Memoria

Obama toma posse na presidencia dos EEUU, em 2009.  Eu estava lá.

Memória

Zé Euclides, Prefeito de Sobral, discursa no dia em que Pai Vovô Pompeu Ferreira da Ponte virou nome de rua na cidade. A baixinha, de óculos é a viúva de Pai Vovô, ninguem menos que Mãe Vovó Petronilha, A Racista. No entorno, família a parentes. Eu estava lá, em preto e branco.

Memória

Lula Honoris Causa em Coimbra. Eu estava lá.

Memória

O primeiro dia do Ocupa Wall Street. Eu estava lá.

Editorial

É preciso credibilidade para fotografar e postar o dia em que a Bica do Ipu secou

Este blog foi criado por insistência de parceiros, gente consciente de que se poderia avançar além da coluna de papel, sob abrigo do carinho e do sentimento de liberdade que norteia o alto comando do Jornal O Estado. Muita coisa que poderia ser dita ficava de fora porque jornal não é de elástico, que estica e encolhe. Tem medidas certas, números de linhas, tamanhos de caracteres, hora de chegada e hora de saída. Isso nos levou a capitular diante da cobrança de leitores e de conversadores sobre a vida e o mundo. E fomos levando a tal ponto em banho-maria até a explosão. Mas quem arma isso que não entendo dessas coisas de internet. A filha de um dos comensais à mesa do noticiário criou e ensinou a primeira versão do blog que no primeiro instante não fez barulho, o que seria inconcebível ocorrer. Um blog não é uma arma que se dispara e a bala sai. Um blog, entendo agora, é uma planta que nasce da semente ou do galho , o que é este caso, que se põe no solo fértil das verdades, quando principalmente se trata de jornalismo.
Taí. Deu no que está dando. Todo dia uma surpresa. Todo dia uma alegria. Todo dia uma pequena frustração pelo não entendido, o que já deveria ser normal numa sociedade de pensamentos tão díspares e ideias que se formam nas opiniões alheias. A surpresa pelo número de seguidores que cresce dia-a-dia.  A alegria pela consolidação da crença no que postamos.  A frustração quando olhamos à volta e vemos paixões exasperadas sendo promovidas por outros , parceiros que não entenderam bem a razão da criação e da existência desse moderno meio de comunicação a que hoje chamamos de mídias sociais ou coisa parecida. Opinião, cada um tem a sua o que é um direito e quase sempre um dever. Isso defenderei sempre.
Só que opinião não nos dá o direito de agredir pessoas, vilipendia-las, enegrecer suas virtudes e explicitar com invenção coisas que os outros, que nem se conhece bem, não fizeram. São as mentiras do santo dia de  cada um. Histórias contadas eivadas de cavilações, seja no blog, seja no botequim onde pra se ser engraçado se inventam situações que acabam ficando embaraçosas para os personagens centrais. Isso quando não vai pelos blogs, vai pela cultura oral da mesquinharia, da má formação ética e moral dos que têm alguns instrumentos em mãos ou acesso a pessoas que dão ouvidos e credibilidade a pessoinhas que saem de seus guetos mas seus guetos não saem delas.
Isso é triste. Muito triste. Mas é a opinião, mesmo que fora da verdade, defendo seja ofertada. Quem escuta, lê, vê...que acredite. Como diz um observador da cena...tatu que acompanha cobra acaba caindo em buraco errado.

Opinião

Dilemas e temores do PT

Ruy Fabiano
Em abril de 2010, quando as pesquisas apontavam José Serra como favorito à Presidência da República, com cerca de 60% das intenções dos votos, o ex-deputado Saulo Queiroz (DEM), especialista na matéria, sentenciou: “Ele não ganha de jeito nenhum”.
Lembre-se que, na mesma ocasião, o presidente do Ibope, Carlos Montenegro, diante dos mesmos números, antevia a derrota de Dilma e a vitória de Serra. “Ela não chega ao segundo turno”, disse ele. Como profeta, perdeu de goleada para Saulo Queiroz.
Mas não se tratava de profecia, expediente que não costuma funcionar em política, mas da “lógica implacável dos números”, conforme explicava Saulo, que maneja suas prospecções com o engenho da estatística e a arte da política.
E é justamente o faro político, a capacidade de perceber o rumo dos ventos, que dá sentindo e consistência aos números. Serra, ainda farto em números, enfrentava um adversário poderoso, que não tardaria a depená-lo: a tendência pela continuidade.
O governo Lula surfava na bonança da economia mundial, o que levava o eleitorado, mesmo ciente de escândalos como o do Mensalão, a minimizá-los. O bolso, sempre o bolso, falava mais alto.
Os analistas, é bem verdade, já anteviam problemas futuros decorrentes da conduta perdulária do governo Lula, que preparava a herança maldita a ser entregue a Dilma. Mas o eleitor vota com a memória e percepção dos últimos seis meses.
O comando de campanha de Serra concebeu, então, uma estratégia desesperada: elogiar Lula e esconder FHC. “Continuidade sem continuísmo”, era a frase-síntese, que não colou. Se era para continuar, o melhor era seguir com a candidata de Lula. Tão logo o eleitorado inteirou-se de quem representava a continuidade, os números não tardaram a inverter-se, como previra Saulo.
Há dias, ele debruçou-se sobre as últimas pesquisas. E avaliou: “Dilma ainda está no páreo, mas já não é a favorita”. E ainda: “Não pode perder mais nenhum ponto”.
Pois é: mas perdeu – e não foi pouco. Em abril, em que Saulo fez suas prospecções, Dilma vencia Aécio por 50% a 31% - 19 pontos de diferença. Na pesquisa do Datafolha desta semana, o placar mudou: Dilma baixou para 47%, enquanto Aécio subiu para 36%. A diferença caiu oito pontos em um mês. Pior: mantém-se a tendência do eleitorado por mudança.
E é aí que está o grande desafio dos petistas: reverter uma tendência que, em período de crise econômica, realimenta-se a si própria. A perspectiva de derrota gera divisões, o que desmotiva a militância. O PT procura reunificar-se no “volta, Lula”, que serve apenas para enfraquecer Dilma e desgastar ainda mais seu governo.
Lula é ainda uma esfinge. Há quem garanta que se prepara para voltar e que tudo o que ocorre está rigorosamente dentro dos seus planos. De fato, há dois anos, ele declarou que só seria candidato se, na época da campanha, Dilma não estivesse competitiva. “Para evitar que um tucano volte a ocupar a Presidência da República, irei para o sacrifício”, proclamou.
Mas há quem diga, dentro do próprio PT, que Lula teme a volta e os desafios nela embutidos: gerir a crise econômica que decorre da própria imprevidência de sua gestão. Nessa hipótese, comprometeria sua biografia presidencial, concluída com um índice de aprovação acima da média. Faz sentido.
Neste momento, os petistas vão jogar todas as fichas em Dilma. Não funcionando e não havendo o “volta Lula”, não se sabe o que ocorrerá. O partido não tem alternativas – e muito menos prazo para construí-las. Terá que se valer do que já dispôs.
Em meio a isso, a oposição terá que mostrar que está à altura do sentimento de mudança do eleitor. A pesquisa do Datafolha indica que algum avanço foi conquistado, mas é preciso bem mais.

Ruy Fabiano é jornalista.

Do blog do Noblat

Tamos nem aí


Se pudesse escolher, a maior parte dos eleitores não compareceria às urnas em 5 de outubro, segundo pesquisa Datafolha publicada no jornal Folha de S.Paulo deste domingo. A pesquisa mostra que 61% dos entrevistados são contra o voto obrigatório e que 57% não iriam votar nas próximos eleições se o voto fosse facultativo.

Penso eu - Também com essa ruma de...candidatos que estão pela aí.

O número de pessoas que não compareceria às eleições é o maior já identificado desde 1989, quando o instituto de pesquisa começou a fazer essa pergunta em suas pesquisas. Nas investigações anteriores, o total de pessoas que não votariam se não houvesse obrigatoriedade nunca foi maior do que 50%
A pesquisa mostra que a rejeição ao voto obrigatório é maior entre os mais velhos e os quem tem mais renda e escolaridade.
A maior parte dos eleitores contrários ao voto obrigatório está no grupo entre 45 e 59 anos (68%). Entre os que ganham mais de dez salários mínimos, a taxa chega a 68%. Entre quem tem nível superior a rejeição é de 71%.
O Datafolha cruzou as respostas sobre a obrigatoriedade dos votos com a intenção de voto. Entre os eleitores da presidente Dilma Rousseff (PT), 43% disseram que não iriam às urnas se o voto fosse facultativo. No grupo que apoia o senador Aécio Neves (PSDB), a ausência seria de 58%. Para completar o cenário, 62% das pessoas que votariam no ex-governador Eduardo Campos (PSB) faltariam às eleições.
Dados do Datafolha divulgados nesta sexta-feira indicam que diminuiu a chance de a presidente Dilma vencer a eleição no primeiro turno. A petista lidera com 37% das intenções de voto, contra 38% dos demais candidatos somados. Houve um crescimento da intenções de voto do pré-candidato do PSDB, Aécio Neves (MG), que aparece com 20%. O tucano apresentou a maior variação entre todos os concorrentes e cresceu quatro pontos em relação ao início de abril. Eduardo Campos (PSB-PE) aparece em terceiro lugar com 11% . Em abril tinha 10% e em fevereiro, 9%.
Segundo o Datafolha, 16% dos entrevistados votariam em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos. Os indecisos são 8%.