Os fios que enfeiam a cidade
Quem chamou atenção foi o fotógrafo José Alves Linhares Filho. Na foto publicada aqui, ontem (abaixo, vale a pena ver de novo), do antigo Colégio Arte e Instrução, em Cascadura, surge uma quantidade absurda de fios que desfigura e polui a paisagem. “Imagina se os franceses admitiriam o Museu do Louvre, em Paris, com uma cortina de fios em sua frente?”, diz. Só que no Rio, purgatório da beleza e do caos, o emaranhado de fiação enfeia por onde passa, inclusive prédios históricos como, repare na foto acima, o do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, na Zona Norte carioca.
E nós aqui no Sobral
Em Sobral, república independente da cultura cearense - alí a Secretária de Cultura sabe ler e escrever - o Prefeito Veveu Arruda está enfiando no chão toda a fiação do centro da cidade. É um trabalho fantástico que, infelizmente não é compreendido até por formadores de opinião que, por não entenderem a importância do projeto, criticam: Isso num dá voto não. Onde já se viu enterrar fio de luz e cabo de telefone! Ouvi mais de uma vez essa triste realidade de, ora ignorantes ora opositores absolutamente distantes do que venha a ser preservação da história e senso estético de uma cidade bonita e organizada. Já há sítios históricos em Sobral onde os fios sumiram e as imagens são limpas. Na esplanada do Arco de Fátima, onde Dom José Tupinambá da Frota comemorou em 1955 seu jubileu de ordenação sacerdotal e Sobral recebeu um Congresso Eucarístico Internacional está um primeiro exemplo para o que vai ser no centro da cidade.