Brasil começa devagar, mas goleia o Panamá em amistoso
No estádio Serra Dourada em Goiânia, Brasil goleia o Panamá por 4 a 0
Neymar comemora gol na vitória sobre o Panamá, em amistoso. Foto: Marcelo D. Sants/Estadão Conteúdo
O Brasil demorou a engrenar, só deu dois chutes a gol em todo o
primeiro tempo, mas acabou não tendo problemas para golear o frágil
Panamá por 4 a 0, nesta terça-feira, no estádio Serra Dourada, em
Goiânia, no primeiro amistoso do time de Luiz Felipe Scolari na fase
preparação para a Copa do Mundo. Neymar, Hulk, Daniel Alves e Willian
fizeram os gols brasileiros na partida.
Esperança da seleção para o Mundial, Neymar saiu-se muito bem. Ainda
que tenha caído na provocação rival e levado cartão amarelo, participou
de três dos gols. Marcou um golaço de falta, deu assistência de
calcanhar para Hulk e criou o lance que propiciou o de Willian. Ainda
deu um gol para Jô e outro para Fred, mas os centroavantes
desperdiçaram.
A seleção brasileira voltou para Teresópolis ainda na noite, treina
lá na quarta e na quinta e, em seguida, viaja para São Paulo. Na
sexta-feira, às 16h, enfrenta a Sérvia no Morumbi no último amistoso de
preparação para o Mundial. A estreia na Copa é dia 12, uma quinta-feira,
diante da Croácia, no Itaquerão.
O JOGO – O Brasil começou a partida aparentando nervosismo. Em sete
minutos, tudo deu errado. Toda a vez que a equipe passou do meio de
campo, algum homem de frente se atrapalhou e perdeu a bola de forma até
infantil. Na zaga, os brasileiros batiam. David Luiz logo fez duas
faltas, uma delas desleal, no meio, e recebeu o amarelo. Neymar e Dante
também não aliviaram para os adversários, esquentando o jogo.
Foi numa falta sofrida por Marcelo, aos 7 minutos, a primeira jogada
ofensiva do Brasil. O lateral levantou na área, o goleiro saiu mal, mas o
lance deu em nada. Só 10 minutos depois a seleção arriscou de novo.
Neymar tentou driblar meio time adversário para entrar na área, mas foi
desarmado.
O jogo seguia sem chutes a gol até que, aos 25, Neymar abriu espaço
na entrada da área e foi derrubado por trás. Ele mesmo cobrou, com
perfeição, no ângulo, tirando da barreira e do goleiro, para abrir o
placar. Foi o terceiro dele de falta com a camisa da seleção.
O gol pareceu ter feito o Brasil lembrar que tem que se impor contra o
Panamá, enquanto o rival sofreu efeito contrário. A partir daí a
seleção dominou o jogo, ainda que tenha chegado pouco ao ataque. Aos 39
minutos, ninguém apertou, Daniel Alves arriscou da entrada área, o
goleiro McFarlane falhou e o Brasil fez 2 a 0.
Antes do intervalo, mais uma mostra do que não se fazer durante a
Copa. Neymar entrou de sola numa bola, ouviu bronca do rival, e depois
levou uma falta por trás no meio-campo. Pouco depois, bateu uma falta
propositadamente em cima de um rival do Panamá, que não lhe dava espaço.
Entrando na provocação, acabou jogando uma bola em cima de Cooper, já
no fim do primeiro tempo, e recebeu cartão amarelo.
Mas Neymar também fez o que dele se espera. Logo no primeiro lance do
segundo tempo, ele recebeu na entrada da área, viu Hulk passando e
tocou de calcanhar. Deixou o companheiro na boca do gol para bater de
primeira e fazer o terceiro.
Até os 10 minutos, foram mais duas chances claras protagonizadas por
Neymar. Numa, ele colocou na cabeça de Fred, que subiu bonito, posado, e
testou muito mal. Na outra, o craque entrou na área pela esquerda,
chutou forte e McFarlane pegou.
Naquele momento, o Brasil já era outro. Na postura e também na
formação. Afinal, no intervalo Felipão mandou a campo Maicon, Maxwell e
Hernanes, nos lugares dos laterais e de Ramires. As mudanças deram
brecha para o Panamá chegar e dar o primeiro chute a gol, aos 8. Dois
minutos depois, Quintero cabeceou, Julio Cesar escorregou, mas se
recuperou a tempo de fazer uma defesa esquisita.
No total, o Panamá chegou três vezes na área brasileira, mas nada que
assustasse. Afinal, a seleção controlava o ritmo do jogo, que naquele
momento já estava ganho. Felipão fez mais três alterações, o
entrosamento virou problema, mas o Brasil ampliou. Aos 27 minutos,
Neymar recebeu novamente na entrada da área e enfiou para a passagem de
Maxwell. O lateral-esquerdo deu um tapa para tirar do goleiro e
encontrou Willian na área. O meia, que havia entrado há pouco tempo, fez
o quarto.
A arbitragem do boliviano Raul Orosco impediu um placar mais
elástico. Foram dois pênaltis não marcados para o Brasil. Em um em que
Hulk foi derrubado na área (o árbitro deu falta porque, no chão, o
atacante abraçou a bola) e outro em que um panamenho deu um soco na bola
para impedir cabeceio de Maicon. Neste lance, o árbitro chegou a
expulsar Gómez, mas voltou atrás para anotar um impedimento inexistente.
Apesar do placar elástico, o Brasil queria mais. Mostrando que,
diferente de outros craques da Copa, está em ótima forma física, Neymar
não cansou de brigar. No fim, deu linda assistência para Jô, que acabou
travado pelo goleiro. (Demétrio Vecchioli/Agência Estado)
FICHA TÉCNICA
BRASIL 4 x 0 PANAMÁ
BRASIL – Julio Cesar; Daniel Alves (Maicon), David Luiz (Henrique),
Dante e Marcelo (Maxwell); Ramires (Hernanes), Luiz Gustavo e Oscar
(Willian); Neymar, Hulk e Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
PANAMÁ – McFarlane (Calderón); Adolfo Machado, Roman Torres
(Cummings), Baloy e Nahil Carroll (Carlos Rodríguez); Amílcar Henríquez,
Gavilán Gómez, Cooper (Jairo Jiménez), Quintero (Gabriel Torres) e Luis
Tejada (Roberto Nurse); Nicolás Muñoz. Técnico: Hernan Darío Gomez.
GOLS – Neymar, aos 26, e Daniel Alves, aos 39 minutos do primeiro tempo; Hulk, a 1, e Willian, aos 27 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – David Luiz e Neymar (Brasil); Gavilán Gómez, Cooper e Luis Tejada (Panamá).
ÁRBITRO – Raul Orosco (Fifa/Bolívia).
RENDA – R$ 2.548.030,00.
PÚBLICO – 30.663 pagantes.
LOCAL – Estádio do Serra Dourada, em Goiânia (GO).