Opinião

Silêncio obsequioso

Vocês leram o que disse a direção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre as ações ilegais que constrangeram a cubana no Brasil? Viram o que afirmou o Conselho Federal sobre o fato de uma embaixada organizar atos de caráter político e confessar que espiões de um país estrangeiro transitam livremente pelo país? Não? Compreendo. É que a OAB não disse nada. Na última vez em que frequentou o noticiário, o comando da entidade enunciou que estava disposto a verificar se a delação premiada é mesmo inconstitucional, como pretendem dois doutores que trabalham para mensaleiros: o notório Kakay (Antonio Carlos de Almeida Castro) e José Luiz de Oliveira Lima (o querido “Juca” de alguns jornalistas), que tem como cliente José Dirceu, aquele que comandou um ato contra o Judiciário em pleno território da ABI.

Essas duas ausências dão conta do estado miserável do que já se chamou “sociedade civil” no Brasil. As duas omissões são igualmente graves porque os ataques à blogueira remetem mesmo à razão de ser de cada uma delas. A principal tarefa da ABI é zelar pela liberdade de expressão e pela preservação dos valores éticos da profissão de jornalista. A filóloga Yoani Sánchez é também jornalista. A palavra é a sua matéria-prima. Em Cuba, luta por um regime de liberdades democráticas, por pluralismo político, por respeito aos direitos humanos. Esses valores constituem a essência da história da associação. A única ABI que expressou seu repúdio às agressões foi a Associação Baiana de Imprensa. A Federação Nacional dos Jornalistas, conforme o esperado, também se calou. Nem poderia ser diferente. A Fenaj tentou criar no país o Conselho Federal de Jornalismo, que colocaria  o trabalho da imprensa sob censura, a exempl o do que ocorre em Cuba, que essa gente ama tanto.
O que dizer, então, da OAB? É a entidade que, em tese, vigia, em nome da sociedade, a, por assim dizer, saúde jurídica do país. Não tem função meramente cartorial. Ao contrário: a Ordem sempre foi um organismo político, buscando zelar, como expressão da sociedade civil, pela qualidade do estado democrático e de direito. Os constrangimentos a que s arruaceiros — PAREM, SENHORES DA IMPRENSA, DE CHAMAR PESSOAS QUE PROMOVEM AQUELA BAIXARIA DE “MANIFESTANTES”! — submeteram Yoani até agora desrespeitam a ordem legal, violam-na. Como é que a OAB ousa — a palavra essa! — ficar muda?
Eis mais um sintoma de uma sociedade em que um campo ideológico está hipertrofiado (tenha ele o nome que se queira dar: esquerda, vigarice, oportunismo) em prejuízo de outro, que está acuado. Que “outro” é esse? O dos defensores da democracia representativa, da ordem legal e democrática, do estado de direito. OAB e ABI já se manifestaram sobre casos com muito menos gravidade do que esse.
Não se trata de superestimar o caso Yoani. A rigor, nem cumpre falar em assegurar a “pluralidade” porque mal se ouviu o que ela tinha a dizer. A questão é ainda anterior: trata-se de assegurar o direito à voz. Se esses vândalos fazem isso agora com uma visitante de um país estrangeiro, não tarda, e estarão fazendo também com os nacionais. 
Por Reinaldo Azevedo

Opnião de Augusto Nunes, da Veja

Direto ao Ponto 

Extinta nos países civilizados, a subespécie comunista não vai sumir tão cedo do Brasil

A última ararinha-azul deixou de voar nos céus do sul da Bahia em 2002. É uma espécie extinta. O mico-leão dourado é visto cada vez mais raramente na região montanhosa do Rio de Janeiro. É uma espécie em extinção. Talvez para escapar das constrangedoras cobranças de entidades que lutam pela preservação de relíquias da fauna, o governo federal vem estimulando há 10 anos a expansão de uma espécie ─ o comunista ─ em acelerado processo de desaparecimento no mundo civilizado.
Pelo que se viu nesta semana, não vai sumir tão cedo a subespécie que, batizada cientificamente de stalinista-que-quer-ser-guevara-quando-crescer, acaba de ganhar um codinome que homenageia o país de origem e a ilha que venera: comunista-de-cubrasil. Excitado com a visita da jornalista Yoani Sánchez, esse espanto tropical, cujo principal habitat é a selva dividida pelo PT e pelo PCdoB, exibiu-se com tamanha frequência que, em menos de uma semana, milhões de brasileiros aprenderam a reconhecê-lo.
Os integrantes da subespécie só circulam em bando. Alimentam-se de sanduíches de mortadela. Bebem tubaína e, nas aparições patrocinadas pela embaixada de Cuba, também cerveja quente. Ornamentam o peito com o pôster de Che Guevara e/ou estrelinhas vermelhas. Creem em Fidel Castro e Hugo Chávez. Estão permanentemente coléricos. Repetem aos berros meia dúzia de palavras de ordem que sempre incluem expressões como “imperialismo ianque”, “CIA”, “direita” e “revolução”. Não permitem que quem se exprime em linguagens distintas emita qualquer som enquanto estiverem por perto. E não se reproduzem em cativeiro.
Especialistas em degenerações da espécie humana acham que o comunista-de-cubrasil é um caso clínico. Gente normal acha que é um caso de polícia.

Opinião

Coisas da Política

A ilha, seu povo, seu sonho
Jornal do Brasil
Mauro Santayana

Podemos discordar do regime político de Cuba, que se mantém sob o domínio de um partido único. Mas é preciso seguir o conselho de Spinoza: não lisonjear, não detestar, mas entender. Entender, ou procurar entender. A história de Cuba — como, de resto, de quase todo o arquipélago do Caribe e da América Latina — tem sido a de saqueio dos bens naturais e do trabalho dos nativos, em benefício dos colonizadores europeus, substituídos depois pelos anglossaxões.

E, nessa crônica, destaca-se a resistência e a luta pela soberania de seu povo não só contra os dominadores estrangeiros mas, também, contra seus vassalos internos.

Já se tornou lugar-comum lembrar que, sob os governos títeres, Havana se tornara o maior e mais procurado bordel americano. A legislação, feita a propósito, era mais leniente, não só com o lenocínio, e também com o jogo, e os mais audazes gangsters de Chicago e de Nova York tinham ali os seus negócios e seus retiros de lazer. E mais: as mestiças cubanas, com sua beleza e natural sensualidade, eram a atração irresistível para os entediados homens de negócios dos Estados Unidos.

A Revolução Cubana foi, em sua origem, o que os marxistas identificam como movimento pequeno burguês. Fidel e seus companheiros, no assalto ao Quartel Moncada — em 1953, já há quase 60 anos — pretendiam apenas derrocar o governo ditatorial de Fulgencio Batista, que mantinha o país sob cruel regime policial, torturava os prisioneiros e submetia a imprensa a censura férrea. A corrupção grassava no Estado, dos contínuos aos ministros. O enriquecimento de Batista, de seus familiares e amigos, era do conhecimento da classe média, que deu apoio à tentativa insurrecional de Fidel, derrotada então, para converter-se em vitoria menos de seis anos depois. Os ricos eram todos associados à exploração, direta ou indireta, da prostituição, disfarçada no turismo, e do trabalho brutal dos trabalhadores na indústria açucareira.

Foi a arrogância americana, na defesa de suas empresas petrolíferas, que se negaram a aceitar as novas regras, que empurrou o advogado Fidel Castro e seus companheiros, nos dois primeiros anos da vitória do movimento, ao ensaio de socialismo. A partir de então, só restava à Ilha encampar as refinarias e aliar-se à União Soviética.

Os americanos, sob o festejado Kennedy — que o reexame da História não deixa tão honrado assim — insistiram nos erros. A tentativa de invasão de Cuba, pela Baía dos Porcos, com o fiasco conhecido, tornou a Ilha ainda mais dependente de Moscou, que se aproveitou do episódio para livrar-se de uma bateria americana de foguetes com cargas atômicas instalada na Turquia, ao colocar seus mísseis a 100 milhas da Flórida, no território cubano.

A solução do conflito, que chegou a assustar o mundo com uma guerra atômica, foi negociada pelo hábil Mikoyan: Kruschev retirou os mísseis de Cuba, e os Estados Unidos desmantelaram sua bateria turca, ao mesmo tempo em que assumiram o compromisso de não invadir Cuba — mas mantiveram o bloqueio econômico e político contra Havana. Enfim, ganharam Moscou e Washington, com a proteção recíproca de seus espaços soberanos — e Cuba pagou a fatura com o embargo.

O malogro do socialismo cubano nasceu desse imbróglio de origem. Tal como ocorrera com a Rússia Imperial e com a China, em movimentos contemporâneos, o marxismo serviu como doutrina de empréstimo a uma revolução nacional. O nacionalismo esteve no âmago dos revolucionários cubanos, tal como estivera entre os social-democratas russos, chefiados por Lenin e os companheiros de Mao.

Os cubanos iniciaram reformas econômicas recentes, premidos, entre outras razões, pelo fim do sistema socialista. Ao mesmo tempo tomaram medidas liberalizantes, permitindo as viagens ao exterior de quem cumprir as normas habituais. É assim que visita o país a dissidente Yoani Sánchez (que mantém seu blog na internet de oposição ao governo cubano) e é reverenciada pelos setores de direita. Ocorre que ela não é tão perseguida em Havana como proclama e proclamam seus admiradores. Tanto assim é que, em momento delicado para a Ilha, quando só pessoas de confiança do regime viajavam para o exterior, ela viveu dois anos na Suíça, e voltou tranquilamente para Havana.

É sabido que Yoani Sánchez mantém encontros habituais com o escritório que representa os interesses norte-americanos em Cuba, como revelou o WikeLeaks. Há mais, ela proclama uma audiência que não tem, como assegura o sistema de registro mais confiável, o da Alexa.com (citado por Altamiro Borges em seu site), em que ela se encontra no 99.944º lugar na audiência mundial, enquanto o modesto jornal O Povo, de Fortaleza, se encontra na 14.043ª posição, ou seja dispõe de sete vezes mais seguidores do que Yoani. Há mais: ela afirma que tem 10 milhões de acessos por mês, o que contraria a lógica de sua posição no ranking citado. O site de maior tráfego nos Estados Unidos é o do New York Times, com 17 milhões de acessos mensais.

Yoani Sánchez (que mantém seu blog na internet de oposição ao governo cubano) é reverenciada pelos setores de direita
Apesar de tudo isso, deixemos essa senhora defender o seu negócio na internet. É seu direito dizer o que quiser, mas não podemos tolerar que exija do Brasil defender os direitos humanos, tal como ela os vê, em Cuba ou alhures. Um dos princípios históricos do Brasil é o da não interferência nos assuntos internos dos outros países. O problema de Cuba é dos cubanos, que irão resolvê-lo, no dia em que não estiverem mais obrigados a se defender da intervenção dos estrangeiros, que vêm sofrendo desde que os espanhóis, ainda no século 16, ali se instalaram. Foram substituídos pelos Estados Unidos, depois da guerra vitoriosa de Washington contra o frágil governo da regente Maria Cristina, da Espanha. Enfim, o generoso povo cubano, tão parecido com o nosso, não teve, ainda, a oportunidade de realizar o seu próprio destino, sem as pressões dos colonizadores e seus sucessores.

Dispensamos os conselhos da senhora Sánchez. Aqui tratamos, prioritariamente, dos direitos humanos dos brasileiros, que são os de viver em paz, em paz educar-se e em paz trabalhar, e esses são os direitos de todos os povos do mundo. Ela, não sendo cidadã de nosso país, não deve, nem pode, exigir nada de nosso governo ou de nosso povo. Dispensamos seus avisos mal-educados e prepotentes, e esperamos que seja festejada pela direita de todos os países que visitará, à custa de seus patrocinadores (como o Instituto Millenium), iludidos pelo seu falso prestígio entre os cubanos.


Santayana é um dos importantes jornalistas brasileiros, e meu amigo.

Na Cordilheira
















Joãozinho e seus correligionários

Na sua última visita á terra mãe,CidGomes subiu a Cordilheira, que é como estão chamando agora a ex-Serra da Meruoca. No Recanto Mineiro Cid e Veveu emolduraram João Arruda, o filho de Luciano Arruda e Eldine,sobrinho de Veveu e amigo do Governador. João desde muito cedo assina pela infancia sobralense atos em prol da turma de seu, dele, tope.

Um Tiririca quer ser Premier na Itália

Ascensão de comediante agita eleições imprevisíveis na Itália

Críticas de Grillo conquistam eleitores e podem levar partido ao segundo lugar
O Globo
A escolha do novo Papa não é a única responsável por lançar a Itália em um período de expectativas: a proximidade das votações que elegerão um novo premier, com a conclusão, nesta sexta-feira, de uma movimentada campanha eleitoral, também mergulha o país em incertezas.
O ar fresco de novidade vem de um comediante populista e boca-suja, mas candidato em ascensão nas pesquisas. Beppe Grillo se alimenta da insatisfação popular com o desemprego recorde e a maior recessão dos últimos 20 anos para chamar a atenção e engordar o apoio a seu partido alternativo, o Movimento 5 Estrelas.


Uma multidão se aglomera nas praças italianas para vê-lo gritar nos palanques, até ficar rouco. Seus discursos são cheios de palavrões dirigidos à desacreditada classe política. E Grillo também faz barulho na internet. Apesar de não ser o favorito na corrida eleitoral, analistas dizem que o Movimento 5 Estrelas poderia se tornar o terceiro ou até o segundo maior partido no Parlamento, com cerca de 20% dos votos - à frente inclusive do Povo da Liberdade (PDL), de Silvio Berlusconi.
Grillo, um homem rechonchudo de cabelos grisalhos cacheados, é a nova sensação na política italiana. Sua campanha é significativa não apenas pela presença que pode conquistar no Parlamento, mas porque seu partido é o mais forte já visto na Itália entre as legendas de protesto.
- Grillo não pode ser subestimado - afirma o analista político Renato Manheimer. — Mais do que protestar, ele é uma expressão de decepção com a classe política. Seus admiradores não são contra a política. A maioria se interessa pelo tema, o que lhes desagrada são os políticos.

Pepe indignado com o Supremo da terra dele

Suprema Corte do Uruguai considera prescritos os crimes da ditadura

Tribunal declara ser inconstitucional lei que permitia novas investigações. Decisão, na prática, restabelece lei de anistia
O Globo
A Suprema Corte de Justiça do Uruguai (SCJ) emitiu sentença nesta sexta-feira na qual considera inconstitucional a lei aprovada em 2011 que permitia a investigação de crimes ocorridos durante a ditadura (1973-1985), antes abrigados sob a lei de anistia aprovada em 1986.

Mujica, ex-guerrilheiro, presidente do Uruguai

A decisão, tomada por quatro votos a um, provocou reação imediata da oposição de direita, que defendeu a liberdade de posição da corte, e do governo esquerdista, para quem a sentença foi “uma barbaridade”, como disse o vice-presidente da coalizão de governo Frente Ampla, Juan Castillo:
- É incrível que ainda existam artifícios que permitam aos violadores de direitos humanos ficarem impunes. O recado que está sendo dado às vítimas e a suas famílias é aterrorizante.
O presidente do Uruguai, José Mujica - um ex-guerrilheiro tupamaro que passou mais de dez anos preso durante a ditadura -, não tinha comentado a decisão até a noite de ontem.
Seu partido, o MPP, afirmou em comunicado que “a maioria da SCJ é responsável pela manutenção da impunidade”. O PVP, outra legenda da Frente Ampla, prometeu denunciar a SCJ à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Enquanto o governo já programa uma manifestação para a segunda-feira em Montevidéu, os partidos da oposição reclamaram do posicionamento da Frente Ampla após a decisão judicial.
“Não respeitam o povo quanto vota, nem os juízes quando ditam sentença; acreditam estar por cima da Constituição”, escreveu o senador Ope Pasquet, do Partido Colorado, no Twitter.

Collor ainda não saiu de Alagoas

Procuradores reagem a Collor e repudiam ‘ataques’ contra Gurgel

Trinta e dois procuradores-chefes criticam postura de senador em relação ao chefe do MP
O Globo
Trinta e dois procuradores-chefes divulgaram nota nesta sexta-feira repudiando “ataques” ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Eles criticaram a aprovação do Senado de um requerimento de autoria Fernando Collor, que pede uma auditoria do Tribunal de Contas da União na aquisição de 1,2 mil tablets pela Procuradoria-Geral da República.
Para os procuradores, “as tentativas de macular a honra do chefe do Ministério Público da União, que engloba o Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Militar e Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, pela sua atuação institucional, não alcançarão o fim predeterminado, pois não passam de tentativas vãs de retaliar e intimidar a instituição”.