Opinião

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A VANTAGEM DE CONVOCAR BANDIDOS

Por Carlos Chagas


                                                                  Conta a lenda que o rei Carlos IX, da França, impressionado com o número de batedores de carteira espalhados por Paris, instruiu a polícia para convidar dez desses bandidos  a comparecerem ao tradicional  baile real. Encerrada a festa, verificou-se  chegar  a milhares de francos a importância roubada da nobreza empenhada em dançar, sem cuidar de suas carteiras e de suas   jóias. O rei quase morreu de rir e tomou duas providências: deixar que os ladrões mantivessem o produto do roubo e alistá-los compulsoriamente no exército, onde seria mais fácil vigiá-los.
                                                                  O episódio é lembrado porque capaz de  estimular a presidente Dilma a  iniciativa parecida. Quem sabe ela possa  selecionar dez  políticos,  dos mais ladrões e corruptos que existem, convidando-os para o ministério? Ficaria  menos difícil fiscalizá-los, já sabendo do prejuízo que causariam aos cofres públicos e à sociedade, mas limitados em suas atividades.
                                                                  Escolhidos os novos presidentes do Senado e da Câmara, mesmo sem  garantia alguma, aguarda-se a mini-reforma do ministério. Em vez dos honesto  Afif Domingos e Gilberto Kassab, tidos como prováveis ministros da Pequena e Média Empresa e da Ciência e  Tecnologia, que tal a chefe do governo ampliar as mudanças e selecionar dez ministérios em condições de ter bandidos na sua chefia? Bandidos monitorados, é claro, mantidos sob observação permanente.
                                                                  Quanto a selecionar os singulares novos ministros, cada um que faça sua escolha. Mas concordarão todos em que dez é muito pouco. Mesmo com gastos suplementares da criação de mais ministérios,  elevar seu número para cem ainda seria pouco...

Palhaço de fato é melhor que ser de direito

Desiludido, Tiririca quer voltar a ser palhaço

MÁRCIO FALCÃO
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA
Deputado mais votado no país em 2010, Tiririca (PR-SP) quer voltar a ser só palhaço. Desiludido com a política, ele disse à Folha que não disputará mais eleições e, findo seu mandato, em fevereiro de 2015, irá se desfiliar do PR.
Na metade da legislatura, Tiririca, que se elegeu com a promessa de descobrir o que faz um deputado, disse que já entendeu que "não dá para fazer muita coisa".
O desalento, no entanto, não é a razão para deixar o salário de R$ 26,7 mil, verba de gabinete de R$ 97.200 e direito a apresentar R$ 15 milhões em emendas.
A justificativa é a falta de tempo para se dedicar ao que mais gosta: fazer shows (que lhe rendem mais dinheiro do que a Câmara). "Eu sou artista popular. Aqui me prende muito. A procura pelos shows é enorme e não dá para fazer", afirma ele.
Tiririca

Francisco Everaldo Oliveira Silva, 45, o palhaço Tiririca, disse que deixará a política após o fim do seu mandato

Acompanhar o crescimento de sua filha de três anos é outra razão. "Esses dias ela saiu nadando, é muito massa." Pai de seis filhos, Tiririca diz que não pôde estar perto dos demais e não quer repetir o erro com a pequena.
Quando voltar aos palcos, ele promete não fazer piada sobre político. "Quando a gente está fora acha que deputado não faz nada, mas eles trabalham para caramba."
Nestes dois anos na Câmara, diz ter aprendido muito: "Aqui é uma escola. Se aprende tanto ir para o caminho legal quanto ir para o 'outro caminho" [diz não ter sido convidado a entrar]. Descobriu, porém, que política não faz parte de seu projeto pessoal.
E já deixou de lado os ternos importados (Armani e Hugo Boss) que usava para imitar boa parte dos líderes do Congresso. Adotou um visual mais moderno, que inclui paletó de veludo colorido, calça jeans e gravatas inusitadas. Agora, mandou fazer camisas personalizadas. Pediu um tecido que se adapte ao clima seco da capital.
Os novos trajes já renderam brincadeiras entre os deputados mas também ajudam Tiririca a se entrosar. No tempo em que está na Câmara, fez pelo menos oito amigos, entre eles seu candidato à presidência da Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que perdeu a disputa ontem: "É um cara bacana".
Sobre o fato de ainda não ter discursado na tribuna da Câmara, desconversa: "Para falar o quê? Nenhum projeto foi aprovado. No dia que for, eu subo para agradecer".

Charge

Sponholz

Tá no Globo


"Para Renan Calheiros". 
Por Ricardo Noblat

Conselhos que dou de graça ao recém-eleito presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Nada de voar em avião de carreira - a não ser para o exterior. E sob a condição de ser o último passageiro a embarcar na primeira classe, discretamente. Assim evitará o risco de ser ofendido pelos demais passageiros da econômica.

Pelo mesmo motivo, nada de frequentar shoppings. Em Maceió, talvez seja possível.

Cuidado redobrado quando estiver em Brasília. Aqui todo mundo conhece todo mundo. Nem mesmo disfarçado dá para bater perna à beira do Lago Paranoá.

Matricular-se em academias? Nem pensar. Lembre-se: Brasília sediou as maiores manifestações pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor em 1992. E do ano passado para cá, passeatas e comícios contra a corrupção.

De uma vez por todas, jamais esqueça: sua eleição foi uma bofetada forte na cara dos brasileiros. Daquelas que estalam.

A maioria deles pode nem ter sentido - mas foi. E a minoria que sentiu não deve ser subestimada. Ela é conhecida pelo nome de opinião pública. Quando desperta, é um alvoroço. A imprensa está sempre atenta a seus humores e costuma refletir o que ela pensa.

Não fale tanto em "transparência" como fez no seu discurso de posse.

"Vou administrar com transparência". Ou então "vou criar a Secretaria da Transparência".

Parece deboche. Galhofa. Zombaria.

Quem o senhor pensa que é para falar em "transparência"? Depois de ter feito o que fez no passado recente, que idiota acreditará em uma promessa dessa natureza?

Em maio de 2007, a imprensa descobriu que o lobista de uma empreiteira pagava a pensão e o aluguel do apartamento onde morava a jornalista Mônica Veloso, mãe de uma filha sua fora do casamento. O senhor alegou que tinha gado o bastante para justificar suas despesas. Apresentou farta documentação para comprovar o que dizia. Jurou por todos os santos ser inocente.

Mesmo assim o Conselho de Ética do Senado recomendou a cassação do seu mandato. E no dia 12 de setembro, o senhor escapou por pouco de ser cassado.

Dos 81 senadores, 40 votaram a seu favor, é verdade, mas 35 votaram contra e seis se abstiveram. Se os seis, todos eles do PT, tivessem acompanhado os 35, o senhor perderia o mandato e os direitos políticos por dez anos.

Oriente seus parceiros para não insistirem com a tese de que sua inocência foi reconhecida duas vezes pelo Senado - em setembro e depois em dezembro daquele ano quando novamente o senhor foi julgado.

O segundo julgamento não passou de um embuste. Absolveram-no por larga margem de voto. Em troca, o senhor renunciou ao resto do mandato de presidente do Senado.

Por que uma pessoa duas vezes inocentada renuncia ao que tanto desejaria conservar? Para ser deixado em paz, possivelmente. Para enterrar de vez o assunto.

Não deu certo.

A Polícia Federal investigou a fundo o rei do gado de Alagoas. E o Procurador-Geral da República acabou lhe denunciando por desvio de dinheiro público, falsidade ideológica e uso de documentos falsos.

“Em síntese, apurou-se que Renan Calheiros não possuía recursos disponíveis para custear os pagamentos feitos a Mônica Veloso (mãe da filha de Renan) no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, e que inseriu e fez inserir em documentos públicos e particulares informações diversas das que deveriam ser escritas sobre seus ganhos com atividade rural, com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, sua capacidade financeira”, disse Gurgel na denúncia.

Agradeça a Deus Todo Poderoso o fato de a denúncia ter caído no colo do afável ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que não terá pressa alguma em relatá-la.

Mas é recomendável proceder de forma a evitar a eclosão de novos escândalos - afinal, de 2001 para cá, eles derrubaram três presidentes do Senado, inclusive o senhor.

Um vexame!

Mandaram para minha caixa de mensagens


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NA ABERTURA DO ANO LEGISLATIVO, Eunício afirma que objetivo do PMDB é ajudar o país a avançar


Pergunto-lhe eu: Avançar em que? 

Prefeitura de Fortaleza lança plano para prevenção e controle da dengue em 2013


O Plano de Contingência para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue para 2013 será lançado na próxima terça-feira, dia 05 de fevereiro, às 10h30min, no Paço Municipal (Centro). O evento contará com a presença do Prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e da Secretária Municipal de Saúde, Socorro Martins.
O Plano tem o objetivo de nortear e definir as ações de prevenção e de controle a dengue a serem adotadas em 2013 para enfrentar a doença em Fortaleza. Com isso, se pretende solucionar em curto espaço de tempo o processo epidêmico, reduzindo-se assim o número de casos e de possíveis óbitos.
O documento contempla ações de vigilância epidemiológica, controle vetorial, educação e mobilização em saúde e assistência à saúde. Outras áreas que contribuem para o combate à dengue são: secretarias de educação, secretarias de meio ambiente, defesa civil, secretarias de infraestrutura, secretarias de cidadania, secretaria de conservação e serviços públicos, sociedade civil organizada, empresas privadas, entre outras.
Serviço

Lançamento do Plano de Contingência para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue para 2013

Data: 05 de fevereiro (terça-feira)
Horário: 10h30min
Local: Paço Municipal – Rua São José, n° 1, Centro

Tiroteio no Congresso


Renan: ‘debate presidencial deve ser congelado’



Bons tempos aqueles em que o faroeste era nos EUA! Agora é no Senado brasileiro. Julgando-se alvejado pela má vontade do senador Aécio Neves (PSDB) e do governador Eduardo Campos (PSB), Renan Calheiros (PMDB) fez meia dúzia de disparos de advertência ao discursar na sessão inaugural do ano legislativo.
“Ainda que alguns estejam ansiosos para precipitar 2014, é oportuno sublinhar que temos uma agenda de votações prementes para o Brasil” em 2013, disse. Renan inclui quase tudo em sua “agenda” –inclusive as reformas política e tributária. No Congresso é assim. Quando alguém não sabe o que dizer, anuncia uma proposta de reforma política. Quando tem dificuldade para se explicar, saca a reforma tributária. Se a falta de assunto chega junto com denúncias, saca as duas.
Renan tinha ao seu lado Joaquim Barbosa, presidente do STF –o tribunal em cujos escaninhos corre a denúncia da Procuradoria contra o Trinity do Senado. Sem dar nome aos alvos, Renan disse: “Não é hora de falar em eleição, mas sim em união.” Mais adiante: “A lógica do quanto pior melhor, tenho certeza, está sepultada. A união de todos pelo bem comum é um compromisso de todos os brasileiros.”
Levou o dedo ao gatilho uma vez mais: “A missão de todos nós é trabalhar muito para atenuar os efeitos da crise e deixar as miudezas para os pequenos. Estes são os novos tempos e eles não acolhem disputas intempestivas e intrigas dispersivas. Diante das incertezas recorrentes, considero prudente que o debate presidencial, tema absolutamente extemporâneo, seja congelado.”
Considerando-se que Aécio Neves e Eduardo Campos ainda não retiraram suas pretensões eleitorais do freezer e que as reformas de Renan são disparos de festim, a plateia encarece: me chamem quando começar a quebradeira das mesas do saloon.