiu estratégias de enfrentamento da crise com técnicos do Ministério da Saúde.
A amigos disse que o trabalho a manteria no prumo.
Com experiência em catástrofes, desastres e calamidades no Haiti e Congo, entre outros países, a psicóloga sanitarista Débora Noal, 31, da organização Médicos Sem Fronteiras, foi a Santa Maria para ajudar no atendimento aos familiares.
É ela quem atesta essa espécie de heroísmo que mobilizou toda a cidade -parentes e amigos das vítimas, mas também quem não conhecia nenhum morto ou ferido.
Segundo a Defesa Civil, cerca de 5.000 pessoas atuaram como voluntários. "Santa Maria mostrou uma capacidade de reação fortíssima, muito difícil de ver no mundo todo", diz a psicóloga.
Como Cauê, que distribuiu folhetos oferecendo sua casa a familiares e amigos das vítimas; ou Patrícia Ramos, 22, que levou água e suco para a porta do hospital. 
Do UOL

Os gastos do Governo Dilma

Metade dos gastos de Dilma vai para programas sociais
Recursos pagos diretamente a famílias representaram 50,4% das despesas do governo federal no ano passado
Previdência, amparo ao trabalhador e assistência levam 9,2% do PIB; maior expansão é do Bolsa Família
GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA Com o impulso do reajuste do salário mínimo e da reformulação do Bolsa Família, os programas sociais de transferência de renda alcançaram peso inédito no gasto público e na economia do país.
Recursos pagos diretamente a famílias representaram mais da metade -exatos 50,4%- das despesas do governo federal no ano passado, excluídos da conta os encargos da dívida pública.
Dados recém-apurados da execução orçamentária mostram que o montante chegou a R$ 405,2 bilhões, distribuídos entre o regime geral de previdência, o amparo ao trabalhador e a assistência.
Trata-se de 9,2% do Produto Interno Bruto, ou seja, de todos os valores recebidos pela população e pelas empresas instaladas no país.
São proporções sem paralelo entre países emergentes, o que ajuda a explicar a também anômala carga de impostos brasileira, na casa de 35% da renda nacional.
Na maior parte das economias latino-americanas e asiáticas, a arrecadação dos governos varia entre 20% e 25% do PIB -apenas recentemente, a Argentina chegou aos patamares do Brasil.
A carga tributária dos dois sul-americanos é similar à média de 34 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que reúne, na sua maior parte, nações desenvolvidas.
O aparato de seguridade social no Brasil é encabeçado pela previdência social urbana, cuja clientela cresce ano a ano em linha com o aumento da expectativa de vida da população.
As despesas recordes do ano passado foram alimentadas pelo aumento do salário mínimo de 7,5% acima da inflação, o maior desde o ano eleitoral de 2006.
Além das aposentadorias e pensões, os benefícios trabalhistas e assistenciais de caráter universal -direitos de todos os que preencherem os requisitos da legislação- também têm o piso salarial como referência.
Estão nessa lista o seguro-desemprego, o abono salarial e a assistência obrigatória a idosos e deficientes de baixa renda, todos com aumento de transferências em 2012.
O abono salarial cresce ainda com a formalização da mão de obra, uma vez que trabalhadores sem carteira não têm direito ao benefício.
Na quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou taxa de desemprego de 5,5% em 2012, a menor da série histórica anual iniciada em 2003.
Já no caso do seguro-desemprego, foi editado decreto destinado a conter o aumento de gastos, com a exigência de curso profissionalizante para os trabalhadores que ingressam pela terceira vez no programa.
BOLSA FAMÍLIA
A expansão mais aguda de despesas se dá no Bolsa Família, que paga benefícios não vinculados ao salário mínimo a uma clientela cadastrada pelo governo entre famílias pobres e miseráveis.
Principal marca da administração petista, o programa passou, na gestão de Dilma Rousseff, pela maior reformulação desde que foi criado há quase uma década.
Os benefícios foram reajustados e passaram a ser calculados para que as famílias com filhos possam ultrapassar a linha da miséria, fixada em R$ 70 mensais por pessoa.
Em consequência, a despesa com a clientela de 13,9 milhões de famílias saltou de R$ 13,6 bilhões, no fim do governo Lula, para R$ 20,5 bilhões no ano passado.

Mega-Sena acumula e pode pagar R$ 30 milhões na quarta-feira

Nenhum bilhete acertou as seis dezenas do concurso 1.465 da Mega-Sena, sorteadas na noite deste sábado (2) em Juazeiro do Norte (CE).
Acumulado, o prêmio para o sorteio do próxima quarta-feira (6) está estimado em R$ 30 milhões. Os números sorteados foram:  
06 - 11 - 16 - 26 - 44 - 53.

Tragédia em Santa Maria

Sobe para 237 o número de mortos no incêndio da boate Kiss


Foto 73 de 73 - Bruno Portella Fricks, 22, que estava internado no Hospital das Clínicas de Porto Alegre, é a 237ª do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS). Ele morreu na noite deste sábado (2), por volta das 22h Reprodução/Facebook
Morreu na noite deste sábado (2) mais um dos feridos no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Bruno Portella Fricks, 22, que estava internado no Hospital das Clínicas de Porto Alegre, morreu por volta das 22h. Com isso, o número de vítimas fatais da tragédia vai a 237.
Pelo menos 113 pacientes feridos pelo incêndio permanecem internados em hospitais do Rio Grande do Sul neste sábado (2), segundo a Secretaria Estadual de Saúde, com informações da Força Nacional do SUS e da Central de Regulação do Estado. Dez pacientes receberam alta entre a noite de sexta-feira (1º) e a manhã deste sábado (2).

Dos 113 internados, 41 estão em enfermaria e 72 na UTI. O número total de pacientes que respiram sem ajuda de aparelhos é de 73, incluindo 32 que estão na UTI e 41 em enfermaria.
As principais alterações em relação ao boletim divulgado na tarde de sexta-feira (1º) são o registro de algumas altas entre os pacientes atendidos em Santa Maria e a redução do número de pacientes que respiram com ventilação mecânica em Santa Maria, Porto Alegre e Caxias do Sul.

Antídoto

O antídoto para cianeto - gás tóxico inalado pelas vítimas do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria - chegou ao Rio Grande do Sul no início da tarde deste sábado (2). Setenta doses serão usadas nos pacientes internados nos hospitais da capital, e outras 70 vão para para Santa Maria.
Os kits vieram dos Estados Unidos, desembarcaram em Brasília pela manhã e foram levados imediatamente para a base aérea de Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.

Tem deles com certas dificuldades de assinar o nome

Nas cabeças
 O novo prefeito de Itabuna (BA), Vane do Renascer, do PR, há pouco mais de um mês no cargo teve o seu salário aumentado para R$ 30 mil mensais, com aval da Câmara de Vereadores. É o maior contracheque de um chefe de Executivo municipal do País. A cidade permanece entre as cinco no ranking de homicídios de jovens no Brasil.

A charge do Duke

Manchetando o domingo

- Globo: As últimas 24 horas dos jovens que morreram
- Folha: Programa social consome metade dos gastos federais
- Estadão: No papel, Brasil é 2 Estados de SP maior do que o oficial
- Correio: Dinheiro e amizade: uma relação perigosa
- Estado de Minas: ‘Se fosse aqui, tinha morrido todo mundo’
- Jornal do Commercio: Frevo em Olinda e Recife
- Zero Hora: O plano que é uma farsa
- Veja: Nunca mais
- Época: Tão jovens, Tão rápido, Tão absurdo
- IstoÉ: Tolerância Zero
- IstoÉ Dinheiro: Como conquistar um sócio investidor em 10 minutos
- CartaCapital: O vazio da cultura (ou a imbecilização do país)