Não vai passar pelo Ceará nem será criação de cearense


Chineses querem construir ferrovia ligando país aos EUA
Ferrovia teria túnel de 200km por baixo d’água e 13.000km até ponto final

Foto: Hdwalle
Trem de alta-velocidade levaria dois dias para chegar ao destino. Foto: Hdwalle
Os chineses, sempre eles, estão estudando a possibilidade de construir a maior linha de trem do mundo, ligando o nordeste do país até os Estados Unidos em um veículo de levitação magnética capaz de atingir 325 km/h.
De acordo com o projeto, a linha cruzaria pela Rússia até o Estreito de Bering onde seria cavado um túnel de 200km de comprimento por baixo do mar até o Alasca. A partir daí, o trem passaria por território canadense chegando ao ponto final nos Estados Unidos.
De acordo com o especialista da Academia Chinesa de Engenharia Wang Mengshu, a tecnologia a ser empregada já existe e deve ser testada no construção da linha entre a província de Fujian, sudeste da China, e Taiwan. Wang afirmou que a ideia não é nova, pois a Rússia já tem essa intenção há muitos anos.
Caso realmente saia do papel, o Expresso China-Rússia-Canadá-América, terá 13.000km de comprimento, 3.000km a mais que a ferrovia trans-siberiana, considerada a maior do mundo, e a viagem completa levaria dois dias.

Sábado de Diário do Poder

  • Fretes são cobiçados por políticos na Petrobras 
    Polícia Federal investiga o que seria uma das principais fontes de propina para políticos na Petrobras e sua subsidiária Transpetro: intermediadores (“shipbrokers”) de fretamento de navios, tanqueiros etc. A intermediação do “aluguel” de embarcações pela estatal rende entre 1% e 5% (até US$ 15 mil) por dia de contratos que podem durar 20 anos, se o fretamento é por toda vida útil do navio, o que é habitual.
    Compartilhar
  • Uma comissão de praxe, a “address comission”, é estipulada pelo fretador (a Petrobras) e é paga em fatura oficial ao shipbroker.
    Compartilhar
  • A Petrobras opta pelo frete, já que um navio-tanque de grande porte (Very Large Crude Carrier) custa no mínimo US$ 100 milhões.
    Compartilhar
  • O frete de apenas um navio-tanque (tanqueiro), por 20 anos, pode render US$ 70 milhões aos intermediadores (shipbrokers) do negócio.
    Compartilhar
  • Por levar o negócio ao estaleiro, o shipbroker recebe comissão da empresa, estipulada em adendo, além da comissão da Petrobras.
    Compartilhar
  • Conhecido por sua célebre esperteza política, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), antecipou-se aos fatos e já encomendou pesquisa do Ibope em todos os Estados para saber os candidatos mais fortes ao Senado. A pesquisa permitirá ao cacique mapear os possíveis eleitores, em seu projeto de manter-se à frente do comando do Senado em 2015, agora que lançou Renan Filho ao governo de Alagoas.
    Compartilhar
  • Aécio Neves (MG) e Eduardo Campos (PE) liberaram PSDB e PSB a apoiar a candidatura de Henrique Alves (PMDB) ao governo potiguar.
    Compartilhar
  • O PSD de Gilberto Kassab enfrenta dificuldades para manter o acordo com o PT pela reeleição de Dilma. São dez diretórios contra a aliança.
    Compartilhar
  • O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) coleta assinaturas apoiando a desembargadora Luiza Lombar ao Tribunal Superior do Trabalho.
    Compartilhar
  • Foi um dia histórico para os brasilienses, ontem. O Distrito Federal é a primeira unidade da Federação a receber o selo Território Livre de Analfabetismo. No DF, mais de 98% da população é alfabetizada.
    Compartilhar
  • Após o escândalo da espionagem americana a autoridades e empresas brasileiras, a presidenta Dilma esperneou, cancelou visita de Estado e exigiu desculpas. Agora o clima esfriou e ela se reunirá com o vice dos EUA, Joe Biden, na Copa. Alguns falam em “encontro de iguais”.
    Compartilhar
  • Lula prometeu ajudar a infraestrutura de Gana, durante o Fórum Econômico Mundial da África, na Nigéria, mas não usou seu “prestígio” para apelar à libertação de 200 meninas sequestradas por uma seita.
    Compartilhar
  • Ignora-se o que Jorge Viana (PT-AC) fará com outros senadores no final do mês em Taiwan, inimiga da China, e sem relação oficial com o governo brasileiro. Além de esquisito, isso não dá sorte. Ex-presidente do PL, Valdemar Costa Neto foi lá em 2005. E acabou na Papuda.
    Compartilhar
  • O presidente Carlos Lupi (PDT) e o ministro Manoel Dias (Trabalho) saíram com cara de tacho da homenagem a Getúlio Vargas na terça, onde o ator Tony Ramos, a estrela do evento, não deu as caras.
    Compartilhar
  • O Ministério da Saúde acaba de aceitar no “Mais Médicos” um bósnio, o dr. Ahmed Shehada. Ele ao menos já aprendeu que o programa do governo brasileiro, em sua língua, é chamado de “Više Doktori”.
    Compartilhar
  • O programa do PCdoB no rádio e na TV errou o nome de sua principal estrela. Produzido pelo publicitário Marcelo Brandão e dirigido pelo secretário nacional do partido, José Reinaldo Carvalho, o programa chamou de Aldo “Rabelo” (e não Rebelo) o ministro do Esporte.
    Compartilhar
  • O secretário-geral Jerôme Valcke, que encheu as burras da Fifa, agora critica o despreparo do Brasil na Copa, tirando o corpo fora. O francês deve ter sido contaminado pela conhecida síndrome lulista “não sabia”.
    Compartilhar
  • A Inglaterra admitiu um déficit de 20 mil enfermeiros em seu Serviço de Saúde (NHS). Poderiam criar por lá um programa “Mais Enfermeiros”.

Bom dia

Depois de ler o que transcrevo logo abaixo, gostaria de olhar nos olhos de quem se acha Senador da República do Brasil. O texto é de Rui Barbosa quando era Senador em 1914, faz cem anos...

"A falta de justiça, Senhores Senadores, é o grande mal de nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação.
A sua grande vergonha diante do estrangeiro, é aquilo que nos afasta os homens, os auxílios, os capitais.
A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vem nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade [...] promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza sob todas as suas formas
De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto...
Esta foi a obra da República nos últimos anos.
No outro regimen, o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre: as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais.
Na República, os tarados são os tarudos (sic). Na República todos os grupos se alhearam do movimento dos partidos, da ação dos Governos, da prática das instituições. Contentamo-nos hoje com as fórmulas e aparência, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada nos restando.
Apenas temos os nomes, apenas temos a reminiscência, apenas temos a fantasmagoria de uma coisa que existiu, de uma coisa que se deseja ver reerguida, mas que, na realidade, se foi inteiramente.
E nessa destruição geral das nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores, é a ruína da justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse dos nossos partidos, pela influência constante dos nossos Governos.
Mas, Sr. Presidente, nesta eliminação monstruosa do sentimento jurídico e da ação judicial nesse desenvolvimento rapidamente crescente do princípio de irresponsabilidade, dominando o princípio da responsabilidade – que é o princípio fundamental das instituições republicanas – porque a República é o governo dos homens sujeitos à lei, debaixo de uma responsabilidade inevitável, por seus atos; nessa eliminação da justiça pelos mais elementares de todos os princípios republicanos, o caso do Satélite avulta como o mais grave de todos os casos, como aquele em que nossa honra maior enxovalho recebeu, em que a nossa dignidade se sentiu mais humilhada, em que os sentimentos de humanidade do país mais sofreram, em que a nossa civilização, diante do estrangeiro, maior ultraje padeceu.
Que é que vos peço diante da infelicidade nacional, Srs. Senadores? Venho a esta tribuna trovejar contra algum inocente? Pedir alguma cabeça à justiça? Venho pedir alguma vingança? Quero alguma desforra afrontosa inspirada por sentimentos apaixonados? Absolutamente. Eu venho implorar a abertura dos tribunais para o julgamento desse inqualificável atentado – e, antes de tudo, a abertura do grande tribunal da opinião pública pelo atentado [...]"

Opinião

Miséria da diplomacia

Demétrio Magnoli, O Globo
‘Respeito instruções, respeito leis, mas não respeito caprichos nem ordens manifestadamente ilegais.” A declaração, concedida ao jornal “A Tribuna”, de Vitória (4/5), deveria constar no alto de um manual de conduta dos funcionários públicos. É do diplomata Eduardo Saboia e tem endereço certo.
Saboia chefiava a embaixada brasileira em La Paz até a sexta-feira, 23 de agosto de 2013, quando decidiu que um limite ético fora ultrapassado e orquestrou a fuga do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil. Hoje, o diplomata sofre a covarde punição tácita do ostracismo: a comissão de sindicância aberta no Itamaraty, com prazo previsto de 30 dias, segue sem uma resolução depois de oito meses.
O cineasta Dado Galvão prepara um importante documentário sobre a saga de Molina e Saboia. Será uma história incompleta, pois uma longa série de detalhes sórdidos permanece soterrada pela lápide do sigilo que recobre tanto as comunicações entre a embaixada e Brasília quanto os autos do processo administrativo contra Saboia. Mas o que agora se sabe já é de enrubescer cafetões.
Depois de receber asilo diplomático do governo brasileiro, Molina permaneceu confinado na embaixada em La Paz durante 15 meses. Enquanto o governo boliviano negava a concessão de salvo-conduto para que deixasse o país, ele não teve direito a banho de sol ou a visitas íntimas.
A infâmia atingiu um ápice em março de 2013, quando emissários de Brasília reuniram-se, em Cochabamba, com representantes do governo boliviano para articular a entrega do asilado aos cuidados da Venezuela.
A “solução final” só não se concretizou devido à crise desencadeada nas semanas finais da agonia de Hugo Chávez. No lugar dela, adotou-se a política da protelação infinita, que buscava quebrar a resistência de Molina, compelindo-o a render-se às autoridades bolivianas.
Cochabamba é um marco no declínio moral da diplomacia brasileira. A embaixada em La Paz ficou à margem das negociações. O embaixador Marcel Biato, que solicitava uma solução legal e decente para o impasse, foi sumariamente afastado do cargo. (De lá para cá, circulando sem funções pelos corredores do Itamaraty, Biato experimenta um prolongado ostracismo.)
Molina, por sua vez, teve o direito a visitas restringido a seu advogado e sua filha. Uma ordem direta de Brasília proibiu a transferência do asilado para a residência diplomática, conservando-o num cubículo da chancelaria. Naqueles dias, vergonhosamente, o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, chegou a flertar com a ideia de confisco do celular e do laptop do asilado.
Convicções, crenças, valores? Nada disso. Dilma Rousseff conduziu todo o episódio premida pelo temor — ou melhor, por dois temores conflitantes. No início, por sugestão de Patriota, concedeu o asilo diplomático temendo a crítica doméstica — e, pelo mesmo motivo, não o revogou na hora da reunião de Cochabamba.
Depois, a cada passo, temendo desagradar a Evo Morales, violou os direitos legais de Molina, entregou à Bolívia o escalpo do embaixador Biato e converteu Saboia em carcereiro do asilado. As concessões só estimularam o governo boliviano a endurecer sua posição.
A prorrogação abusiva da prisão dos 12 torcedores corintianos em Oruro foi uma represália direta da Bolívia contra o Brasil. O patente desinteresse de Brasília pela sorte dos cidadãos brasileiros encarcerados representou uma nova — e abjeta — tentativa de apaziguamento.
Saboia assumiu o comando da embaixada após o afastamento de Biato, e tentou, inutilmente, acelerar a valsa farsesca das negociações conduzidas por uma comissão Brasil/Bolívia formada à margem da representação diplomática em La Paz. Cinco meses depois, rompeu o impasse, aceitando os riscos de transferir Molina para o Brasil.
Em tempos normais, o diplomata que fez valer a prerrogativa brasileira de concessão de asilo seria recepcionado de braços abertos pelo governo brasileiro. Mas, em “tempos de Dilma”, o mundo está virado do avesso.
Antes que os familiares de Saboia pudessem deixar a Bolívia, o governo transmitiu à imprensa o nome do responsável pela fuga do asilado. Na sequência, reservou-se a Saboia um lugar permanente na cadeira dos réus.
Tempos de Dilma, uma era de “ordens ilegais” e “caprichos”. A presidente expressou, em público e pela imprensa, sua condenação prévia de Saboia antes da abertura da investigação oficial. Pela primeira vez na História (e isso abrange a ditadura militar!), uma comissão de sindicância do Itamaraty não é presidida por um diplomata, mas por um assessor da Controladoria-Geral da União que opera como interventor direto da Presidência da República.
“É evidente que existe uma pressão política”, denuncia Saboia. “Há uma sindicância que não está, pelo visto, apurando os fatos que levaram uma pessoa a ficar confinada 15 meses; está voltada para me punir.”
Em março, emanou da comissão um termo provisório de indiciação que omite os argumentos da defesa e cristaliza as mais insólitas acusações — inclusive a de que Saboia violou os “usos e costumes” (!!!) da Bolívia.
A mesquinha perseguição a Biato e Saboia não é um caso isolado, mas a ponta saliente de uma profunda deterioração institucional: pouco a pouco, o Estado se converte numa ferramenta de realização dos desígnios dos ocupantes eventuais do governo.
Não é mais segredo para ninguém que o governo ignora solenemente as violações de direitos humanos em Cuba e na Venezuela. Menos divulgado, porém, é o fato de que a política externa do lulopetismo tem perigosas repercussões internas: no Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), um órgão presidido pelo Ministério da Justiça, as solicitações de refúgio político de dezenas de bolivianos dormem no limbo.
“Não respeito caprichos nem ordens manifestadamente ilegais.” No Brasil de Dilma, quem diz isso é réu. A presidente exige obediência cega. Vergonha.

Demétrio Magnoli é sociólogo.

Ontem na coluna do Ancelmo Gois, no O Globo

Chico Buarque

Banana para o racismo

Chico Buarque abre, hoje, as portas do campo do Polytheama, no Recreio, no Rio, para a luta contra o racismo no futebol. Um grupo de artistas se reúne lá para gravar depoimentos e parte do clipe da música "Vem vencer", que o cantor e compositor Mombaça fez com Mu Chebabi.
Segue...
A gravação será no intervalo de uma partida de futebol entre os artistas. Um dos times, veja que sorte!, tem Camila Pitanga como madrinha.
Estão escalados, além do próprio Chico, Jair Rodrigues, Luiz Melodia, Supla, André Ramiro...

Penso eu - Chico, nem ninguem, contava com um desfalque tão grande na equipe; Jair foi convocado pra Seleção de Deus.

Se Tribunais tirassem a bunda de processos ficaria mais fácil para os Federais


MPF cria um banco de dados para ‘fichas-sujas’

O Ministério Público Federal criou um banco de dados nacional sobre os políticos ‘fichas-sujas’. Reunirá informações sobre pessoas que, condenadas na segunda instância do Judiciário, estão proibidas de disputar eleições. O objetivo é facilitar o trabalho dos procuradores da República que atuam na área eleitoral, apressando os pedidos de impugnação de políticos inelegíveis.
Serão cadastradas informações sobre sentenças condenatórias dos últimos nove anos, desde 2006. Os dados serão providos por mais de três dezenas de repartições públicas. Depois, a lista de condenados será cotejada com a relação de candidaturas registradas no sistema do Tribunal Superior Eleitoral. Por ora, o banco de dados da Procuradoria anota cerca de 11 mil nomes de ‘fichas-sujas’. Espera-se que a coleta das informações seja concluída até 19 de maio. Antes, portanto, das convenções partidárias de junho, que definirão os nomes dos candidatos às urnas de 2014.

Não se pede mais voto: agora é na base da pressão ou comprando todo mundo

PSB de São Paulo lança manifesto para pressionar Campos a optar por Alckmin


ABr
O PSB de São Paulo dará um xeque-mate no seu presidenciável, Eduardo Campos. Em manifesto datado de 30 de abril e subscrito por mais de 270 filiados —entre eles prefeitos, vice-prefeitos, deputados federais e estaduais— o partido reivindica liberação para se dissociar no Estado do projeto político da Rede de Marina Silva, apoiando o tucano Geraldo Alckmin, candidato à reeleição para o governo paulista.
O texto anota que o lançamento de um candidato a governador escolhido pela Rede ou mesmo a opção por uma candidatura própria do PSB, “sem expressão, sem tempo de televisão, sem recursos e contrariando a militância partidária, coloca em risco o projeto nacional”, que é a eleição de Eduardo Campos. Realça que o PPS, presidido por Roberto Freire, “também já se manifestou contrário a essa proposta.”
O manifesto foi articulado pelo prefeito de Campinas, Jonas Donizetti, que é vice-presidente do diretório do PSB de São Paulo. Ele foi auxiliado por outros dois prefeitos da legenda: Valdomiro Lopes, de São José do Rio Preto, e Vinicius Camarinha, de Marília. Une-os o fato de terem sido eleitos, na campanha municipal de 2012, com o apoio de Alckmin e do PSDB.
Os correligionários de Campos sustentam no documento que, antes da chegada de Marina Silva e da turma da Rede, o PSB paulista traçara uma estratégia autorizada pelo diretório nacional. Aceitou convite de Alckmin para participar da administração tucana. Assumiu a Secretaria de Turismo do Estado. Algo que “possibilitou o apoio recíproco em diversas e importantes cidades paulistas, onde o PSB foi vitorioso” em 2012.
Sem subterfúgios, o documento recorda que, “em consonância com a direção nacional”, a seção paulista do PSB equipou-se para minar a candidatura presidencial tucana. Diz o texto, sem meias palavras: “Visando a atrair os votos do PSDB paulista, que não são simpáticos à candidatura de Aécio Neves à Presidência da República, o PSB-SP estreitou as relações com o governador e com todo o governo paulista.”
Com rara sinceridade, o documento realça que a tática eleitoral de invadir a seara de Aécio foi empregada em outras praças onde o PSB está coligado com o PSDB. “Tal estratégia foi a mesma adotada pela direção nacional do PSB nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Pará, entre outros.” O texto acrescenta: “Aliás, esse era o indicativo tomado pela Executiva nacional do PSB:
 onde houvesse real possibilidade de vitória, lançaríamos candidato a governador. Onde não houvesse, não coligaríamos com PT e usaríamos como estratégia a divisão dos votos do outro concorrente”. Leia-se Aécio Neves.
Sobreveio a aliança com Marina Silva. E o presidente do PSB paulista, o deputado federal Márcio França, informou à Executiva estadual, no início de 2014, que a Rede defendia o lançamento de candidaturas próprias aos governos de São Paulo e de outros Estados. “Mesmo contrariando sua estratégia inicial, o PSB-SP aquiesceu”, diz o manifesto. A legenda indicou como candidato ao Palácio dos Bandeirantes o próprio Márcio França.
Estabeleceu-se, porém, um conflito, resumido assim no manifesto: “Para nosso espanto e indignação, temos assistido, pela mídia e pelas redes sociais, a um verdadeiro massacre e um total desrespeito ao PSB e ao nome e história de vida do deputado Márcio França. Fomos surpreendidos pela informação de que a Rede-SP, além de vetar o nome do companheiro, apresentou nomes que consideramos inconsistentes para a relevância do cargo [de governador]. O veto ao nome do partido é inadmissível.”
Para dissolver o impasse, o PSB paulista sugere que a Rede de Marina apoie em São Paulo a candidatura que quiser. Menciona-se no manifesto o nome do filósofo e Vladimir Safatle, do PSOL. Em contrapartida, o PSB ficaria “liberado para seguir sua estratégia anteriormente traçada, de apoio à candidatura de Geraldo Alckimin”. Segundo o documento, Alckmin “oferece” para o PSB e PPS “a vaga de vice-governador e, possivelmente, a vaga de senador”. O texto informa que o próprio porta-voz da Rede em São Paulo, Célio Turino, apoiaria a solução de apartar os projetos políticos dos dois grupos.
Entre os signatários do manifesto estão todos os 30 prefeitos e os 45 vice-prefeitos do PSB no Estado de São Paulo, além dos quatro deputados estaduais e de três dos cinco deputados federais eleitos pela legenda no Estado —deixaram de assinar apenas a deputada Luiza Erundina, amiga de Marina, e Márcio França. Embora não tenha acomodado o jamegão na peça, França é um entusiasta da aliança com Alckmin. Ele é a primeira opção do partido para compor a chapa reeleitoral do governador tucano, na posição de vice.
Nos próximos dias, Jonas Donizette, o prefeito de Campinas, entregará o manifesto ao presidenciável. Lê-se no final do texto que o partido espera “contar com a habitual sabedoria e bom senso do companheiro Eduardo Campos e da Executiva Nacional do PSB”.
Os correligionários de Campos têm pressa para se livrar do enrosco. A um mês das convenções, diz o documento, o PSB paulista ainda não reuniu “com os candidatos da chapa nacional” seus cerca de 250 candidatos a deputado federal e estadual, além de seus prefeitos e vereadores “Estamos vivendo um impasse que poderá nos levar a um prejuízo irreparável”.
 Vai abaixo a íntegra do manifesto que será entregue a Campos.

São Paulo, 30 de abril de 2014.
Manifesto Paulista pela vitória de Eduardo/Marina
Nós, prefeitos, vice-prefeitos, deputados federais, deputados estaduais, vereadores, ex-prefeitos, ex-deputados e pré-candidatos 2014, todos do estado de São Paulo, mas, antes e acima de tudo, militantes do PSB, nos sentimos na obrigação de tornar pública e oficial nossa posição em relação às eleições 2014, em nosso Estado:
1. O PSB/SP, seguindo orientação da direção nacional, disputou, com candidatura própria, o governo do estado nas três últimas eleições.
2. Autorizado pela direção nacional, aceitou convite para participar do governo do PSDB, assumindo a Secretaria de Estado de Turismo. Naturalmente, esta parceria ampliou a relação PSB/PSDB, no Estado de São Paulo, o que possibilitou o apoio recíproco em diversas e importantes cidades paulistas, onde o PSB foi vitorioso: Campinas, São José do Rio Preto, entre outras.
3. Também, em consonância com a direção acional, recebeu diversas pré-candidaturas oriundas de dissidências do PSDB e aliados, tanto para deputado federal, quanto para estadual. Visando a atrair os votos do PSDB paulista, que não são simpáticos à candidatura de Aécio Neves à Presidência da República, o PSB/SP estreitou as relações com o governador e com todo o governo paulista. Tal estratégia foi a mesma adotada pela direção nacional do PSB nos estados de MG, PR, AL, PA, entre outros. Aliás, esse era o indicativo tomado pela executiva nacional do PSB:
- onde houvesse real possibilidade de vitória, lançaríamos candidato a governador. Onde não houvesse, não coligaríamos com PT e usaríamos como estratégia a divisão dos votos do outro concorrente.
4. Vale ressaltar que, desde a primeira hora, o PSB-SP foi um forte defensor-incentivador da saída do partido do governo Dilma e do lançamento da candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República.
5. Ainda, em atendimento à direção nacional, O PSB-SP acolheu prontamente a Rede, compartilhando desde sua sede-física até cargos de direção do partido, mantendo reuniões constantes visando à integração e ao engajamento dos militantes.
6. No início deste ano, o Presidente do PSB-SP informou à sua Executiva que a Rede Nacional defendia, como estratégia em São Paulo e em outros Estados, o lançamento de candidaturas próprias aos governos.
7. Mesmo contrariando sua estratégia inicial, o PSB-SP aquiesceu a ideia e indicou o nome do deputado federal Márcio França para disputar a vaga de candidato ao governo de São Paulo.
8. Para nós, a indicação era e é inconteste, já que se trata do nome do presidente do PSB em São Paulo, o deputado federal Márcio França, que além de preencher os requisitos de formação, fidelidade partidária e trajetória política, ainda tem o mérito de ser o principal responsável pela reconstrução do PSB no Estado e pelo sucesso da última eleição que resultou na maior bancada socialista na Câmara dos Deputados.
9. Entretanto, para nosso espanto e indignação, temos assistido, pela mídia e pelas redes sociais, a um verdadeiro massacre e um total desrespeito ao PSB e ao nome e história de vida do deputado Márcio França. Fomos surpreendidos pela informação de que a Rede-SP, além de vetar o nome do companheiro, apresentou nomes que consideramos inconsistentes para a relevância do cargo. O veto ao nome do partido é inadmissível.
10. Defendemos que o lançamento de uma candidatura com a conformação defendida pela Rede ou uma candidatura em conflito com a Rede (sem expressão, sem tempo de televisão, sem recursos e contrariando a nossa militância partidária) coloca em risco o projeto nacional. O PPS também já se manifestou contrário a essa proposta.
11. Ressaltamos que estamos a um mês das convenções, o PSB-SP não reuniu ainda seus candidatos Federal/Estadual (250 líderes Políticos) com os candidatos da chapa presidencial, nem seus prefeitos, vereadores, enfim, estamos vivendo um impasse que poderá nos levar a um prejuízo irreparável.
12. Da mesma forma, impossível imaginar uma campanha para o governo de São Paulo enfrentando o conflito diário e o desgaste que essa situação trará, tanto para o candidato a governador, como para a candidatura presidencial.
13. Assim, tendo em vista a importância do estado de São Paulo para a eleição de Eduardo Campos/Marina, defendemos que:
• A Rede-SP tenha autonomia para apoiar a candidatura de Wladimir Safatle-PSOL (ou outro candidato qualquer) para o governo do Estado de São Paulo;
• O PSB-SP fique liberado para seguir sua estratégia anteriormente traçada: de apoio à candidatura de Geraldo Alckimin ao Governo do estado de São Paulo. O PSDB oferece para PSB/PPS, a vaga de vice-governador e, possivelmente, a vaga de senador.
• Esta decisão teria o apoio do PPS e do coordenador da Rede-SP —companheiro Célio Turino— e principalmente preservaria todas nossas forças políticas na defesa da candidatura presidencial de Eduardo Campos/Marina Silva, que é o nosso principal objetivo nessa eleição.
14. Certos de contar com a habitual sabedoria e bom senso do companheiro Eduardo Campos e da Executiva Nacional do PSB, bem como com a compreensão da Rede/Nacional, para que alcancemos nosso principal objetivo que é a vitória de Eduardo Campos/Marina Silva, subscrevemos: (seguem as assinaturas)