Coluna do blog



 

A importância do caju

A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, por meio do projeto Intercaju, irá inaugurar nesta quarta (21), às 15h, uma Unidade Familiar de Beneficiamento de Castanha e Pedúnculo do Caju, na comunidade Córrego dos Tanques/Torém, em Itapipoca. O Intercaju procura estimular a transferência de tecnologia entre os diversos elos das cadeias do caju e apicultura, contribuindo para o aumento de renda e melhoria da qualidade de vida de produtores, em 13 comunidades nos municípios de Amontada, Barreira, Bela Cruz, Cruz, Itapipoca, Itarema, Trairi e Tururu.Por meio do projeto, que integra o plano de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Caju (2014-2025), mais de 1500 produtores já foram capacitados em 86 cursos e oficinas de trabalho sobre diversos assuntos de interesse dos produtores das cadeias do caju e mel.Ao todo já foram instaladas 11 unidades familiares de beneficiamento de castanha de caju, quatro unidades de processamento de cajuína e três de extração de mel integradas a núcleos de apicultores, além da instalação de quatro poços profundos para atender as Unidades de Produção.De acordo com o coordenador técnico do Intercaju, José Ismar Parente, "o projeto se fundamenta nos princípios da cooperação e associativismo, na capacitação tecnológica dos produtores e micro e pequenos empreendedores rurais, na oferta de uma assistência técnica regular e de qualidade com transferência e difusão de novas tecnologias. O Intercaju promove a integração da produção com o processamento, mediante implantação de unidades de beneficiamento de pedúnculo e castanha de caju e de extração de mel", explica o coordenador.

 

A frase: “A espera é prima-irmã da angústia. Mãe da ansiedade”. Em contagem regressiva para o ano novo.



Estúdio novo (Nota da foto)
As 10 horas da manhã de hoje, 21, vai ser inaugurado o novo estúdio da TV Assembléia. No alto do edifício senador César Cals terá uma vista incomum. A vista é real; não é "tapadeira".

Sem visto
O governo do Canadá anunciou que a partir do dia 1º de maio alguns brasileiros não vão mais precisar de visto para visitas temporárias ao país a lazer ou a trabalho.

Dependência
A facilidade vale para brasileiros que já tenham viajado para o Canadá nos últimos dez anos ou tenham visto válido de não imigrante para os Estados Unidos.

Carimbão
Esses viajantes precisarão apenas solicitar uma autorização de viagem, a Autorização Eletrônica de Viagem (Electronic Travel Authorization – eTA).

Triste ou alegre
Moésio Loiola, 80% dos votos na reeleição, quatro anos de um mandato cheio de realizações, amado pelo povo da cidade que escolheu pra ser prefeito; condenado.

Primeira entrância
A Justiça Eleitoral da cidade disse que ele havia furado as regras de campanha e o fez inelegível por oito anos sem direito a assumir o mandato,sequer ser diplomado.

Recorreu
Moésio Loiola, correto com sempre foi, desde menino de calça curta,operador de áudio da Rádio Educadora de Sobral e cobrador da mesma,recorreu ao TRE e ganhou.

Irreverente
Irreverente, bom de piada, bom de serviço, sabendo que é duro ser um prefeito correto, cumpridor de dever, acusou o golpe da decisão judicial: “Não sei que fique alegre ou triste”.

Balanço
Comemorando 15 anos em 2016, a Câmara Brasil Portugal no Ceará (CBP-CE) teve diversos motivos para celebrar. A entidade ganhou 26 novos associados ao longo do ano.

Além disso...
...realizou com sucesso cinco eventos de negócios. A CBP-CE firmou  acordos de cooperação e participou do Web Summit (um dos maiores eventos tecnológicos do mundo) e Nersant Business.

Mas até a Lagarde
Christine Lagarde, a atual diretora-geral do FMI, foi considerada culpada de "séria negligência" pela justiça francesa, num caso de desvio de dinheiros públicos.Sem pena.

Alta temporada
O ministro do Turismo, Marx Beltrão, apresenta hoje, quarta-feira , às 9h, a previsão de movimentação turística para o verão com números de viagens estimado e os principais destinos dos brasileiros.


Bom dia

Câmara libera socorro para Estados endividados sem exigir contrapartidas


Às vésperas do recesso de fim de ano, a Câmara dos Deputados aprovou nesta terça (20) proposta de renegociação das dívidas dos Estados sem contemplar exigências do Ministério da Fazenda para obrigar governadores a cortar gastos e equilibrar as contas.
O Palácio do Planalto trabalhou para esvaziar a sessão de votação, mas o projeto passou com 296 votos a favor, 12 contrários e 3 abstenções. Ele segue agora para sanção do presidente Michel Temer.
Além da renegociação, que permitiu aos governadores suspender o pagamento das dívidas com a União em julho, o projeto cria regime de recuperação fiscal para Estado próximos da insolvência.
Estados que entrarem no programa ficarão 36 meses sem pagar suas prestações. A Fazenda queria que eles oferecessem contrapartidas, incluindo privatizações, aumento da contribuição previdenciária do funcionalismo e congelamento de reajustes negociados com servidores.
Os deputados, inclusive o relator do projeto, Espiridião Amin (PP-SC), classificaram essas exigências de "draconianas" e decidiram barrá-las. Após seis dias de negociação, as contrapartidas caíram.
Para conseguir finalizar a votação, Amin precisou ceder em uma série de pontos. Na última hora, retirou financiamento ao programa de demissão voluntária no funcionalismo dos Estados.
A pressão de entidades ligadas ao funcionalismo foi determinante para que o projeto fosse aprovado sem essas exigências, em um versão que teve o apoio de grande parte da base governista.
Com a aprovação do projeto, os Estados já podem procurar o Ministério da Fazenda para manifestar interesse no regime de recuperação, que beneficiará principalmente Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, os Estados em pior situação financeira.
O PT, que comanda o governo de Minas, só concordou em apoiar a proposta após as mudanças. O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), passou os últimos dias em Brasília, em corpo a corpo com os deputados, para garantir a votação.
"Seria muito ruim para o Rio e para todos os Estados em dificuldade não votar isso", afirmou o governador, no plenário da Câmara. Ele declarou-se contrário, porém, à retirada das contrapartidas.
Com as exigências na lei, os governadores teriam mais facilidade para obter o apoio necessário para aprovar medidas de contenção de gastos nas Assembleias Legislativas.
A Fazenda era contra a versão alterada do texto, mas o Planalto achou melhor liberar a base para aprová-la sem as contrapartidas e impor as exigências posteriormente.
EQUILÍBRIO
Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que o Estado que se candidatar ao regime terá de apresentar um plano com ações para reequilibrar sua situação fiscal e financeira, mesmo que essas medidas não estejam mais previstas na lei.
Com base no que for apresentado, o ministério vai recomendar ao presidente da República que aprove ou não o pedido. "Serão aprovados os planos que, de fato, viabilizem esse equilíbrio", afirma a Fazenda.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que mobilizou deputados para a votação desta terça, criticou a Fazenda durante a sessão.
"Não precisamos dizer amém ao Ministério da Fazenda. Temos que votar o texto que é melhor para o Brasil", disse. "Se o presidente entender que não é o melhor para o Brasil, tem poder de veto. O que não podemos é convocar os deputados e não votar nada."
O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), foi um dos que, ao final da sessão, se posicionou contra a decisão dos deputados. "Não conseguimos apresentar uma proposta que venha a encontro das necessidades dos Estados e do país. Estamos produzindo hoje aqui um Frankenstein", disse em discurso na tribuna.
O líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), foi um dos que tentaram esvaziar o plenário para derrubar a sessão por falta de quorum.
Após a votação, ele evitou dizer se haverá vetos e criticou a retirada das contrapartidas. "Não adianta o governo socorrer Estados nesse momento de crise, em especial Estados como Rio, Minas e Rio Grande do Sul, e os Estados não terem contrapartida acordada e não cumprirem sua parte".

Só pra homens. E interessdas;

Terapia com laser e bactéria marinha promete avanço em tratamento de câncer de próstata sem efeitos colaterais

Um novo tratamento de câncer de próstata está sendo saudado por médicos como um avanço significativo no combate à doença.
A nova abordagem foi desenvolvida pelo Instituto Weizmann de Ciências, em Israel, juntamente com a empresa Steba Biotech. Já foi testada em diversos países europeus e usa lasers, bem como uma droga feita de bactérias marinhas, para eliminar os tumores, mas sem causar os severos efeitos colaterais de outros tratamentos.
De acordo com um artigo publicado pela revista médica The Lancet Oncology, testes em 413 homens mostraram que quase metade deles não apresentou vestígios da doença depois do tratamento.
As terapias atuais, envolvendo cirurgia e radioterapia, têm frequentemente a impotência e diferentes graus de incontinência urinária como efeitos colaterais permanentes - quase 90% dos pacientes desenvolvem disfunção erétil e um em cada cinco sofrem para controlar suas bexigas.
Isso explica porque muitos homens não procuram tratamento nos estágios iniciais da doença, mudando de atitude apenas quando o câncer de próstata fica mais agressivo.
"Isso (o novo tratamento) muda tudo", explica Mark Emberton, cientista e médico que testou a nova terapia no University College, de Londres.

Engatilhado para matar

A droga utilizada pelo novo tratamento é feita de bactérias que vivem em regiões profundas do oceano, praticamente na escuridão, e que ativam suas toxinas quando expostas à luz.
A intervenção com o laser é feita através da inserção de 10 fibras óticas na região do períneo - o espaço entre o ânus e os testículos para alcançar a próstata.
Quando os laseres são ativados, eles ativam a droga, injetada na corrente sanguínea e que "mata" os tumores.
Os testes com o novo tratamento foram realizados em 47 hospitais europeus e 49% dos pacientes entraram em remissão completa. Posteriormente, apenas 6% dos pacientes precisaram ter a próstata removida, em comparação com 30% dos pacientes que não foram submetidos à terapia.
E o impacto na potência sexual e no ato de urinar durou apenas três meses - nenhum dos pacientes teve efeitos colaterais significativos após dois anos.
Um desses pacientes, o britânico Gerald Capon, de 68 anos, contou à BBC que "está totalmente curado".
"Sinto-me extremamente afortunado por ter sido aceito no programa de testes. Sinto que poderei passar o resto da minha vida sem preocupações", contou.
Capon teve alta do hospital um dia após o tratamento.
Emberton explica que a nova tecnologia pode ser um momento tão significativo para o tratamento de câncer de próstata em homens como a remoção localizada do tecido canceroso em vez do seio inteiro foi para as mulheres com câncer de mama.
"A decisão de buscar tratamento sempre foi um balanço entre benefícios e danos. Os danos sempre foram os efeitos colaterais - a incontinência urinária e as dificuldades sexuais para a maioria dos homens", disse Emberton.
"É uma grande transformação termos um novo tratamento que é virtualmente livre de sequelas", acrescentou o médico.

Milhares de mortes

Mais de 46 mil homens são diagnosticados por ano com câncer de próstata por ano no Reino Unido e pelo menos 11 mil morrem por ano. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer, estima-se que serão 61 mil novos casos da doença em 2016 e 13 mil mortes.
A nova terapia ainda precisa ser aprovada pelas autoridades médicas do Reino Unido no início de 2017 antes de ser disponibilizada para pacientes em geral.
Há outras terapias com menor risco de efeitos colaterais, como o uso de ultrassom, mas estes tratamentos ainda não estão disponíveis universalmente.
Matthew Hobbs, da ONG britânica Prostate Cancer UK, disse que a nova tecnologia pode ajudar os homens que enfrentam o dilema do tratamento.
"Tratamentos focais como esse têm o potencial de oferecer uma opção para homens com câncer de próstata que ainda não se espalhou", diz Hobbs.

Triagem

Para Hobbs, o próximo desafio é dividir os pacientes entre os que precisam esperar, os que deveriam se submeter à nova terapia e os que deveriam passar por tratamentos mais invasivos.
"Até que saibamos a resposta para essa questão, é importante que esses resultados não levem a uma situação de tratamento desnecessário de homens com baixo risco de câncer ou tratamento de menos para pacientes de alto risco".

Opinião



Oficiais da Força Aérea estão descontentes - e intrigados - com a iniciativa da Presidência da República de meter-se diretamente com a contratação de serviços de sensoriamento remoto por satélite, no exterior, ignorando regras que exigem a obrigatória presença de empresas nacionais no processo.


A Casa Civil determinou à Comissão Aeronáutica Brasileira na Europa - CABE, que contrate com urgência - a orientação é de usar o prazo mínimo exigido pela Lei de Licitações para o recebimento das propostas, 5 dias úteis -   serviços de sensoriamento remoto por satélite, em um montante de até 300 milhões de reais.


Segundo o jornal Valor Econômico, o pedido teria causado "estranheza" à CABE, já que a prestação desse tipo de serviços às Forças Armadas só pode ser feita - salvo raras exceções - por empresas brasileiras com sede e administração no país.


Pelas mesmas razões a "divisão de licitações e contratos da Aeronáutica", segundo o jornal, classificou de "desarrazoada", "desproporcional" e "ilegal" do ponto de vista administrativo, a "abertura de concorrência no exterior, regida por leis internacionais, já que os participantes têm que ser empresas brasileiras, inscritas no Ministério da Defesa."     


Caso se configure essa iniciativa - o relatório da CABE cita dezenas de empresas nacionais aptas a realizar o trabalho - ela pode trazer graves prejuízos ao país não apenas do ponto de vista econômico mas, principalmente, no contexto estratégico e de Segurança Nacional.


Entregar voluntariamente a vigilância satelital de nosso território a empresas estrangeiras, com uma presença mínima de brasileiros no processo é, no tocante à área bélica, a mesma coisa que oficializar a doutrina abjeta e entreguista de chamar a raposa para tomar conta do galinheiro, abrindo para os gringos, nesse processo,  detalhes sobre a abordagem estratégica que usualmente aplicamos em nossas fronteiras e em outras áreas em que existem tropas brasileiras, que seriam igualmente monitoradas, como o Haiti e o Líbano.


O que está por trás disso?


Qual o interesse de buscar "parcerias" lá fora, alijando desse processo empresas nacionais, que, caso fosse absolutamente imprescindível trabalhar com empresas  estrangeiras, deveriam a elas se associar, majoritariamente?


Por que fazer essa licitação, se o Brasil já conta com o CBERS - Satélite China-Brasil de Recursos Terrestres (ilustração) e já temos tecnologia própria para a construção, como ocorreu no próprio CBERS, de câmeras orbitais MUX e WFI com resolução de 60 x 60 metros por institutos controlados pelo governo e  empresas de capital brasileiro?


Se já dispomos gratuitamente, de imagens fornecidas por outros parceiros dos BRICS, como a Índia?


Se já contamos com a Visiona, que pertence à EMBRAER e à Telebras, constituída no governo Lula, para construir e operar o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) do governo brasileiro que se encontra em desenvolvimento - o satélite que tínhamos anteriormente para comunicação das forças armadas foi entregue pelo governo FHC a uma empresa  estrangeira - que já representa, justamente, desde 2015, serviços de sensoriamento remoto de  fornecedores  como a Airbus, a DigitalGlobe, a Restec e a SI Imaging Services?  


Em tempos em que o Judiciário e o Ministério Público promovem, incansávelmente, a paralisação de nossos principais projetos de defesa, investigando e perseguindo o Almirante responsável pelo desenvolvimento do programa brasileiro de enriquecimento de urânio; aplicando uma multa estratosférica na empresa responsável pelo desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro e pelo míssil A-Darter da Aeronáutica - entregando parte do dinheiro aos gringos - colocando um ex-presidente da República e o programa de construção de 36 caças estratégicos com a Suécia sob suspeita, é preciso saber o que está por trás desse conjunto de "coincidências"  e da ojeriza, ignorância e desprezo pela importância estratégica do desenvolvimento de material de defesa no Brasil e a quem interessa, dentro e fora do país, que esse desmonte e essa perseguição aconteçam.


Com a palavra, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional - CREDN, para pautar imediatamente a discussão do tema, de forma que se possa responder a essas perguntas, com a convocação dos órgãos e instituições envolvidos, incluído o Ministério Público, para explicar o que está ocorrendo, e dizer que tipo de salvaguardas se está adotando para que se evite, ao menos, a interrupção desses programas; ou a urgente convocação, pelos patriotas - poucos - que ainda restam no Congresso Nacional, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para analisar o assunto.


Em benefício de sua sobrevivência, já ameaçada por uma frágil situação política e uma pífia popularidade, o atual governo - até mesmo porque não foi "eleito" especificamente para isso nem colocou sua agenda em discussão pela sociedade brasileira - precisa ir com menos sede ao pote em sua sanha, mais  transformista e destrutiva do que desenvolvimentista e transformadora, de abandono e desmanche da doutrina estratégica de cunho levemente nacionalista vigente neste país nos últimos anos.


Como se já não bastasse a tragédia do desastre estratégico promovido com a irresponsável aprovação da PEC da entrega, que nos deixará sem recursos para defesa e tecnologia por 20 anos.


Em um mundo em que - ao contrário do que diz a parcela mais imbecilizante da mídia - a maioria dos países mais poderosos do mundo - EUA, Europa, Japão - têm dívidas públicas maiores que a do Brasil, e não veem o menor problema em continuar se endividando.

E em continuar se armando, melhor dizendo - para proteger seus interesses e o seu poder decisório - em um  planeta cada vez mais complexo e competitivo, do qual acabamos de abdicar, quadrúpedemente, de participar como protagonistas, apesar de sermos a quinta maior nação do mundo em população e território.

Entrevista


‘Tenentes de toga comandam essa balbúrdia jurídica’, afirma cientista político

Segundo Luiz Werneck Vianna, pesquisador da PUC-Rio, MP e Judiciário alimentam crise política para reforçar seus interesses corporativos.
Wilson Tosta ,
O Estado de S.Paulo

RIO - O cientista político Luiz Werneck Vianna, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio, vê “uma inteligência” – a das corporações jurídicas, como o Ministério Público e o Judiciário – no comando da crise política que assola o País. “Essa balbúrdia é provocada e manipulada com perícia”, diz, ao se referir à divulgação de casos de corrupção envolvendo políticos. 
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 Foto: FABIO MOTTA/AGENCIA ESTADO/AE
Para ele, procuradores e juízes são “tenentes de toga” – uma comparação com os jovens militares dos anos 1920 –, mas, diferentemente dos revolucionários fardados do passado, não têm programa além de uma “reforma moral” do País. 
Os vazamentos de delações de executivos da Odebrecht caíram como uma bomba na classe política. O que podemos esperar da crise, que parece não ter fim?
Essas coisas não estão acontecendo naturalmente. Não são processos espontâneos. A esta altura, a meu ver, não há dúvida de que há uma inteligência organizando essa balbúrdia. Essa balbúrdia é provocada e manipulada com perícia. 
Mas quem faz isso? O Ministério Público? O Judiciário? 
Essas corporações tomaram conta do País. 
Estão se sobrepondo ao sistema político?
Sim, claramente. E também ganhando mais poder. Na defesa dos interesses públicos, reforçam suas conquistas corporativas. Então não se pode mexer na questão do teto salarial.
Podemos concluir que a crise se prolongará, já que isso interessaria a essas corporações?
O fato é que se criou, nesses últimos anos, uma cultura corporativa muito poderosa. Se você fizer um recenseamento dessas corporações, dos seus encontros anuais, são milhares de profissionais que anualmente se reúnem em algum canto, em geral paradisíaco, para definir a sua agenda, do ponto de vista corporativo. E os partidos não têm penetração, não têm inclusão. São figuras mantidas à margem. 
Os partidos acabaram?
Não acabaram. Estão aí. Estão muito enfraquecidos e sendo objeto deste achincalhe. 
Mas as posições defendidas por esses setores têm sustentação na sociedade, não?
Esse andamento não foi previsto. Foi sendo percebido ao longo do processo. Uma coisa sabiam: que a conquista da mídia era estratégica. Se você pegar os textos que embasam as ações da Lava Jato, lá nos escritos do juiz Sérgio Moro, vai ver a percepção que eles tinham a respeito da mídia como dimensão estratégica. As ruas foram o inesperado, mas que aos poucos foi-se descobrindo como outra dimensão a ser trabalhada. Então, montou-se uma rede, que hoje já não atua mais espontaneamente. Esse processo é, a essa altura, governado. Imprime-se a ele uma certa direção. Agora, para quê, para onde, acredito que eles não sabem. 
O papel dessas corporações teria de ser revisto?
Só quem pode enfrentar essas corporações é o poder político organizado. Quando elas são atacadas, se defendem dizendo que na verdade quem está sendo atingindo é o interesse público. Conseguiram armar esse sistema que as tem protegido de crítica. A questão (da limitação) dos altos salários, por exemplo. Dizem que essas não são medidas corretivas, mas sim que penalizam o poder judicial. Quando eles se protegem da opinião pública mobilizando na outra mão a Lava Jato, ficam inatacáveis.
O governo Temer sobrevive até 2018? Chegaremos às eleições?
Torço para que isso ocorra. Porque a destruição desse governo agora nos joga nas trevas. Destitui-lo para quê? Para fazer eleição direta? Mas como? Fazer eleição direta neste caos? Quem vai ganhar isso?
Vivemos uma espécie de “Revolução dos bacharéis”?
Não, não, não. Tem uma metáfora melhor, a dos tenentes. 
Na Constituição faltam controles sobre essas corporações?
Em princípio, não. O problema é que as instituições têm de ser “vestidas” pelos personagens. E, a partir de certo momento, os personagens começaram a ter comportamentos bizarros. E que têm essa visão iluminada que os tenentes tiveram, nos anos 20. Só que os tenentes tinham um programa econômico e social para o País. E esses tenentes de toga não têm. São portadores apenas de uma reforma moral.
Mas o combate à corrupção não é importante? 
Sem dúvida. Agora, política é política. Este Judiciário que está aí ignora a existência de Maquiavel. Ele se comporta apenas com um ímpeto virtuoso, um ímpeto de missão.
A atuação dessas corporações fortalece a negação da política?
Sim. Elas só existem desse jeito destravado, sem freios, porque as instituições republicanas recuaram. E o presidencialismo de coalizão teve responsabilidade nisso. Porque rebaixou os partidos, fez dos partidos centros de negócio.

Fortaleza 2040 de RC18

O documento do Plano Fortaleza 2040: Construindo a Fortaleza que Queremos será apresentado, hoje, à população pela Prefeitura de Fortaleza, por meio do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor). O texto é resultado de três anos de mobilização da sociedade e do poder público municipal.
O lançamento ocorre nesta terça-feira (20), às 19 horas, em solenidade com a presença do prefeito Roberto Cláudio, do superintendente do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), Eudoro Santana; do presidente da Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura (FCPC), Francisco Antônio Guimarães, e demais autoridades, no Theatro José de Alencar.
O Plano Fortaleza 2040 é o resultado da parceria do Iplanfor com a FCPC e contou com a participação de instituições públicas e privadas e de milhares de pessoas – população de diversos bairros, pesquisadores, técnicos, consultores e gestores – que durante os últimos três anos contribuíram para ofertar à cidade um instrumento de planejamento de curto, médio e longo prazos.
Para o superintendente do Iplanfor, Eudoro Santana, o Plano Fortaleza 2040 é um marco para o planejamento participativo da cidade de Fortaleza e se reveste de grande importância no momento em que se busca a otimização do gasto público e a priorização de investimentos.
A publicação do Plano Fortaleza 2040 está organizada em uma coleção com oito volumes, sendo o primeiro referente a uma síntese do plano e os demais detalham cada um dos sete eixos que contemplam as diversas políticas trabalhadas. Todo o documento estará disponível também em formato digital e será distribuído no evento.

A saúde de Obama

Artigo de Obama vira publicação científica mais discutida do ano

A empresa Altimetrics elaborou uma lista dos artigos científicos mais ressonantes do ano. O primeiro lugar pertence à publicação de Barack Obama sobre a reforma do sistema de saúde nos EUA e um artigo de cientistas russos ficou em terceiro lugar, junto com os membros da Colaboração de LIGO.
A empresa britânica Altimetrics é uma das principais fontes de informação estatística sobre como e onde a ciência está se movendo hoje em dia, e em que áreas os pesquisadores estão agora ocupados. Ao recolher desses dados, a Altimetrics leva em conta não apenas as citações dos artigos na imprensa científica, mas também o quanto ativamente eles foram discutidos na mídia, pelo público comum e pelos cientistas em conferências e simpósios.
Corifeu das ciências
A partir de 2013, a Altimetrics publica todos os anos em dezembro uma lista dos artigos científicos mais lidos e discutidos. Este ano foi incomum porque o primeiro lugar pertence não a um artigo de um cientista, mas de um político. O "vencedor" nesta competição foi Barack Obama, que publicou em julho deste ano um artigo na revista médica JAMA, em que resumiu a reforma de saúde realizada por ele nos EUA.
A assinatura da lei sobre assistência médica acessível ["Obamacare"] em 2014, de acordo com o presidente dos EUA, levou a que a proporção de americanos sem seguro de saúde diminuísse quase para metade — de 16% em 2010 para 9% em 2015. Por outro lado, o aumento acentuado do custo deste seguro no outono de 2016 e a ausência de um mecanismo através do qual o Estado pague diretamente os serviços médicos é visto por muitos adeptos de Bernie Sanders e Donald Trump como a razão da derrota do Partido Democrata nas eleições.
Médicos assassinos
O segundo artigo mais popular também se refere aos problemas de saúde dos EUA. Em maio deste ano, um cientista da Universidade de Johns Hopkins publicou as estatísticas sobre as causas de morte nos EUA. Em terceiro lugar, após as mortes por câncer e doenças cardiovasculares, surgem os erros médicos, que já são responsáveis por 10% das mortes.
Esta publicação tem atraído grande atenção do público, que mais uma vez considerou tais artigos como testemunho de que o sistema de assistência médica dos EUA é totalmente insatisfatório para um país do primeiro mundo.
Presente para Einstein
O artigo mais ressonante no campo das ciências naturais foi a publicação na revista Physical Review Letters no início de fevereiro deste ano, em que mais de um milhar de cientistas, incluindo várias dezenas de físicos russos, confirmam a descoberta de ondas gravitacionais — flutuações do espaço-tempo previstas pela teoria da relatividade de Einstein. Esta teoria já tem 100 anos e a descoberta de ondas gravitacionais na prática foi um grande presente para Einstein e para o mundo da física em geral.
Esta descoberta foi feita no detetor do LIGO (Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser), cuja construção começou na segunda metade da década de 1980, graças às ideias de Kip Thorne e Vladimir Braginsky. O LIGO começou a funcionar no início de dezembro deste ano e agora cientistas esperam vir a encontrar não só o "eco" das uniões de buracos negros, mas vestígios da "dança gravitacional" dos pulsares.
Manchas brancas do sistema solar
A quarta publicação mais popular também tem de certa forma a ver com a Rússia. Em janeiro deste ano, dois planetólogos, Konstantin Batygin e Michael Brown, disseram que na periferia do Sistema Solar pode haver um gigante nono planeta, que "gere" o movimento de dezenas de planetas anões.
Hoje, a pesquisa deste planeta, como contou Brown à RIA Novosti, está sendo realizada por dez grupos de pesquisa simultaneamente, e ele espera encontrá-lo antes do final do ano que vem.
Doces teorias da conspiração
Um outro artigo dedicado à medicina, mais concretamente sobre a forma como as pesquisas são realizadas nesta área, causou também grande ressonância no mundo. Em setembro deste ano, médicos norte-americanos disseram ser capazes de revelar a corrupção sistemática de cientistas por representantes da indústria do açúcar, cujo resultado foi o papel de açúcar no desenvolvimento de doenças do sistema cardiovascular ter sido subestimado.
A publicação deste relatório na revista JAMA Internal Medicine causou forte discussão na blogosfera e na mídia dos países de língua inglesa, mas na maioria dos outros países do mundo ela não atraiu tanta atenção quanto os quatro anteriores.
Segredos da mente e limites da vida
Além de tudo isso, o top dos principais estudos mais populares também inclui duas outras descobertas interessantes relacionadas aos limites da mente humana e da vida humana. Na primeira delas, que tomou o nono lugar, fala-se sobre a criação de AlphaGo, o sistema de inteligência artificial capaz de aprender sozinho e jogar melhor este jogo que o campeão do mundo.
No segundo estudo, publicado em outubro deste ano, os cientistas afirmam haver um limite para a vida humana — cerca de 100-115 anos de idade — a partir do qual a mortalidade aumenta acentuadamente por razões que não podem ser eliminadas através da melhoria de medicina ou da qualidade de vida. A publicação deste artigo fez dois gerontólogos famosos, Jay Olshansky e Stephen Osteda, dobrar o valor de uma aposta feita por eles sobre se, em 2150, uma pessoa pode viver até 150 anos.