Lula relança Dilma com truque velho: plebiscito
Lula tornou-se mágico de um truque só. Na festa
de 33 anos do PT, ele insinuou que pretende reeleger Dilma Rousseff
retirando da cartola em 2014 o mesmo coelho que usou para divertir a
plateia em 2006 e 2010. Chama-se plebiscito. Consiste em comparar os
anos tucanos de FHC com o Brasil do ‘nunca antes na história’ –um país
inaugurado por ele e continuado pela sucessor
No cenário triunfante idealizado por Lula só há espaço para dois
candidatos: Dilma e o antagonista Aécio Neves. Falta agora combinar com
os russos. Sobretudo com Eduardo Campos, do PSB. O russo pernambucano
ensaia sua entrada no palco agarrado justamente ao mote segundo o qual o
teatro da dicotomia –PT X PSDB e vice-versa— já encheu o saco.
Faltam aos rivais de Dilma votos e ideias. Ainda assim, é possível antever o seguinte: somando-se Aécio e Eduardo a Marina Silva, uma russa com potencial de 20 milhões de votos, a modorra plebiscitária programada por Lula pode virar uma interessante eleição de dois turnos. Dilma continuaria sendo favorita. Mas o PT talvez fosse obrigado a comparar-se consigo mesmo.
A meio caminho do encerramento de sua primeira presidência, Dilma traz amarrada no tornozelo a bola de ferro do poder longevo. O barulho das correntes atravessa o discurso dual de Lula –“Nós contra eles”. No lero-lero da noite passada, o patrono da recandidata evocou o vídeo que FHC veiculara na véspera para dizer que acha cômico que o PT, “em vez de ficar satisfeito com o que fez”, faça festa “falando o que o outro não fez”. Picuinha de criança, ironizara FHC.
E Lula: “Eu vi ontem na televisão ou num site qualquer o nosso querido ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nervoso. Ah, isso é coisa de criança, o PT não cresceu, fica comparando. Nós não temos medo de comparação, inclusive comparação em debate sobre corrupção. […] Queremos fazer esse debate com eles, com a opinião pública, com a imprensa.”
Lula disse isso diante de uma audiência que incluía três condenados do mensalão –José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha— e dois ex-ministros “varridos” da Esplanada por malfeitos detectados no primeiro ano de Dilma –Alfredo Nascimento, ex-Transportes; e Carlos Lupi, ex-Trabalho.
Lula também fez menção ao pronunciamento que Aécio Neves despejara horas antes sobre o microfone do Senado. “Peguei um discurso que um dos nossos possíveis adversários em 2014 fez hoje, tentando mostrar os 13 erros do PT. É uma coisa muito interessante porque vai permitir que os nossos senadores sintam prazer em debater com ele.”
Referindo-se aos tucanos, Lula acrescentou: “Eles estão inquietos porque percebem que estão sem valores, sem discurso e sem propostas, porque toda e qualquer coisa que eles pensarem em fazer nós fizemos mais e melhor.” Declarou isso contra um pano de fundo tisnado por soluços da inflação e por um PIB que acaba de ser estimado em 1,35% por um indicador que serve de prévia do BC.
Ainda em resposta a Aécio, Lula trouxe definitivamente 2014 para dentro de 2013. Lançou a recandidatura de sua protegida com antecedência inaudita: “A resposta que o PT deve dar é que podem se preparar, juntar quem quiserem. Vamos dar como resposta a reeleição de Dilma em 2014.”
Lula fez isso porque enxerga na fragilidade da oposição uma bela oportunidade. Qual? A oportunidade de iniciar o jogo, a um ano e oito meses da eleição, com dois únicos jogadores em campo: ele e seu coelho antigo. Ou os rivais aranjam um programa –pode ser mínimo como a fantasia desfilada por Sabrina Sato à frente da bacteria da Vila— ou Lula levará à Avenida, pela terceira vez, a Unidos do Plebiscito. Cabe de tudo em suas alas, de Valdemares a Kassabs.
Faltam aos rivais de Dilma votos e ideias. Ainda assim, é possível antever o seguinte: somando-se Aécio e Eduardo a Marina Silva, uma russa com potencial de 20 milhões de votos, a modorra plebiscitária programada por Lula pode virar uma interessante eleição de dois turnos. Dilma continuaria sendo favorita. Mas o PT talvez fosse obrigado a comparar-se consigo mesmo.
A meio caminho do encerramento de sua primeira presidência, Dilma traz amarrada no tornozelo a bola de ferro do poder longevo. O barulho das correntes atravessa o discurso dual de Lula –“Nós contra eles”. No lero-lero da noite passada, o patrono da recandidata evocou o vídeo que FHC veiculara na véspera para dizer que acha cômico que o PT, “em vez de ficar satisfeito com o que fez”, faça festa “falando o que o outro não fez”. Picuinha de criança, ironizara FHC.
E Lula: “Eu vi ontem na televisão ou num site qualquer o nosso querido ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nervoso. Ah, isso é coisa de criança, o PT não cresceu, fica comparando. Nós não temos medo de comparação, inclusive comparação em debate sobre corrupção. […] Queremos fazer esse debate com eles, com a opinião pública, com a imprensa.”
Lula disse isso diante de uma audiência que incluía três condenados do mensalão –José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha— e dois ex-ministros “varridos” da Esplanada por malfeitos detectados no primeiro ano de Dilma –Alfredo Nascimento, ex-Transportes; e Carlos Lupi, ex-Trabalho.
Lula também fez menção ao pronunciamento que Aécio Neves despejara horas antes sobre o microfone do Senado. “Peguei um discurso que um dos nossos possíveis adversários em 2014 fez hoje, tentando mostrar os 13 erros do PT. É uma coisa muito interessante porque vai permitir que os nossos senadores sintam prazer em debater com ele.”
Referindo-se aos tucanos, Lula acrescentou: “Eles estão inquietos porque percebem que estão sem valores, sem discurso e sem propostas, porque toda e qualquer coisa que eles pensarem em fazer nós fizemos mais e melhor.” Declarou isso contra um pano de fundo tisnado por soluços da inflação e por um PIB que acaba de ser estimado em 1,35% por um indicador que serve de prévia do BC.
Ainda em resposta a Aécio, Lula trouxe definitivamente 2014 para dentro de 2013. Lançou a recandidatura de sua protegida com antecedência inaudita: “A resposta que o PT deve dar é que podem se preparar, juntar quem quiserem. Vamos dar como resposta a reeleição de Dilma em 2014.”
Lula fez isso porque enxerga na fragilidade da oposição uma bela oportunidade. Qual? A oportunidade de iniciar o jogo, a um ano e oito meses da eleição, com dois únicos jogadores em campo: ele e seu coelho antigo. Ou os rivais aranjam um programa –pode ser mínimo como a fantasia desfilada por Sabrina Sato à frente da bacteria da Vila— ou Lula levará à Avenida, pela terceira vez, a Unidos do Plebiscito. Cabe de tudo em suas alas, de Valdemares a Kassabs.